Apenas uma Vigilância Selvagem (Uncontrolled Guys Series Book 3)

Capítulo 10

Tristan contou até três, mas ele não tirou seus olhos do livro, ainda que sua concentração tivesse ido embora quando Jordan entrou no apartamento e o ar havia começado a ficar relativamente difícil de respirar.

Ora, ele não tinha nada para tratar com Jordan, eles não tinham coisa alguma para dizer um ao outro. Tristan não queria Jordan em nenhum canto que ele estivesse e muito menos queria tê-lo depois de alguns dias ignorando sua presença por uma via recíproca que realmente agradou a Tristan e sem contar que ele estava muito bem sem falar com ele. Ele sempre esteve, não iria mudar agora. Só que para sua impaciência, ele não iria sair dali enquanto não falasse e Tristan precisou encontrar algo dentro dele que somasse forças para falar com Jordan.

Bom, respirar um pouco resolveu o problema, mas sua acidez interior borbulhou assim como ele teve motivo para aturá-lo.

― Nós precisamos? ― disse Tristan. ― Pelo que eu sei, eu não preciso.

Jordan foi puxado em raiva.

Jordan raramente admitia para si mesmo sua raiva penetrada desde de criança. Ele sempre achou ridículo o que ele queria de Tristan, sua completa atenção quando ele falava, mas não foi só com Tristan. Jordan sempre quis que as pessoas olhassem para ele quando estava falando, ou quando elas mesmas se dirigiam à ele, mas com aquele garoto emburrado ele queria mais, muito mais atenção. Ele queria que Tristan olhasse para ele fixamente e lhe enervava a intensidade desse querer.

Jordan sabia que Tristan sabia o quanto odiava quando ele o ignorava assim, e não podia duvidar o quão de propósito ele agia dessa forma, e foi um dos motivos pelos quais as discussões deles ganhava volume e forma, principalmente intensidade e foi muitas vezes algo que ele não conseguiu controlar, naquele momento, ele não estava exatamente controlando, Jordan estava lutando consigo mesmo, mas Jordan queria o contrário, discutir não seu objetivo, ele queria conversar e se acertar com Tristan, mas era quase irresistível estar diante do garoto e não perder algumas porcentagens de paciência e ganhar de irritação.

― Você pode me levar a sério, pelo menos, uma vez? ― rosnou Jordan.

As palavras de Jordan foram suficientes para Tristan fechar seu livro de forma brusca e inesperada e logo em seguida levantar-se com o rosto vermelho de ira, olhos brilhantes e algo a mais que Jordan sempre gostava de ver, só sabia que configurara algo que ficava entre arranhá-lo e socá-lo.

Foda-se. Era muito doente gostar daquele garoto naquelas circunstâncias.

E para sua não surpresa, Tristan explodiu.

― E você pare de me dar ordens ― rosnou Tristan. ― Eu não sei qual é o seu problema com isso. É tão difícil pedir 'por favor' para uma outra pessoa? Primeiro, você chega dizendo: ah, precisamos conversar, como se eu tivesse a obrigação de fazer isso, que eu não tenho e não me importo se você acha que eu tenho, sem contar que você é um idiota que não entende que.... ― Tristan cerrou seus punhos, enrijecendo todo seu corpo, até mesmo seu rosto com seus olhos fechados, como em um excesso de raiva, fazendo Jordan querer sorrir diante dele ―, Deus eu te odeio muito. Tem certeza que você não é filho do meu...

Tristan foi interrompido.

― Tristan ― chamou Jordan.

Tristan abriu seus olhos.

― Que?

Jordan hesitou bastante

― Por favor ― disse ele, tão calmo e relaxado que Tristan poderia ter se acalmado totalmente se não fosse o cara que ele odiava de diversas maneiras.

Mas para sua surpresa ele se acalmou um pouco, só um pouquinho, mas seu peito ofegante dizia que isso não iria durar muito tempo.

E não durou muito, pelo menos ele ficou um pouco mais ácido que o normal. Tristan seriamente se orgulhava de suas armas contra Jordan, mas se assustava um pouco com elas, visto que nem com o seu pai as coisas funcionaram desse jeito.