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O dia estava passando devagar, o que estava deixando Emma entediada. Pólen tentava manter seus pensamentos longe de Louis, que estava colhendo algumas frutinhas com Júlia. Será que era só ela que achava que aquele casal não combinava em nada? Seus pais nunca a forçaram a se casar, mas já tinha seus 18 anos, e quem ela queria, certamente não a queria.

— Hey, o que aconteceu? — Chloé se sentou ao lado da filha num tronco.

— N-nada. — secou uma lágrima que escorria em sua bochecha.

— Eu te conheço, mocinha — tocou a mão da menina, passando confiança. — Sou sua mãe, e sua melhor amiga.

Pólen sorriu e soltou o ar pesado dos pulmões.

— É o Louis, mamãe. Eu sempre gostei dele, e vê-lo prestes a se tornar pai, é... — um bolo se instalou em sua garganta, mas ela não precisava continuar para que Chloé a entendesse.

A loira abraçou a menor, que se aconchegou em seu peito e fechou os olhos. Não queria continuar chorando por Louis.

— Olha, eu já passei por muita coisa aos meus dezesseis anos. Principalmente nas garras da sua avó, Audrey. Sabe com quem ela queria que eu me casasse? — ela fez que não. — Com seu tio Adrien.

Pólen arregalou os olhos.

— Eu fui uma pessoa péssima ao tentar conseguir isso, e a que mais sofreu foi a Marinette. — enxugou mais uma lágrima do rosto da filha com seu polegar. — Mas aí eu fugi e conheci seu pai. Me casei com ele um ano depois. O que eu quero dizer, é que... não mendigue seu amor, e não se sinta pressionada por mim, seu pai...ou pelo povo. Vai no seu tempo, e tudo vai dar certo.

Pólen abraçou a mãe com todas as forças que tinha e agradeceu num sussurro.
Chloé voltou para o dormitório, queria descansar um pouco, enquanto Pólen continuou ali sentada no tronco. Caminhou até estábulo e pensou em pegar o cavalo de sua mãe, mas abortou a ideia ao sair dali e decidir caminhar um pouco pelo pasto.

O sol já não estava tão forte como antes, e a brisa estava suave. Seu cabelo estava preso numa trança, mas alguns fios estavam soltos, fazendo cócegas em seu rosto.

— Pólen — ouviu uma vó vindo em sua direção.

Olhou para trás e seu coração quase errou uma batida.

— Louis, oi — sorriu ao vê-lo. Ele havia trocado de roupa, e estava lindo em sua blusa azul claro e calças brancas. — O que está fazendo aqui? Onde está Júlia?

— Ela não estava se sentindo bem, então foi descansar. Estou passeando, assim como a senhorita.

Ela apenas assentiu e voltou a olhar para o horizonte.

— Você está se sentindo bem?

— Por que a pergunta? — voltou sua atenção para ele.

— Ah, nada, é só que eu a vi cabisbaixa no tronco, e agora você tá aqui sozinha.

— Eu tava entediada e quis caminhar um pouco, apenas.

— Certo. — assentiu, comprimindo os lábios.

Pólen continuou a andar, deixando Louis para trás com seu cavalo. Não o queria ali. Não mesmo!

Louis ao perceber que ela o estava ignorando, amarrou seu cavalo em uma árvore próxima e correu até ela, caminhando ao seu lado.

— Júlia deve estar querendo sua companhia. — falou a ruiva com as mãos para trás.

— Não, ela está dormindo agora. Não quer minha companhia? Pensei que gostasse.

— E gosto, mas esse momento é delicado.

Ele arqueou uma das sobrancelhas, confuso. Mas sabia que ela não se daria o trabalho de lhe explicar.

— Querendo ou não, vou caminhar com você. Tem tempo que não conversamos. Acho que uns cinco meses.

Uau! Ele estava contando?

— Tudo bem então. — a garota deu de ombros.

O silêncio reinou ali. Pólen continuava andando com as mãos para trás, enquanto Louis a observava a cada dez segundos pelo canto dos olhos. Pólen era sempre muito extrovertida, principalmente com ele, mas já tinha um certo tempo que ela se fechara. Onde estava aquela menina doce e atenciosa? Sem contar seu lado sarcástico que ele amava.

— Você...continua desenhando nas horas vagas? — perguntou para quebrar o gelo.

— Sim, mas ultimamente não tive muito tempo pra isso. Estou ocupada demais pensando que estou velha pra me casar.

— Você não está velha. Eu tenho mais de vinte anos, e olha pra mim.

— Homens são diferentes. — deu de ombros. — Quanto mais velho, melhor.

Ele coçou a nuca.

— Júlia tem quantos anos? Dezesseis?

— Sim.

— Parabéns, pegou a menina em ótima idade.

— Mas eu não ligo para essas coisas.

Pólen parou de caminhar por um momento e se voltou para ele. Comprimiu os lábios.

— Sabe, fico me lembrando de quando éramos crianças.

— Você era insuportável. — não deixou de sorrir.

— E você era muito mandona. Não que isso tenha mudado.

— Idiota. — socou seu braço.

— E continua sendo forte. — gemeu passando a mão pelo local.

— Brinca comigo pra ver. — alertou, rindo.

— Prefiro não arriscar.

Os dois continuaram andando tranquilamente.

— Ainda tenho um desenho seu guardado. Fica dentro do meu livro preferido.

— Uh, estou surpresa.

— Eu disse que o guardaria.

— Quando criança. Não precisa se sentir obrigado agora.

— Não estou guardando por obrigação.

Aquilo fez seu coração acelerar. Ele havia guardado algo que ela fizera há anos.

— Lembro que era meu aniversário, e você disse que eu merecia algo especial.

— É. — assentiu, desviando o olhar.

De repente, ambos ficaram um pouco envergonhados. Mas Louis continuou falando.

— Quando completei dezesseis anos, você havia me dado uma carta e... — hesitou, mordendo o lábio. — ...foi nosso primeiro e único beijo.

Os olhos dela se arregalaram. Ele ainda se lembrava desse fato. Mas ainda soava doloroso demais para ouvir. Quis chorar, e socá-lo por isso.

Louis se aproximou da ruiva, que permaneceu imóvel, observando cada passo dele. Recuou um pouco, mas Louis avançou mais uma vez. Ela então foi caminhando para trás, tropeçando numa pedra e gritou de dor. Seu tornozelo havia torcido. O loiro caminhou mais depressa até ela e a segurou nos braços. Pólen se rebateu, mas ele a apertava mais ainda. Desistiu. Ainda que ele a soltasse, não conseguiria andar de volta para o acampamento. Apenas franziu o cenho, o amaldiçoando por tê-la feito tropeçar. Louis subiu no cavalo e a posicionou à sua frente, quase deitada em seu colo. Pólen estava se sentindo um bebê, e odiava isso. Mas o loiro a ignorou e deu ordem para o cavalo andar devagar, não queria que a jovem sentisse dor se corresse.

To Be Continued...
...
Hello!
Gostaram do capítulo voltado para o Louis e a Pólen? Espero que sim.
Não tenho muito o que dizer, então: até mais ver!
Bye bye

;)

Minha Princesa: a história de Emma - MiraculousWhere stories live. Discover now