⋆⊰ Capítulo 78 ⊱⋆

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Sob o parcial sol, me sento em frente a lápide de meu pai

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Sob o parcial sol, me sento em frente a lápide de meu pai. Por alguma razão senti a necessidade de vir até aqui, tenho a necessidade dos seus conselhos, mas como não posso tê-los, quero me sentir perto dele.

Luke Wilson

"Amado Pai"

Vir até aqui e ler o que há em sua lápide é algo que sempre machuca muito. Não é a realidade que eu quero, mas é a que tenho e não posso mudar isso.

— Era você naquele sonho, não era? Quando eu estava no hospital. — Balbucio ao vento e o arquejo que sinto em receber uma resposta é angustiante. — Tem tantas coisas que eu queria compartilhar com você. Como minha vida tem mudado, sobre meu casamento. Queria muito poder ver como Ryan pediria minha mão ao senhor. — Rio inconscientemente, tendo essa visão em minha mente. Uma simples visão. — Queria seus conselhos. Eu pude encarar ela pela primeira vez, mas agora que as coisas estão claras, eu não sei como fazer isso de novo. O que eu faço, pai?

O embargo toma minha voz e enterro as unhas no chão, apenas desejando que esse peso me deixe, que vá embora.

— Fala comigo, por favor...

Minha clama é levada pelo vento e nada me traz a resposta. Eu não vou ouvir sua voz, não importa o quanto eu implore por isso.

Tento me recompor e afastar esse desespero que me puxa para o sofrimento. Convenço a mim mesma em mente várias vezes "ele não está aqui", mas me lembro daquele sonho, quando ele me disse que sempre estaria comigo.

Arqueio um pouco a cabeça para trás e deixo os poucos raios de sol abrangerem minha face. O calor acaricia minha pele, secando as lágrimas, o cheiro das margaridas que trouxe para deixar aqui penetra meu ar e por um instante tenho paz. Não é a paz que acalenta meu coração, mas que me acalma.

Abro os olhos ao ouvir passos se aproximando e logo sinto alguém se sentar atrás de mim, braços envolvendo minha cintura com carinho.

Ryan não diz nada, apenas beija delicadamente minhas lágrimas e apoia seu queixo em meu ombro, sua presença me sendo acolhedora.

— Como foi? — Questiono, tocando suas mãos.

— Foi... bom. — Sua voz me diz que algo o aflige, mas não sei dizer se é relacionado a sua mãe ou a como estamos agora. — E aqui?

— Como deve ser.

Encaro o túmulo com saudade. Um abraço dele. Um abraço era tudo o que eu precisava agora.

— Eu vou cuidar bem da sua filha. — Ryan murmura de repente e o fito sobre meu ombro com surpresa, ganhando um sorriso tímido. — Sempre vou.

Ele ajeita uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e esboça imensa emoção nos olhos.

Sei que Ryan gostaria de me dizer algo para me confortar, mas não o faz. Ele simplesmente me abraça, demonstrando seu apoio a minha dor, pois sabe que não há consolo para tal coisa. E me permitir sentir seu apoio, me conforta de muitas formas.

Luzes da VidaWhere stories live. Discover now