𝙲𝟹. 𝐛𝐥𝐢𝐧𝐝𝐢𝐧𝐠 𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭𝐬⌝

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I been tryna call, I,'ve been on my own for long enough.
Maybe you can show me how to love, maybe...

O sol nasceu às seis e quinze da manhã. Os primeiros raios adentraram os vidros polidos, contornando os móveis que podia encontrar pelo caminho - se estendeu mais sobre o cômodo, procurando todos os lugares onde podia estender sua luz, até enfim estivesse beijando a pele alva descoberta, cobrindo todo o corpo desprotegido de objetos que fossem capazes de projetar sombra, até que iluminasse por completo seu rosto.

O homem levou os dedos até a barba rala, coçando-a preguiçosamente até que enfim abrisse os olhos e procurava se acostumar com a luz que lhe dava bom dia. Por um segundo amaldiçoou-se por não ter fecho as cortinas antes de ir dormir, mas o céu limpo, colorido de azul e as raios laranja o fez sorrir.

Notou que as portas de vidro da sacada se encontravam meio abertas, levando o vento gélido da manhã balançar as cortinas em uma dança calma, até que o movimento do outro lado da cama possuísse sua atenção. Piscando ainda sonolento, olhou em direção ao outro corpo, notando como a luz do sol causava um brilho natural a pele dourada da mulher ao seu lado. Ela, apesar de toda sua graça quando acordada, estava toda torta, os cabelos espalhados pelo rosto e travesseiro, o edredom cobrindo-a até a cintura e o braço direito sobre os seios para esconder a nudez.

Leone não conseguiu conter uma risada quando dela ouviu um rouco fraco, mas tratou de diminuir o som para não acordar-la. Não duvidava que ela poderia ter babado uma hora ou outra no meio do sono pesado, mas isso era adorável de qualquer forma. Após sua leve distração, sentindo que aquela era uma das melhores formas de iniciar o dia, pegou o relógio de pulso na mesa de cabeceira, e esfregou os olhos preguiçosamente quando concluiu que já era hora de ir.

Sentou-se na cama com as pernas para fora e admirou o dia por mais alguns minutos, notando como a luz fazia reflexo no topo de prédios alheios. Bocejou e não se importou de andar nu pelo próprio apartamento quando passou a organizar as coisas para que pudesse sair mais tarde. De volta ao quarto, separou as roupas que usaria e pegou uma toalha limpa. Alguns minutos depois se encontrava com o corpo inteiro de baixo de grandes jatos quente, sorrindo satisfeito com a temperatura da água, despertando-o pouco a pouco.

Apoiou a mão direita na parede, curvando o pescoço para frente para apreciar a pressão da água na região, na intuição de relaxar o torcicolo e por alguns segundos apenas esquecer do mundo, dos problemas e das diversas obrigações que deveriam ter a contribuição do seu esforço até o fim do dia. Quando, de repente, reabriu-os e pousou-os na parte superior do antebraço.

Na parte de dentro, sobre a pele alva, a borboleta azul tatuada sempre seria um destaque por tamanha delicadeza e riqueza de detalhes - por mais que aprovasse o resultado final do desenho, Leo sempre havia chego a conclusão de que aquilo em seu braço trazia totalmente o oposto do que queria sentir quando a visse - queria se sentir livre do passado, mas ela o prendia mais. Sobre as asas da borboleta haviam pedaços de cordas quebradas, simbolizando de que ela poderia ser frágil mas não fraca - e também uma teoria absurda que, ao recordar-se, o fez rir por alguns instantes.

Em uma das asas havia a letra C bem desenhada fazendo parte dos detalhes sutis e leves, o sorriso desmanchou-se de sua expressão quando o coração leve apertou na caixa torácica, e em seguida Leone não sabia identificar se em seu rosto eram lágrimas ou a água corrente.

A voz de Camilla ecoou no meio de suas lembranças turvas, soando tímida ao perguntar:

Posso te ligar?

Sua voz em seguida a repreendeu:

Se você vier falar de cordas de novo...

Eu não vou falar mais de cordas, prometo!

「fight or. die」+ ziam. au!action | 2 season.Where stories live. Discover now