15 Água fria

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Ross

A cerimônia restrita na capela havia corrido como planejado, fechada, e apenas para os familiares mais próximos, agora a segunda fase estava caminhando como o previsto. Delimitei a área da imprensa e deixei apenas os fotógrafos contratados livres para circularem pelo salão. Me coloquei em um lugar de onde tinha a visão de tudo, e ainda guardava a piscina, já que eu havia assinado um contrato criterioso que tinha como uma das cláusulas principais a não utilização da piscina.

— Oi Ross, estou aqui na frente, pediram para os funcionários que vieram de carro, colocarem os veículos no subsolo. — Cal me avisou pelo fone.

— Ok, pode avisar os outros da equipe, eu vim de Uber. E Cal, vê se alguém consegue uma forma de isolar a piscina, estou achando arriscado.

— Só um minuto. — a linha ficou muda por algum tempo. — Negativo, a noiva quer fazer fotos perto da água, não podemos isolar.

Suspirei — Ok, manda mais um segurança para cá, então? Vou coordenar a cozinha, para liberar as entradas quando os convidados já estiverem em suas mesas.

Desliguei e comecei a atravessar o salão, mas parei quando ouvi Luiza chamar. — Oi Lu, pode falar.

— Sabe quem acabou de passar por mim? — A voz dela tinha aquele tom de riso que eu bem conhecia.

— Se disser que foi o Luciano Huck com a Angélica, eu sei, eles estão na lista.

Ela riu — Não, boba... Theodoro Bitencourt e noiva.

Estremeci, não era possível, era de propósito, só podia ser. Mas que caralhos ele estava fazendo ali, ele não estava na lista de convidados, eu chequei aquela lista mais de trinta vezes e não havia nenhum Theodoro Maldito Bitencourt!

— Ai Lu... Em que setor? — choraminguei.

— Perto da mesa de doces.

— Tá... É... Pode ir até a cozinha? Em quinze minutos podem liberar as entradas.

Ela riu  — Tudo bem.

Desliguei e voltei para perto da piscina, não podia acreditar naquilo. Eu queria me enrolar naquelas cortinas de forma que só me achassem na manhã seguinte.

Naquela hora agradeci ainda mais por minha equipe ser tão perfeita e eu poder só ficar ali, resolvendo prossíveis problemas enquanto eles cuidavam de tudo.

Estava passando os horários para a equipe pelo tablet quando senti uma presença ao meu lado.

— Oi, Rosalinda. — disse em tom brincalhão.

Fechei os olhos, e então sorri, terminando de enviar a mensagem aos outros, para colocar os braços para trás e atendê-lo.

— Pois não, senhor Theodoro. Posso te ajudar com algo?

Ele cerrou os olhos para mim e depois riu — Ah tá. Você tá trabalhando, né? Saquei. Eu só queria dizer que sinto muito se eu fiz alguma coisa errada...

— Escuta. — perdi a compostura — Eu não entro no seu campo para tentar falar com você enquanto está trabalhando, não é? Então, por favor, vai aproveitar a festa, e finge que eu não estou aqui. — fiz um gesto com a mão como se tivesse tocando galinhas do quintal.

— Se entrasse, eu mandaria o jogo se foder... — disse ele bem perto do meu rosto, fazendo um arrepio gostoso correr da minha nuca até... Até a parte de mim que parecia ter ligação com ele.

Me virei para ele, encarando aqueles olhos castanhos mais lindos do mundo. E ah meu Deus, como ele ficava gostoso de terno. Tentação pouca é bobagem.

90 Dias para "Não" Casar Where stories live. Discover now