Poucos lugares no mundo
Transmitem tanta paz
Igual à que encontro na janela do meu quarto
Daqui vejo os ipês-amarelos
Tão robustos, tão solares
Lá agora é a nova casa das maritacas...
Da minha janela observo
As crianças indo para a escola
Discutindo gigantescos problemas
— Será que ela vai sentar do meu lado hoje? —
Como tenho saudade de ser criança!
Da minha janela vejo a civilização
Soltando roncos enquanto queimam combustíveis e se deslocam
Em contraste a isso
Seguem as nuvens
Brancas, lentas.
Quase imóveis
Parece que desafiam a constante correria da modernidade
Da minha janela sinto
O soprar carinhoso do vento
A bagunçar os meus cabelos
Aumentando a entropia
Lá na rua passa um casal
É tão bonito ver o amor
Fico a imaginar o tanto de planos que eles têm
Como é gostoso andar de mãos dadas!
Minha janela é meu refúgio
Nela não penso no boleto
Não penso no relógio
Não penso
Apenas aprecio
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A beleza das coisas mais simples
PoetryNessa coletânea de poemas que escrevi ao longo dos anos tento mostrar um pouco da minha visão de mundo. Em um mundo às vezes tão cheio de cobranças, é bom tentar levar as coisas da forma mais leve possível. Olhar a vida com os olhos repletos de amo...