DARK PARADISE I (extra)

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Taehyung dirigiu por quase toda Noruega. Foram até o Sul e quando cansaram das estradas intermináveis e bares sujos retornaram para o norte, decidindo ficarem em Tromsø.
A escolha se deu pela reação deslumbrada de Jeongguk diante das auroras boreais do extremo norte; onde o céu era de um azul tão cristalino quanto o mar e os pássaros pareciam nadar através da troposfera terrestre gélida.

Os cumes das montanhas mais distantes eram fascinantes e o os canais do oceano ártico que cortavam a cidade congelavam no inverno, onde o casal muitas vezes se aventurou escondidos na madrugada, Taehyung cuidadosamente segurando a cintura de Jeon enquanto o ensinava a patinar sobre a camada vidral de gelo grosso.

Taehyung adquiriu um imóvel em uma rua íngreme próxima ao centro da cidade, onde montou a nova loja de discos, chamada SoulDark e reformou o segundo andar para morarem.

Enquanto ele pintava as paredes da loja de preto e pendurava crucifixos invertidos Jeon decorava o quarto no piso superior, enfeitando a parede vermelha com luzinhas pisca-pisca e polaroids.

Passaram-se 7 meses no total. O cabelo de Taehyung cresceu rápido, alcançando o ápice de seus escápulas e as mechas castanhas foram tingidas de preto. Seu rosto ganhou algumas perfurações; dois piercings na sobrancelha, um no lábio inferior e o último atravessava a ponta de sua língua. Modestamente, o tempo foi bondoso com ele. Estava mais intimidadoramente atraente do que nunca.

Jeongguk por sua vez continuava com sua aura jovial, o rostinho rechonchudo e corado pelos cuidados que o namorado tinha com sua alimentação. Taehyung cuidou dele como havia prometido.

Até lhe ensinou tocar guitarra.

Sentados na cama de casal, com a velha Gibson vermelha em cima das coxas macias de Jeon, o mais velho o mostrou o básico dos acordes e teoria musical.

Quando os dedos magros de Jeon se machucavam nas cordas de metal Taehyung os beijava, chupava e agarrava sua cintura pequena, esquecendo da aula para transarem.

E Jeon amava isso. Amava arranhar o corvo nas costas do namorado e puxar seu longo cabelo preto enquanto se entregava.

Mas nem tudo foram flores.

Taehyung era viciado.

As vezes ele se perdia no tempo, andando sozinho pelas ruas durante a noite, com a mente fervilhando e a mucosa do nariz sanguinolenta de tanta cocaína.

Eles brigaram incontáveis vezes. Trocaram palavras maldosas que perfuraram seus corações feito adaga.

Jeongguk se sentia impotente. O que ele, um garoto franzino de origens caipiras, poderia fazer para domar uma fera selvagem? Ele não tinha forças físicas para enfrentar Taehyung e impedi-lo de ir atrás de droga, mas desistência nunca existiu em seu vocabulário.

- Quando me trouxe com você sabia que não estaria sozinho! - o menor bradou, durante uma discussão acalorada - Nós somos um casal, porra Taehyung! O que te fere, também me machuca. Eu não vou aceitar que você continue com isso ... Eu não vou aceitar que você se arruine ... Porque se você cair, eu também caio.

Jeon estava no limite. As lágrimas eclodiram dos seus olhos e as mãos trêmulas voaram para a gaveta da cozinha, puxando uma faca afiada. O semblante catatônico de Taehyung se deformou em puro terror quando Jeon agarrou sua mão junto ao cabo e pressionou a lâmina contra o próprio pescoço.

- Se você quiser continuar com isso vá em frente, mas faça do jeito certo. Você não é corajoso? Você não gosta de sentir adrenalina? Então puxa essa faca e me leve junto pra sua cova, ou se torne o homem que tem potencial de se tornar e para de agir como a merda de um adolescente rebelde. - Seu corpo pequeno se esticava na ponta dos pés para encarar os olhos fundos de Taehyung e ali estava; a mesma selvageria que havia feito o mais velho se apaixonar por ele, estampada nos olhos insanos de Jeon.

i•hate•everything•about•youOnde as histórias ganham vida. Descobre agora