Capítulo 3

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Meu celular vibrou em cima da mesa. Larguei os livros por um minuto para ver quem era.

Giovana.

Tem um barzinho ótimo perto da sua casa, a gente pode ir lá!

Enruguei a testa. Meu Deus, ela também sabe onde eu moro?

Pizza e ponto.

Como você sabe onde eu moro???

Ela respondeu logo em seguida.

Segredo...

Revirei os olhos.

Pleyson entrou no escritório neste momento e me encarou.

- Deixa eu adivinhar – ele disse – É a tal da Giovana.

Balancei a cabeça.

- Ela está me enchendo o saco para ir em um bar – joguei o celular na mesa – Provavelmente para me embebedar e abusar de mim.

Ele riu e se escorou na porta.

- Tem só uma coisa que eu não entendi ainda – ele cruzou os braços – Por que você aceitou sair com ela?

Dei de ombros.

- Porque é o único jeito de saber como ela sabe coisas sobre mim.

Ele estreitou os olhos.

- Por acaso parece que eu nasci ontem? Conta outra...

Encarei ele.

- O que você quer dizer?

Ele bufou.

- Agora tá dando um de burro – ele se aproximou – Me diz, há quantos anos você não vai a um encontro?

Fitei ele por alguns segundos sem dizer nada.

- Não vai acontecer nada.

Ele jogou a cabeça para trás e riu, depois me encarou de novo.

- Olha, eu acho ótimo que você esteja saindo com alguém, de verdade...

- Eu não estou saindo com ninguém – interrompi.

- Mas essa garota é encrenca – ele continuou como se eu não tivesse dito nada.

Escorei as costas na cadeira e respirei fundo.

- Confia em mim, não vai dar nada.

Ele estreitou os olhos e ficou me olhando por muito tempo, depois finalmente virou as costas e saiu.

Olhei para os meus livros enquanto pensava. Ele tinha razão, ela era encrenca, mas tudo bem porque não ia acontecer nada. Fiquei dois anos desviando de toda e qualquer investida do sexo oposto. Não era na dela que eu ia cair.

...

Cheguei na pizzaria e escolhi uma mesa para sentar. Ela ainda não estava lá. Eu não queria admitir, mas estava um pouco desconfortável. Várias vezes me peguei pensando em levantar e simplesmente ir embora, mas eu sempre voltava atrás. Não seria legal da minha parte, afinal eu tinha combinado com ela.

Quase meia hora depois ela sentou na minha frente com um sorriso radiante.

- Boa noite – ela falou.

Olhei para ela. O cabelo estava diferente, arrumado em uma trança. Não sei porque, mas de alguma forma eu gostava mais do outro jeito.

- Achei que você não viria mais – foi tudo que falei.

O Ardor da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora