Capítulo 21 - Bem Melhor

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MICAELLY

Diego e eu temos uma relação melhor, ele tenta respeitar em questão de bater.
- Eu desisto. - Ele fala depois de mais uma vez fracassando.
- Você tem que ter um motivo para parar.
- Eu não tenho motivo suficiente. - Ele senta na cama.
- Vamos comer? - Falo tentando mudar a tensão.
- Hm? - Ele olha para mim incrédulo - Comer?
- Estou com fome.. e queria mudar de assunto.

No outro dia.

- Bom dia! - Ele fala ao me ver na mesa.
- Bom dia!
- Vamos caminhar lá fora hoje.
- Caminhar? Sério ? - Falo animada, depois de muito tempo conhecer um pouco o lugar onde moro, pelo menos ao redor.
- Sim. - Comi logo e subi para me vestir rapidamente.
- Vamos, eu e Micaelly. - Ele fala olhando para a Bea e abrindo a porta.
- E a Bea?
- Hoje não, uma próxima, vamos logo. - Vejo a carinha de Bea murchar. - Amanhã eu levo as duas. - Ele diz por vencido e concordamos.
Entramos numa trilha entre as árvores.
Porque não a Bea? Ele vai me matar aqui no meio do mato? depois de tudo?
Ele começa cantarolar uma música qualquer.
- Qual a sua história?
- Oque?
- Qual a sua história? De vida, como foi parar naquele lugar?
- Eu não fui parar lá, eu fui roubada.
- Roubada?
- Alguns homens fazem dívida em jogo e advinha quem comanda os jogos? Isso mesmo, Vivian e Carol, em troca ela quita a dívida pela filha do cara. - O olho. - Os pais não aceitam óbvio, porém ela manda alguém seguir e raptar a filha dos endividados, e eles nunca mais a vêem, ou até mesmo roubam os bebês em berçários, e o método...
- Você foi raptada?
- O Método que me pegaram eu tinha 10 anos, tava brincando na rua e eles me raptaram. - Ele fica parado me olhando. - Vamos continuar?
- Hm... Bem ali em frente tem uma cachoeira, quer ir até lá?
- Não vai me jogar de cima não é?
- Não. - Ele ri, andamos mais um pouco e o som da água caindo era muito alto.
- Onde está a cachoeira?
- Lá em baixo. - Olho para baixo, e a cachoeira está literalmente aos meus pés.
- E como vamos chegar lá em baixo?
- Descendo pela cachoeira. - Ele vira para mim e me pega no colo, começo a gritar e ele pula.
- Você está louco? - Falo tossindo.
- Como eu ia saber que você não sabe nadar? - Ele olha pra mim arrependido. - Desculpe e como retratação irei te ensinar a nadar.
- Oque?
- Sim, você vai aprender a nadar.
Depois de todos os dias, viemos aqui e ele me deu muitas aulas, muitas aulas mesmo, a Bea, ele trouxe algumas vezes.
- Eu tô nadando, Diego eu tô nadando... - Digo na água.
- Estou vendo, parabéns, levando em conta que sou um ótimo, excelente professor.
- Convencido. - Dou língua para ele, ele pula na água e ficamos nadando. - Obrigada. - Digo enquanto estamos no caminho de volta para casa.
- Não tem por onde. - Ele fala rindo - Amanhã vamos fazer piquenique?
- Como quiser.
Durante os meses que se passaram Diego mudou, tem se portado bem e entre sexo e passeios ele não me bateu mais, só uns tapas aqui e outros ali, mais nada comparado a antes.
- Vamos tentar amanhã de novo? - Digo sentada numa pedra, perto da cachoeira.
- Oque? - Ele me olha.
- Seu auto-controle e me ensinar a gostar.
- Você quer tentar?
- Acho que já tinha me acostumado.
- Hm...
- Você me ensinou a nadar, te devo uma.

Acorrentada - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora