A sala de jantar estava estranhamente silenciosa naquela noite. Todos se olhavam discretamente e trocavam sorrisos. Isa estava se sentindo perdida e confusa, odiava não saber o que acontecia a sua volta, olhou para Charles que sorria por trás de sua taça, miserável, pensou ela, está no meio dessa trama, depois olhou para John que olhava para a mãe mais confuso que ela.
- Mas que diabos está acontecendo aqui, disse Isa num rompante, depois tapou a boca por ter dito algo tão indelicado a mesa, mas então, ao invés de uma reprimenda, todos começaram a gargalhar. Seu pai olhou o relógio sobre a lareira e disse ainda gargalhando:
- Há, vocês me devem, disse apontando o dedo para todos a mesa, foi no primeiro prato.
Todos ainda riam enquanto ela olhava para John que segurava a colher a caminho da boca.
- Explique-se pai. Exigiu ela.
- Ah filha, estávamos te achando tão calma e controlada nesses últimos dias. Sentimos falta do seu jeito, de você. Então decidimos fazer uma brincadeira e apostar por quanto tempo você se controlaria se caso fizéssemos silêncio, como você tem feito ultimamente. Desculpe, mas eu sabia que você não aguentaria.
E então John também começou a rir, derrubou um pouco de sopa e colocou o guardanapo na boca para tentar disfarçar, mas falhou, miseravelmente.
- Até você, quase senti pena ao te ver tão confuso. E vocês. Ah vocês verão, vai ter volta. Disse Isabela agora rindo também.
O jantar seguiu animado e Isa sentiu um alivio ao sorrir novamente e dizer bobagens, ela era assim. John também parecia mais relaxado e conversava com sua irmã e Victória que riam de algo que ele dissera. Como era bom estar entre pessoas amadas e queridas, sabia que nem todos tinham essa sorte, e era grata, de verdade.
Ao terminarem a sobremesa, Albert pediu a Carol que cantasse um pouco, ela convidou Elizabeth que ficou vermelha no mesmo instante mas aceitou. Pensando bem, nunca vira prima cantar antes. Ela se sentou no piano com a mãe e tirou seus óculos, ficando idênticas, era até estranho, Carol acariciou o nariz da filha e começaram a tocar. Ela cantou primeiro, mas quando a menina começou a cantar, todos ficaram perplexo, era lindo demais. Ao final todos aplaudiram, Albert limpou disfarçadamente o canto dos olhos onde algumas lágrimas rolaram, John se aproximou e beijou a cabeça da irmã, assim como Charles, deixando a mesma ainda mais envergonhada.
- Minhas surpresas não terminaram por hoje, disse Carol ainda sentada ao piano, venham, disse ela chamando os gêmeos. Charles logo se aproximou, mas John negava com a cabeça. Venha garoto e me obedeça, brincou ela. Ele suspirou e se aproximou, Charles tomou o lugar da mãe no piano e ela se levantou estendendo a mão para John que a cumprimentava para iniciarem uma dança.
- Tentei deixar esses meninos um pouco civilizados também, para amenizar um pouco esse instinto selvagem dos Somerset. Todos riram e Charles começou a tocar divinamente, logo Carol, mesmo dançando, começou a cantar e em dueto John também.
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Uma escolha e nada mais
RomancePara Lady Isabela Winton Grayson, parecer uma jovem delicada e tímida nunca foi fácil. Sentia em seu coração a necessidade de falar e de ser ouvida constantemente, e geralmente conseguia se safar das consequências de sua língua devido a influência d...