I'm Fine

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03\08\2018
Oi eu do futuro, estou começando meu primeiro diario por indicaçao da minha psicologa que acha que assim vou ter mais facilidade em me abrir. Pra ela eu sou uma pessoa completamente desconfiada e maluca, e talvez eu de motivos pra ela pensar isso, mas eu prefiro chamar de complexo de abandono, e por mais que eu ache que essa historia de escrever nao vai ajudar a me abrir com estranhos, talvez ajude a me conhecer melhor... E eu espero que quando eu for ler isso, eu ja tenha as respostas pras minhas atuais perguntas e seja madura o suficiente pra rir de tudo. Vou começar bem do comecinho, e tentar descobrir aqui, o momento em que eu me perdi de mim...
Tudo começou de fato no hospital Quenas em Massachusetts, quando eu nasci, ha 16 anos. Estou entrando na minha segunda serie e ha quase dois meses eu e a mamae nos mudamos pra Beaufort, ou seja, saimos de uma cidade pequena para uma menor ainda, ela diz que é para melhorar nossa qualidade de vida, o que pode ate ser, ja que eu ainda me perco dentro da nossa nova casa, mas eu prefiro chamar de fuga.
Toda sessao a Penny me fala que meu maior problema é nao admitir que tenho um problema, então decidi pela primeira vez falar o que aconteceu naquela noite, até porque só quem vai ler isso sou eu.
Na minha antiga cidade, eu e meus amigos sempre fazíamos festas na casa do Joe, que tinha pais empresarios e passavam maior parte do tempo viajando. Èramos um grupo de 6 e como qualquer grupo do seculo XI tinhamos brincadeiras com bebidas, beijos e as vezes, dependendo no nosso alcoolismo no dia, até sexo, o que era quase sempre. Nós eramos o classico grupo de ricos, divertidos e bonitos da escola, modestia parte, todos queriam fazer parte das nossas festas. Eu sempre fui meio apaixonada pelo Nick, que é um gatinho mas bem galinha, e por mais que ja tenhamos transado varias vezes e ele dizer que eu faço melhor que qualquer uma, acho que ele continuou procurando por uma transa tão boa quanto a minha com todas as meninas do colegio, ou pelo menos é assim que eu prefiro pensar. Minha melhor amiga era a Selena, desde que me entendo por gente ela tava comigo, e eu ainda sinto muita falta dela, mas sei que foi melhor assim. E os que sobraram eram a Debby e o Kevin que tinham um lance entre eles e achavam que conseguiam esconder de todo mundo. Enfim, uma vida quase perfeita.
Naquela noite, ha dois meses atras, nada fora do normal tinha acontecido. Casa do Joe, alcool, drogas e sexo.. muito alcool e sexo, porque a parte da droga nós nunca fomos muito chegados. Quando eu estava chegando em casa vi que tinham muitos carros de polícia, e como era uma cidade bem pequena, nunca tinham muitos policiais no mesmo lugar, e foi nesse momento que eu percebi que o assunto era serio. Tive que passar por metade da minha vizinhança do lado de fora de suas casas olhando pra mim, e eu juro, que por um momento eu pensei que aquilo era uma ilusão que a vodka com energetico podia causar.
Quando eu sai do carro vi minha mae chorando do lado de fora da casa com os policiais segurando ela. Assim que ela me viu veio me abraçar, e pedir pra eu nao falar nada ate que nosso advogado chegasse, e foi o que eu fiz, mesmo sem ter nada pra falar. Alguns minutos depois, eu vi os bombeiros tirando um corpo de dentro na minha garagem, e naquele momento, eu nunca senti um medo e um embrulho na barriga tão grandes. Eu olhei pra minha mae e ela so falou "Eu sinto muito" e ficou repentindo isso varias vezes.
Ate que retiram meu irmão algemado e com a blusa totalmente ensanguentada, e eu nao consegui sentir mais nada naquele momento, minha cabeça ficou um preto e minha visao turva. Eu olhei pro lado e vi, que o corpo coberto, era do meu pai. E por mais que todas as provas estivessem bem ali na minha frente, eu não consegui entender o que tinha acontecido. Mas um dos policiais do caso era o irmão mais velho da Selena que me puxou pro canto e contou cada detalhe, de como meu irmão resolveu esfaquear nosso pai nove vezes pelas costas enquanto ele preparava o meu carro novo, que ele ia me dar de presente.
Fomos para a delagacia e eu só precisei das minhas testemunhas de que nao estava la na hora do assassinato e a confissão do meu irmão para provar que minha mae nao estava envolvida no maior crime documentado da pequena delegacia de Massachussets que tinha tido ate entao, seu maior crime como um assalto. No dia seguinte minha mae ja quis fazer o funeral do meu pai, e como foi dificil encarar o olhar de todos para a gente, como se tudo daquilo fosse culpa da minha mae e a pena das pessoas de mim, como uma menina tao jovem tinha perdido duas pessoas assim tao rapido mas a unica coisa que eu conseguia sentir era raiva. Raiva por ser com a minha familia, raiva do meu irmao, do meu pai e principalmente da minha mae.
Nos outros dias eu nao sai de casa pra nada, primeiro porque toda a emprensa estava do lado de fora da minha casa, e segundo porque nao falar com nenhum dos meus amigos. So queria entender o porque do meu irmão ter feito aquilo, e eu tinha total certeza que ele era inocente e tinha algum engano nisso tudo. Quando chegou o dia do julgamento, ou ele admitia o que tinha feito e tinha sua pena reduzida, ou contava a versao dele, e que pra mim com certeza seria valida, ja que meu irmao nunca mataria nosso pai, e dependendo do que ele falasse decidiam a pena dele. E la no tribunal, quando ele disse em alto e bom som, que tinha matado nosso pai por ter dado mais atençao a irma mais nova dele que pra ele, eu fiquei com tanto odio que sai de la correndo e me tranquei no quarto o resto do dia. Nao respondia ninguem, nao comia, nao sentia nada. Ali eu criei um bloqueio pra qualquer outro sentimento alem da saudade e do odio do Scott e da minha mae, que nao impediu isso tudo de acontecer.
Papai me ensinou a ser quem sou. Me mostrou que quando se aprende a andar de bicicleta uma vez nunca mais esquece, que manteiga no arroz deixa ele mais gotoso, que eu nao posso deixar ninguem me dimunuir, que eu era a menininha dele, e com certeza seria a proxima veterinaria que ia acabar com o uso de cavalos como meio de transporte. Ele sempre me deu força para todos os meus sonhos, ate quando disse a ele que ia criar o "Veterinarios Sem Fronteiras". Eu sinto sua falta pai..
Logo depois do julgamento, meu irmão foi diagnosticado com esquizofrenia, o que mudariam ele de uma cadeia pra um hospital psiquiatrico e assim que minha mae soube disso, fez eu arrumar todas as minhas coisas e que em uma semana a gente ia se mudar. E eu achei uma otima ideia ja que nao falava, e nem falo ate hoje com nenhum dos meus amigos desde aquela ultima noite, e realmente prefiro nao falar... Desde então eu estou vivendo todos os dias iguais, tendo sessoes todas as terças e passando o resto da semana comendo brideiro e assistindo Netflix. E eu acho que é por causa da minha simples e comum historia que todos acham que eu fiquei louca. Só que eu simplesmente não consigo sentir nada. Eu estou bem.
Amanha começam minhas aulas, e como aqui so tem uma escola, com certeza todos ja devem estar sabendo da familia estranha que acabou de chegar na pequena e perfeita cidade deles, mas ninguem sabe o que realmente aconteceu com a gente. Eu to tentando pensar positivo como minha psiciolaga mandou, e pensar que la eu vou encontrar um garoto muito gato que vai derrubar todos meus livros no chão e quando for me ajudar vai tocar na minha mão e perceber que sou o amor da vida dele e vamos viver uma historia linda de amor... Af acho que mais maluca que eu, só a Dr.Penny que realmente acha que coisas assim acontecem.
Enfim Demi adulta... Amanha eu volto e conto como foi minha experiencia na escola Hills.

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⏰ Last updated: May 26, 2020 ⏰

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