CAPÍTULO 16

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Ethan

Sinto uma dor absurda por todo meu corpo, tento abri os olhos, mas não consigo, pois uma luz muito forte me impede. Começo a levar meu braço até meus olhos, porém gemo ao sentir uma pontada nele.

- Ethan?!- escuto uma voz familiar, que no entanto não consigo discernir me chamar.- Consegue me escutar?- pergunta se aproximando e tocando meu outro braço, espalhando uma onda de calor por ele no mesmo instante.

- Si...- começo a responde, mas não consigo, interrompido por uma tosse. Minha língua parece pesada e minha garganta arde quando tento engolir.

- Está com sede Ethan?- pergunta e apenas afirmo levemente com a cabeça, atordoado ainda cobrindo meus olhos com o braço, a fim de impedir os raios de luz.- Aqui.- diz encostando o que imagino ser um canudo em meus lábios.- Tente beber aos poucos para não se engasgar.- pede e sorvo um pouco do líquido fresco, sentindo minha boca umedecer e engolir se torna mais fácil com isso.- Isso.- me incentiva e sorvo mais alguns goles e afasto minha boca do canudo.

- Você poderia apagar essa luz de cima da minha cabeça, por favor?- peço com a voz ainda um pouco pelo provável longo tempo que passei sem beber água. Escuto seus passos se distanciando e logo barulho do interruptor sendo desligado e a luz forte de cima daminha cabeça se vai.

- Melhor assim?- pergunta baixinho voltando para o meu lado.

- Sim.- respondo tirando o braço de cima dos meus olhos e piscando até conseguir focar o teto branco acima.- Estou em um hospital?- pergunto mesmo sabendo a resposta.

- Sim.- responde com uma voz apreensiva.- Você se lembra do que aconteceu? De mim?- pergunta e franzo o cenho. Viro meu rosto para a mulher ao meu lado, que me encara preocupada e forço minha memória, até que as lembranças vão voltando aos poucos. Hospital. Perda de memória. Angelina. Angel.

- Angel?!- digo e ela solta o ar que estava prendendo demonstrando alivio.

- Oh meu Deus Ethan!- se debruça sobre mim com cuidado, meio de lado, tentando me abraçar. Sinto ela tremer e me dou conta que esta chorando.- Pensei que tivesse te perdido, e que não se lembrava mais de mim.- confessa com a foz embargada pelo choro.

- Ei! Não vai conseguir se livrar de mim tão rápido assim.- tento fazer graça sentindo seu cheiro de morangos que exala de seu cabelo, misturado com o de limpeza e levo meu braço até suas costa, em seu cabelo, para tentar traze-la mais perto mais gemo de dor quando sinto meu braço e minhas costelas reclamarem.

- Nossa! Desculpa Ethan!- se afasta rapidamente enxugando as lágrimas com a manga da blusa que usa.- Você está todo machucado e... e eu já devia ter chamado seu médico para examina-lo.- fala já apertando um botão que tem ao lado da minha cama.

- Ei! Não se desculpe Angel! Eu quem tentei abraça-la e não me dei conta de que devo estar mais machucado do que imagino. Sorrio para tranquiliza-la e vejo que da certo, uma vez que ela retribui.

Logo um médico aparece realizando diversos testes para ver se estou bem, apesar de tudo, é claro. Pergunto por que não lembrei logo de Angel e ele responde que deve ter sido a concussão que tive na cabeça, que bateu no carro durante o acidente.

No fim descubro que tive duas costelas fraturadas, uma concussão na cabeça, uma luxação no braço do mesmo lado das costelas machucadas e alguns ferimentos causados pelos vidros da porta do carro e roxos pelas pancadas. Além de ter ficado desacordado por quase meio dia, uma vez que eles preferiram me sedar para ter uma recuperação melhor e terem certeza de que não tive nenhuma sequela pior, como ter perdido a memória novamente.

- E o motorista que estava dirigindo o carro?- pergunto para Angel, assim que o médico deixa o quarto, dizendo que irá pedir para alguma enfermeira trazer meu café e que me dará alta somente a tarde e que ficarei em observação durante esse tempo.

Memórias FragmentadasOnde histórias criam vida. Descubra agora