Capítulo 36 - Se tivermos que escolher?

1.1K 140 29
                                    



Sim, eu só quero te abraçar, querida, é você quem eu quero. Eu sei que já disse isso antes, mas vou dizer de novo
Você é a única que eu quero, garota, e não posso fingir
Eu me lembro dos dias nublados em que ficamos abraçamos na minha cama
O pensamento de perder você não faz nenhum sentido dentro da minha cabeça. Você é a razão pela qual eu acredito que o amor é real.

Moonlight



— Ana, você pode reagir de algum modo? Sua imparcialidade está me deixando angustiado.

Eu queria um tempo para raciocinar, mas estava difícil com o Christian ali na minha frente, me questionando.

— Desculpe.

— Ana, você me perdoa? — Ele volta a questionar.

— Eu, é... acho que sim. — Não sei se aquilo era uma resposta, mas foi o que consegui pôr para fora.

— Tudo bem, isso é mais que suficiente para mim. — Eu não esperava que ele fosse compreender, mas aparentemente essa merda que acabei de falar serviu.

Se existisse uma tela na nossa mente, certamente a minha estaria me mostrando a sobrecarga que estava, as milhões de informações passando ao mesmo tempo, meus olhos seriam capazes de visualizar todas aos mesmo tempo, mas a impressão que eu tinha é como se estivesse mesmo acontecendo isso... àquilo estava me deixando tonta.

— Agora é a sua vez. -- Ele diz.

— Minha vez? — Franzo a testa, tentando assimilar.

— Sim, não tinha algo a me dizer?

— Sim, claro... você pode me dar só um tempo, por favor. Acho que estou um pouco... — Corro para o banheiro, estava me sentindo enjoada, vomitei mais do que eu poderia ter comido, e isso me fez ficar fraca, lavo meu rosto sento-me no chão... e fico ali buscando o ar, eu não sei, não estava bem... talvez fosse o nervosismo.

— Ana? — Ele bate na porta. — Se você não sair e me disser o que está sentindo, vou ser obrigado a arrombar a porta, estou ficando muito preocupado.

— Eu vou sair. — Levanto-me com dificuldade, o resto de força que havia em mim foi capaz de me permitir abrir a porta. Mas antes que eu desse algum passo perco as forças das minhas pernas... — Acho que vou cair. — Falo quando os meus joelhos estavam se dobrando, prestes a me deixar cair.

Antes que meu corpo alcance o chão o Christian me pega e me leva até o quarto.
...

Abro meus olhos depois de um longo período e ele está ao meu lado.

— A quanto tempo está aqui? — Pergunto querendo descobrir se eu tinha chegado a desmaiar.

— Não muito, acho que tinha razão sobre o horário ontem à noite. Talvez tenha se sentido mal por não dormir bem. Descanse o tempo que achar necessário. Durma, estarei aqui quando acordar.

— Eu desmaiei?

— Não, você não chegou a desmaiar, apenas deu um pequeno lapso. Agora durma, você precisa descansar, é sério.

— Estou bem agora.

— Descanse, Ana.

— Acho que esse é o melhor momento para te dizer o que tenho para dizer. Se eu não falar agora, não sei se ainda terei coragem.

— Só se estiver se sentindo bem. Do contrário eu quero apenas que descanse. Não me perdoaria se acontecesse algo a você por minha causa, aliás, ainda não entendi muito bem o motivo da Mia estar na sua casa tão repentinamente. Você está com algum problema? É grave?

— Na verdade há sim uma complicação..., mas não é uma doença.

— O que então?

— Está pronto?

— Sim, sem dúvida.

— No meu guarda roupa, do lado direito, na parte inferior, por trás de um edredom azul tem uma sacola. Pode pegar para mim por favor?

— É algum tipo de presente?

— É o que vamos descobrir.

— Ok. — Ele levanta pega a sacola, segura pela alça e põe na altura de seu olhar para examinar com um aspecto curioso.

— Pode abrir.

Dentro da pequena sacola havia 10 testes de gravidez. Depois que fiz o exame no hospital e deu positivo, ainda custei a acreditar que fosse real, então comprei muitos testes...

O Christian segura um dos testes, olha para o teste, olha para mim... várias vezes...

— Você não está brincando comigo, está Anastásia?

— Por que eu faria isso?

— Isso é sério? Você está? -- Ele aponta para minha barriga.

— Sim.

Ele corre em minha direção, se ajoelha ao lado da cama, embala minha barriga com as mãos e começa a chorar.

— Eu não poderia estar mais feliz, a mulher que eu amo está carregando aqui dentro o selo do nosso amor.

Ele pega minha mão beija e recosta sobre sua bochecha.

— Me desculpa, me desculpa... por favor. Eu deveria estar com você em todos os momentos.

— Christian.

— Oi? — Ele beija minha barriga enquanto fala.

— São gêmeos.

— GÊMEOS? Ai meu Deus. — Ele acende bem o globo ocular e desaba.

— Sim, e infelizmente apenas um está em desenvolvimento... o bebê que não está se desenvolvendo pode acabar prejudicando o outro, pode ser que se ele não começar a se desenvolver em uma semana, terei que fazer um parto pré-maturo, pois segundo o médico não apenas a saúde do outro bebê como a minha vida estaria em risco, ele também disse que tem sim possibilidade de levar a gestação até o final, mas deixou claro os riscos, se eu e o bebê permanecermos bem, ainda assim ele pode nascer com sequelas, pois o outro estaria impedindo a circulação sanguínea para ele, ele pode ter uma paralisia cerebral. Se eu decidir pelo parto... uma vez que me abrirem para tirar um, o outro não poderá continuar afinal é um parto, e os partos são justamente para que os bebês saiam... por isso a Mia está aqui, estou fazendo o mínimo de esforço possível, ela está me alimentando bem, cuidando de mim, para que eu fique saudável e tente ajudá-los.
A escolha é nossa, levar a gravidez até o final, ou se o bebê não se desenvolver fazer o parto.

— Você esteve passando por tanta coisa sozinha. Nunca vou me perdoar. Eu sinto muito. E a única coisa que eu quero é que fiquem bem, mas seja qual for sua decisão eu vou te apoiar, se não der para continuar com a gestação, nós iremos superar isso. Eu nunca mais vou te deixar assim. Me perdoe. -- O Christian é só lágrimas.

— Tudo bem, acho que tive muitas emoções por hoje.

Após dizer essas palavras só me lembro de ter acordado por um curto momento, vi que ele estava agarrado a minha mão e voltei a dormir.

Pela primeira vez depois de tanta coisa, pude sentir o seu carinho, a sua preocupação, o seu apoio, ter decidido contar foi sem dúvida a melhor escolha, apensar de tudo, ter ele ao meu lado nesse momento me fazia sentir que independente do que fosse acontecer com os bebês, eu não estaria só. E isso era muito significativo, todo o desgosto que eu tive deu lugar a uma tranquilidade mesmo em meio a tantas circunstâncias, isso me fazia mais forte. Não sei se meu corpo vai suportar mas eu escolheria mil vezes a vida dos meus filhos a minha, não vai ser fácil, mas eu tentarei levar a gestação até o fim, eu espero que seja possível.







Não importa o que venha a acontecer, mesmo com 1% de chance de sentir sua respiração, eu estarei ao seu lado, serei seu porto seguro, irei segurar a sua mão, você é a única querida que tem o poder de fazer meu coração continuar pulsando.

Inevitável Amor (COMPLETA)Where stories live. Discover now