𝟕

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Na manhã de sexta-feira, enquanto os raios fracos de sol banhavam o quarto do ômega escapando pela brecha da cortina, Louis se remexeu na cama, pela primeira vez depois de uma longa semana ele não sentiu calor algum, sentindo a pele gelada do corpo nú em contato direto com o ar frio.

Inconscientemente se encolhendo e puxando mais o cobertor sobre si, tentando se aquecer um pouco. Se sentindo cansado e dolorido, o cio sempre é um período exaustivo para os ômegas.

Depois de algum tempo, não conseguindo dormir novamente, provavelmente por já passar do horário abitual de que ele geralmente acordava, o ômega suspirava de olhos fechados, agora um pouco mais consciente, ele recaptulava os últimos dias em sua mente com calma.

Desde estar junto a Harry, sendo beijado, abraçado e recebendo tanto carinho do alfa. Louis simplesmente não consegue parar de pensar no alfa cacheado, na boca gostosa e que o beijou tão bem, o deixando suspirando e entregue nos braços do maior.

Se lembrando de como se sentiu confortável e tranquilo no abraço do alfa, a barriga com borboletas voando e brincando dentro dela. Ele se lembra muito bem de já ter sentido isso antes, e não foi com o seu ex namorado Oliver, sorrindo bobo ao perceber que esse era o mesmo sentimento que ele tinha quando era criança, quando mesmo inocentemente ele amava Harry.

E agora depois de tantos anos separados, o alfa estava despertando o mesmo sentimento novamente em Louis. Fazendo seu coração disparar e se acalmar rapidamente e seu peito esquentar toda vez que ele pensa em Harry.

Louis não consegue parar de pensar nos cachos achocolatados, na pele leitosa com bochechas rosadas e covinhas fundas, no maxilar marcado e olhos tão verdes e brilhantes como esmeraldas. Harry é completamente lindo, parecia uma daquelas esculturas antigas do artista Michelangelo. A sua beleza deixa o ômega completamente atraído, mas principalmente gostando do seu jeito gentil e carinhoso, não tendo perdido aquele toque doce que ele tinha quando eram mais novos, fazendo Louis piscar e suspirar apaixonado, porque o alfa é tão lindo por dentro quanto é por fora.

Mas então ele sentiu suas bochechas quentes ao se lembrar da vergonha que passou na casa ao lado, entrando no cio na frente do cacheado e chamando por ele, gemendo o seu nome tão necessitado durante todos esses dias, grunindo frustado ao esconder o rosto no travesseiro, porque ele não acha que consegue olhar no rosto do alfa depois disso, estando tão constrangido como nunca.

E Anne?!

Sua mãe o garantiu que o alfa não havia ficado em casa durante o cio, mas a beta com certeza não abandonou a residência, o que ela pensaria de Louis agora?! Provavelmente deve ter ouvido a maioria das coisas que o ômega gemeu para o seu filho, chamando pelo filho dela. Ele começa a pensar se consegue fugir e se esconder da vizinha – aliás, de todos os vizinhos. – até o próximo século.

Bufando, porque não, ele provavelmente não poderia e nem conseguiria se pudesse. O único jeito é encarar a todos e aceitar a vergonha. Todos o ômegas possuem cios e ele com certeza não deve ser o único a ter passado por isso.

Suspirou e retirou o cobertor de cima do próprio corpo, novamente sentindo frio, se espreguiçando a princípio, mas rapidamente levantando e esticando todo o corpo magro cuvilíneo, então andando pelo quarto, até a sua mesa pequena de estudos, achando o seu celular abandonado em cima da mesma. Sorrindo quando viu algumas mensagens carinhosas de Niall, bufando também quando no final delas ele dizia estar animado para lhe contar algo que aconteceu nesses dias em que o ômega esteve ausente, mas alegando que só diria quando eles se vissem novamente depois do cio.

Deixando o telefone em cima da bancada novamente, caminhando até o próprio banheiro decidido a tomar um banho antes de começar o dia definitivamente. Pegando uma toalha limpa dentro do pequeno armário em baixo da pia, se olhando no espelho e abrindo um sorriso satisfeito, pelo menos ele não estava tão acabado como imaginou que estaria.

Ligando a torneira e enchendo a sua banheira, ela não era muito grande, e nem precisa ser porque ele também não é, mas ela é simples e adequada, servindo para o ômega e seus propósitos.

Ele entrou dendro da água quentinha, depois de ter derramado um pouco de sal de fruta de morango, gostando de como isso potencializava o seu cheiro, formando uma singela espuma por cima, relaxando ao fechar os olhos e se afundar até as clavículas delineadas, aproveitando e sentindo o cansaço esvair junto com o vapor que subia e nublava o banheiro.
Deixando a sua linda pele suavemente bronzeada cheirosa e limpa, lavando também os cabelos macios, ficando devidamente banhado. Depois se secando e passando creme no corpo magro, principalmente nas coxas fartas e grossas, passando sua peça íntima pelas pernas e se espremendo em seus jeans justos, logo após cobrindo o tronco com um moletom quentinho e confortável.

Descendo então para a parte de baixo da casa, ouvindo a voz doce e melodiosa da sua mãe enquanto ele ainda estava na escada, seguindo o som da música tão conhecida e amada de Johannah, vendo a mãe na cozinha, de costas para a entrada e fazendo algo no fogão, o cheiro de panquecas de chocolate espalhado por todo o cômodo

- I have a dream, a song to sing, to help me cope, with anything – A ômega mais velha cantava, sua voz afinada e suave resplandecendo entre as paredes - If you see the wonder, of a fairy tale, you can take the future, even if you fail

Louis ama ouvir a sua mãe cantar, ela tem algo na voz, o som é sempre tão lindo e sereno, o acalmava por inteiro, é reconfortante e amoroso, é como amor de mãe. E essa música é especial para Jay e seus filhotinhos, a mais velha canta ela sempre para eles quando um dos filhos precisa do seu amor, soando tão carinhosa em cada verso.

- I believe in angels, something good in, everything I see – Louis cantarolou junto a mais velha, se fazendo presente e recebendo um sorriso amoroso da ômega quando ela o notou ali, terminando juntos aquela parte – I believe in angels, when I know the time, is right for me – Abraçando sua mãe quando alcançou a mesma perto do fogão, recebendo um carinhoso beijo na testa e o devolvendo na bochecha macia – I'll cross the stream, I have a dream.

- Bom dia, mon chéri – Jay saudou, acariciando o rosto do filho com os polegares amorosos, afagando sob as bochachas coradas, acentuadas e macias e então pela pálpebra, beijando novamente sobre a ponta do nariz empinado – Dormiu bem, meu amor? Sente-se melhor?

- Sim, mamãe, muito melhor – O ômega sorriu, então olhando em volta para o lugar, a casa estranhamente silenciosa – Onde estão as meninas?

- As gêmeas estão com o seu pai em Cruweh, achei melhor que elas não estivessem aqui durante o seu cio, e seu pai disse que ia leva-las a casa do lago da Valerie, talvez elas voltem semana que vem, e Lottie e Fizzy estão na escola. – A ômega mais velha respondeu, enfim retirando a panqueca que acabou queimando na frigideira, mas não se importando porque já havia feito o suficiente para si e seu filhote. Pegando os dois pratos com pequenos montinhos e pondo-os na mesa em seus lugares, com um frasco de melado para usarem juntos

O ômega concordou com a cabeça para o que a mãe disse, suavemente agradecendo a mesma pela refeição, então mastigando um pedaço e sorrindo deleitoso com o gosto ótimo que elas tinham.

Louis não tinha o que reclamar de seu pai, apesar de lembrar de que gostava quando ele e sua mãe estavam juntos, mas acabaram se separando quando Daisy e Phoebe tinham apenas um, quase dois anos.

Sua mãe acabou ficando com as crianças, sem poder se separar de seus filhotinhos, enquanto Mark tentava se fazer presente do jeito que conseguia, tendo se mudado para Cruweh e conhecido outra ômega na cidade. Valerie era legal, tinha a mesma idade da sua mãe e era tão gentil quanto, mesmo que Louis absolutamente preferisse a sua mãe, obviamente.

Mark e Johannah mantiveram um relacionamento amigável apesar da separação, o alfa sempre ajudando quando precisa com os filhos. Eles não tinham uma marca, e apesar de tudo, não foi tão doloroso como poderia ser se tivessem uma.

Uma marca é algo sério, uma ligação de almas, é quase impossível de quabrar e quando tentam é doloroso ao extremo, não só fisicamente como sentimentalmente, principalmente para os ômegas, porque eles sentem que precisam e ficam ainda mais dependentes dos seus alfas se são abandonados.

Mesmo assim o ômega gostava e desejava uma marca para si, sonhando com quando ele tiver uma, com o significado tão bonito, o amor verdadeiro entre duas pessoas, confiando sua alma e coração ao outro, como a ele também sera confiado as mesmas coisas. Louis é romântico quanto a isso, mesmo que haja medo de que aconteça a mesma coisa que aconteceu com a sua mãe. Se separar e ser trocado por outra pessoa, sozinho e com filhotinhos para cuidar.

Suspirando, o ômega sorriu ao sentir pelos macios sendo esfregados em suas pernas, se abaixando e vendo Snow contornado entre seus pés e esfregando o pequeno corpo em Louis com saudade, enrolando o rabo em sua panturrilha, miando para chamar a sua atenção.

Pegando o felino no colo e o colocando sobre suas coxas, acariciando por trás das orelhinhas brancas felpudas enquanto o gato ronronava entrege, amando como o seu dono cuidava dele, cheio de saudade do seu humano, empurrando o pequeno rostinho nas palmas do ômega, roçando o focinho rosa e gelado sentindo o cheirinho que ele tanto ama. Nem mesmo parecia aquele gatinho arisco, que empinava até mesmo o nariz para qualquer um, sendo metido até mesmo quando andava pela casa.

Então terminando as carícias com um toque suave no narizinho rosado e gelado, colocando o mesmo no chão novamente, o vendo andando até a sua tigela novamente com o rabo empinado e andar tipicamente convencido. Louis ama o seu gatinho metido.



Pela tarde o ômega caminhou calmamente pelas ruas de Holmes, apenas algumas na verdade, até a confeitaria da sua mãe, o prédio charmoso e bonito perto de uma pracinha bem cuidada e florida. Com as bochechas coradas e até a ponta do nariz arrebitado em um tom suave de vermelho, com um pouco de frio pelo vento gélido apesar do dia ensolarado.

Erguendo as sobrancelhas surpreso quando abriu a porta do estabelecimento, fazendo o sininho soar fino dentro do local, vendo Harry ali no balcão, sorridente ao entregar uma caixa rosa com alguns bolinhos decorados dentro para um homem alto de meia idade.

Então o alfa cacheado o olhou em seguida quando sentiu o cheiro do ômega invadir suas narinas, o procurando mas não demorando ao encontra-lo, vendo Louis parado ali na porta, tão lindo como nunca, e Harry pode finalmente matar a saudade da imagem do menor, sorrindo ainda mais largo com suas covinhas charmosas visíveis, sentindo seu peito esquentar só por ver Louis ali.

O ômega apenas sorriu suavemente, as bochechas ainda mais coradas de vergonha quando ele se lembrou de todas as vezes que chamou pelo alfa durante o cio, brincando com os curtos dedinhos dentro do bolso do moletom constrangido enquanto andava até o balcão

- Boa tarde, bem vindo ao Doux Revê! – O alfa saldou brincalhão quando o ômega chegou perto dele. Suas formiguinhas internas pirando com o cheiro único de morangos tão perto dele

- O-oi Harry – Sorriu sem jeito – O que faz aqui?

- Bem, trabalhando aparentemente – Riu baixinho, suspirando apaixonado quando arrancou um risinho do menor – Tudo bem? Está melhor? – Perguntou e viu o ômega assentir com a cabeça, piscando os cílios esvoaçantes sobre a pele brilhosa das bochechas acentuadas

- Minha mãe ‘ta ai? – Louis perguntou, tentando não relembrar sobre o cio, ou provavelmente ele correria para longe do cacheado por pura vergonha

- Ela está la atrás com Maria, elas estão batendo a massa de uma nova fornada de bolinhos – O alfa cacheado apontou com o polegar da mão esquerda para a porta que ficava atrás do balcão, a mesma que da acesso a cozinha da confeitaria

- Obrigado – Sorriu agradecido, passando por trás do alfa, atrás do balcão, caminhando enquanto murmurava um singelo – Com licença – Para o cacheado, então seguindo para a porta e entrando pela mesma. Não percebendo quando Harry lambeu os lábios desejosos, admirando o balançar da bunda empinada enquanto o menor caminhava, piscando os olhos verdes enfeitiçados.

Louis viu sua mãe de olho na batedeira, com Maria na bancada grande de inox enchendo mais uma medida de farinha no recipiente adequado, as duas com os seus aventais rosados porém limpos, então a beta entregou logo depois a medida para a ômega mais velha, que colocou cuidadosamente dentro da batedeira, não deixando que sua receita fique pesada de mais.

- Mamãe? - Louis chamou a atenção da mais velha, ganhando um sorriso amoroso da mesma e da companheira quando o viram ali

- Oi querido, tudo bem? – Jay falou, voltando a prestar atenção em seu trabalho novamente depois. O ômega foi até Maria, sorrindo simpático e gentil ao beijar a beta na bochecha com carinho, recebendo um abraço apertado da mesma, se comprimentando. – O que faz aqui?

- Eu estava com tédio, Charlotte e Felicité estão assistindo filmes de terror e eu não consegui estudar com os gritos delas e dos filmes. Então resolvi vir ver se precisam de mim, você sabe que eu gosto de estar aqui.

- Mon prince, eu amo te ter aqui comigo, se você quiser pode ajudar o Harry no balcão, nós estamos com as massas sob controle aqui atrás – Sua mãe sorriu ao oferecer, dando uma piscadinha para o ômega em seguinda, fazendo o menor rolar os olhos e rir baixo entendendo o que ela queria dizer, concordando por fim.

Voltando para trás do balcão, recebendo um sorriso largo do cacheado, as covinhas charmosas afundadas abaixo das bochechas leitosas, o correspondendo então com outro sorriso singelo e acanhado, Louis ainda não sabe se consegue olhar para o alfa sem pensar nas coisas que aconteceram no cio.

Indo até um pequeno prendedor na parede onde estava pendurado um avental igual ao das mais velhas, em um rosa bebê bonito com detalhes em renda branca bordada, vestindo-o e amarrando em suas costas, olhando para Harry e vendo que o mesmo o observava com atenção, os olhos verdes até mesmo brilhavam em adoração para o ômega a sua frente

- Tudo bem? – Louis perguntou em um tom divertido com uma das sobrancelhas levantadas, fazendo o alfa sair do transe e abrir um sorriso charmoso concordando com a cabeça. Então reparando que o outro não usava um avental para trabalhar como os outros – Por que você não tem um também?

- Eu tentei vestir esse que está usando, mas não serviu, então Jay mandou fazer outro sob encomenda – Harry respondeu, então comprimentando uma cliente que pediu por duas fatias de bolo de coco com calda de leite condensado, servindo para ela.

O alfa realmente não se importaria de ter que usar aquele avental tão delicado, ele não é do tipo que liga para cores e delicadeza, mas infelizmente o mesmo não serviu realmente, as tiras nem mesmo chegando perto uma da outra atrás das costas largas do alfa.

- E como mandou fazer? Super másculo, com labaredas de fogo, caveiras e- – O ômega foi cortado enquanto caçoava do maior

- Borboletas, flores, passarinhos, tudo que um alfa tem direito! – Harry riu, levando o de olhos azuis rir junto enquanto concordava com a cabeça – Acha que eu vou ficar bonito? Sabe, preciso manter o meu charme, hum?

- Yeah, com certeza – O ômega riu, suas ruguinhas aparecendo em baixo dos olhos apertados, deixando o alfa completamente bobo e apaixonado, porque cada pedacinho de Louis é perfeito – O seu charme de alfa vai estar intacto!

- Obrigado, obrigado, eu realmente tenho que zelar por ele. – Piscou para o menor, recebendo um revirar de olhos do mesmo, mas em seguida uma risadinha saiu dos lábios rubros, a mão por cima de um sorriso docemente alegre

E Harry percebeu que o ômega tinha aquela mania algumas vezes, de esconder os seus sorrisos e risadas com a mão, ele poderia até mesmo dizer que é um crime isso, porque Louis tem simplesmente o sorriso mais lindo do mundo.

- Queridos?! – Jay apareceu depois de algum tempo, enquanto eles atendiam duas senhoras amigas, Louis pegando as xícaras nos pires para que elas tomassem seu chá e Harry separando dois pedaços de torta de maçã para as mesmas. Quando eles terminaram, deram atenção a ômega mais velha - Vocês podem por o lixo para fora, por favor? – Ela perguntou e sorriu satisfeita quando os mesmos concordaram, então a mais velha tomou o lugar dos dois no balcão enquanto Louis e Harry seguiam para fora, na parte de trás do estabelecimento.

O ômega tentou levar um dos sacos grandes para colocar na lata de lixo, mas Harry não deixou, tirando das mãos dele e dando um saco menor, pequenino na verdade, e mais leve para Louis levar, recebendo um bufo, braços cruzados e nariz empinado do mesmo.

- O que?! – O alfa perguntou, rindo baixo por ver o ômega daquele jeito bravinho que o deixa tão lindo – Eu não vou te deixar levar um saco maior do que você, Lou, esse é mais condizente.

O mais velho apertou as sobrancelhas sobre os olhos azuis surpresos, a boca abrindo e fechando em seguida, as bochechas coradas e infladas em aborrecimento. Murmurando um “hunf” em seguida, soltando o pequeno saco na lata adequada e voltando novamente com o nariz empinado

- Pois então boa sorte para levar todos esses sacos de lixo sozinho, ja que você é um maior do que eles – Louis sorriu maldoso, o ar de desdenho em que ele se portava ao ofender o alfa.

Mas não atingindo o seu objetivo completamente quando a provocação não mais fez do que abrir um sorriso charmoso e assanhado em Harry, o alfa gostando de ver como Louis ficava tão lindo e sexy bravo, braços cruzados sob a barriga lisa, se apoiando em uma perna fazendo a coxa grossa tencionar, o nariz lindamente empinado e metido com a sobrancelha direita levantada presunçosa, os lábios rubros e cheirosos ainda em um meio sorriso atrevido. Um verdadeiro gatinho metido e arisco.

- Você fica uma gracinha todo bravinho desse jeito, sabia? – O alfa sorriu charmoso, uma covinha bonita despontando abaixo de sua bochecha, caminhando até o ômega devagar e aumentando o sorriso quando viu Louis fingir não se importar com o seu elogio, dando de ombros e virando o rosto delicado para o outro lado. Harry colocou as mãos com cuidado em volta da cintura fina do menor, fazendo Louis se arrepiar e estremecer, suas borboletas voando dentro da barriga, mas mesmo assim sem perder a pose – E é muito mais lindo assim de perto – O alfa abaixou a cabeça falando baixo perto do ômega, encantado com os olhos azuis tão bonitos e profundos abaixo dos cílios compridos, roçando o lariz pelas bochechas coradas dele, a pele macia até mesmo tinha um brilho dourado quando era iluminada com os raios já fracos do sol,   sentindo aquele aroma tão gostoso que o deixava enfeitiçado – Tão cheiroso... – Respirou fundo, se inebriando, então beijando devagar a pele cheirosa, uma, duas, três vezes, amolecendo o menor com aqueles carinhos – Sorri pra mim? Por favor, moranguinho, tenha misericórdia do meu pobre coração...

Louis não precisou de muito mais, perdendo a postura de antes e amolecendo completamente nos braços amorosos do alfa, sorrindo largo e rendido para o mesmo, sendo surpreendido com um beijo de repente, os lábios cheios do alfa selando os seus primeiramente, duro mas depois sendo mais delicado ao pressionar suas bocas juntas.

O ômega demorou até entender, mas então sedendo quando sentiu a ponta da língua de Harry roçar em seu labio doce, lhe dando passagem e o beijando de volta, passando os braços por trás do pescoço do alfa e agarrando os cachos com os dedos delicados, sentindo o maior o apertar em seus braços, como se Louis pudesse fugir, o que com certeza não aconteceria já que ele estava completamente entregue ali.

Parando quando precisavam de ar, mas logo voltando para mais, trocando beijos ruidosos e cheios de volupia, porque mais do que o ar que eles respiravam, eles precisam um do outro. Harry sente, estando totalmente apaixonado pelo ômega, ele sabe que está porque nunca parou de sentir isso, desde que eram crianças tão inocentes e mesmo assim o seu coração já ardia em sentimentos apenas porque o seu pequeno e adorável amiguinho sorria ou pegava na mão dele, a diferença é que agora ele não sabe se sobreviveria caso Louis fosse embora de novo.

A semana do cio foi tão horrível, ele queria o tempo todo estar com o ômega, ou pelo menos sentir o cheiro dele, já que na casa do amigo não havia nem mesmo resquícios dele, o que o salvou provavelmente foi a blusa que ele usava enquanto eles se beijavam no seu sofá da sua casa, porque ela acabou ficando com um pouco do cheiro de Louis, e o alfa estava completamente dependente dele.

O alfa tomou com cuidado o rosto delicado do menor nas mãos, sorrindo quando percebeu os lábios inchados e mais avermelhados depois dos beijos que trocaram, sorrindo juntos e trocando pequenos selos demorados, sem conseguirem se separar mesmo que tivessem que terminar de fazer a tarefa. Beijando cada pedacinho do rosto bonito do ômega, nas bochechas coradas, no narizinho empinado com a pontinha de botão também avermelhado pelo frio, sobre as palpebras macias e até mesmo afastando a franja bonita para beija-lo pela testa. Parecia que ele era feito de porcelana, que a qualquer toque mais duro poderia quebra-lo.

Louis suspirava entregue, gostando do carinho e dos beijos, ficando manhoso sentindo quando enquanto os polegares do alfa o acariciavam ele foi beijado novamente na boca, com calma e delicadeza, os narizes se tocavam e ele foi abraçado novamente pela cintura.

Louis honestamente gosta de como o alfa o trata com carinho, quando o toca de um jeito tão amoroso e com cuidado. Ele pode até dizer que se sente carente, querendo mais e mais disso, porque por anos ele esteve com alguém que nem mesmo o elogiava direito, não o tocava direito, e agora ele tem Harry, que é completamente o oposto de Oliver, elogiando, o beijando e o tratando com carinho, com tanto amor em cada toque e palavra que lhe é dirigida. O faz pensar em como pode aceitar aquilo por tanto tempo, aceitando algo que poderia ser tudo, menos amor.

- Vocês são muito lindos, eu tenho que dizer. – Jay apareceu assustando os dois, com um sorriso divertido e uma mão na cintura, pegando os mais novos daquele jeito, vendo quando Louis se envergonhou murmurando um “mãe!” escondendo o rosto no pescoço do alfa – Mas, Harry, eu não estou te pagando para ficar beijando o meu filho, por favor, volte ao trabalho.

- Sim, senhora. – O maior respondeu, com um riso divertido, mas convencidamente levantando o rosto do ômega e selando rápido seus lábios novamente. Então voltando para onde faltava dois sacos de lixo para por na lata, os jogando lá e voltando para dentro junto com os outros dois.



No sábado, Louis estava deitado no próprio quarto depois do almoço, sem fazer algo realmente, ouvindo a cantoria de Charlotte no banheiro enquanto tomava um banho demorado, e Fizzy jogando um jogo barulhento na televisão da sala, e o ômega mais velho sorriu, não imaginando como poderia ser um sábado silencioso sem suas irmãs e a casa cheia.

Pegando o celular quando ouviu o mesmo tremer um pouco sobre o seu criado mudo, vendo que era uma mensagem de Harry, sem conter um sorriso contente por isso, lendo quando o alfa o perguntou se teriam a aula de reforço naquela tarde como tinham combinado antes, então confirmando aquilo, vendo que faltava apenas meia hora para o horário combinado, entrando dentro do próprio banheiro e se preparando para tomar um banho antes de se encontrar com o alfa na casa dele.

E Harry também estava em seu próprio quarto, sorrindo mais do que suas bochechas aguentariam, se jogando na cama alegre, com apenas uma toalha cobrindo seu quadril nu depois do banho, esperando ainda algum tempo até se trocar, passando uma boa quantidade de perfume, secando os cachos com cuidado, realmente querendo encantar o ômega, sabendo usar o seu charme.

Apesar de que ele tem noção de que precisa mesmo estudar, mas só de pensar em estar tão perto de Louis novamente, só os dois sozinhos em seu quarto, trás aquela sensação, aquele sentimento que faz o peito aquecer e formigas andarem em sua barriga. Pensar em Louis sempre o fez se sentir assim, seja com sete ou dezessete anos, é algo que nunca acabou, e nem vai.

Bons minutos depois, quase pontualmente as três horas da tarde, o ômega apertou a campainha da casa ao lado, batucando a ponta dos dedos pequenos sob o livro grosso de química junto do próprio caderno, se sentindo ansioso enquanto esperava pelo alfa abrir a porta.

E quando Harry abriu a porta, sorrindo apaixonado com direito a covinhas charmosas e tudo. Ele realmente perdeu o fôlego, e honestamente Louis sempre o fazia perder o ar, porque a cada dia ele ficava ainda mais lindo, estando agora com uma blusa de linha branca quentinha que estava adoravelmente acima do seu tamanho, os lábios em um sorriso bonito e brilhoso com seu brilho labial de melancia, olhos tão azuis quanto o céu abaixo de uma meiga franja de lado.

Louis também não estava diferente do estado do alfa cacheado, completamente atraído pelo mais alto, tão confortável em uma calça de moletom e camiseta gasta dos Rolling Stones, tão cheiroso e bonito, o ômega não conseguia não sentir vontade de apenas se aconchegar a ele na cama.

Eles subiram juntos para o quarto do cacheado, e quando entraram Louis suspirou observando em volta, fazia anos que ele não entrava naquele quarto, mesmo que esteja um pouco diferente, ainda assim passava um sentimento bom estar ali, uma parede pintada em um cinza claro enquanto as outras três eram brancas, algumas prateleiras com alguns livros, porta retratos e uma câmera fotográfica, a cama que agora é de casal, uma bancada e o guarda roupa, coisas realmente simples mas que lembravam bastante o alfa.

- Gostou? – Harry perguntou, quando percebeu o ômega olhando em volta, recebendo um aceno positivo como resposta

- Parece que estou tendo um dejavu. – O menor riu baixo sentando-se ao lado do alfa na cama, recebendo inesperadamente um beijo singelo na bochecha, ruborizando em seguida mas sorrindo contente, olhando para o cacheado em seguida fazendo uma falsa cara de chateado – Não posso te beijar hoje.

- Por que? – Pressionou as sobrancelhas

- Porque preciso te ensinar química e não podemos perder o foco. – Falou erguendo os ombros, fazendo o alfa revirar os olhos rindo mas concordando meio desgostoso

- Não tem química maior do que a nossa, moranguinho – O alfa levantou e abaixou as sobrancelhas para o ômega, sugerindo aquilo, levando o mesmo a rir da cantada barata e fazer uma careta

- Desculpa, garotão. – Louis riu, mas roubou um beijo rápido do alfa o surpreendendo, levantando da cama em seguida antes que Harry continuasse aquilo, porque o ômega honestamente não acha que consegue resistir aos beijos dele.

Então eles abriram os cadernos e os livros na bancada do alfa, Louis o explicou sobre algumas coisas basicas primeiramente com calma, sorrindo quando Harry concordava quando era perguntado se estava entendendo e respondendo algumas perguntas corretamente mostrando que realmente estava, deixando o ômega contente, passando alguns exercícios simples para o alfa responder, apenas para entender quais eram as dificuldades que ele tinha.

Passando um bom tempo juntos e concentrados naquilo, Harry ficando cada vez mais encantado com a inteligência do ômega, como ele conseguia o ensinar e tirar suas dúvidas sem problema algum, também calmo ao chamar a sua atenção quando o cacheado se perdia ao admira-lo quando estavam tão perto um do outro, apaixonado pelos olhos azuis e como os cílios meigos varriam as bochechas coradas e cheirosas, e Louis tinha que faze-lo voltar a prestar atenção na aula.

- Se eu acertar esses, posso te beijar? – O alfa perguntou levantando as sobrancelhas interessado, depois de receber alguns exercícios para responder. Era cômico como ele parecia cada dia mais domado pelo ômega, abrindo um sorriso satisfeito quando Louis mordeu o lábio inferior e devolvendo o sorriso concordando em seguida. – O quanto eu quiser?

- Yeah – O menor aproximou o rosto do cacheado, rindo baixo quando ele ficou parado e apertando um bico engraçado achando que ia ser beijado, mas bufando quando Louis apenas beijou sua bochecha – Mas tem que acertar todas, sem nenhum errinho, hum? – E o alfa concordou prontamente, se concentrando novamente no caderno

Louis levantou da cadeira enquanto isso, alongando o pequeno corpo e bocejando, um pouco cansado depois de se concentrar na aula, andando até a janela aberta do quarto do cacheado e respirando fundo, observando entre os galhos grandes da árvore a janela do seu próprio quarto também, sorrindo ao ver Snow entrando nele e caminhando despreocupado, subindo em cima da sua cama e se aconchegando para dormir em seu travesseiro, aproveitando o cheirinho de morango que ele gostava tanto.

Pegando um dos livros da prateleira, se surpreendendo quando viu que na verdade era um album de fotos, não muito grande mas bem encapado e com adornos em dourado sobre o couro sintético vermelho, estando curioso sobre as coisas de Harry, mas o alfa não ligava realmente sobre ele mecher ali, andando até a cama do cacheado e sentando nela novamente, cuidadosamente retirando os keds dos pés e ficando com as meias brancas para não sujar a colcha quando se deitou ali, cheirando discretamente o travesseiro do cacheado, sorrindo gostando de como era bom, sentindo-se confortável enquanto olhava as fotos do álbum

Achando graça quando viu uma foto em que o pequeno alfa estava segurando uma tarantula na mão e o seu rosto era um misto de apavoramento e excitação, se lembrando de que estavam juntos naquele dia, de como os pequenos ficaram com medo da aranha, o ômega se escondendo para não chegar perto dela enquanto o alfa exibido quis se mostrar corajoso ao segura-la, ganhando um beijinho inocente do – muito, extremamente – doce amiguinho por conseguir.

E então passando mais algumas fotos e encontrando uma dos dois juntos, na sua festa de aniversário de oito anos, a última antes do ômega ir embora, Harry tinha o primeiro pedaço do bolo em suas mãos e um sorriso contente com covinhas fofas no rosto, enquanto o pequenino amigo tinha um meigo bico selado em suas bochechas leitosas, ambos com os olhinhos fechados aproveitando o momento.

O ômega suspirou, passando a mão sobre o plástico em cima da fotografia, sorrindo analisando como eles estavam felizes, duas crianças que embora muito inocentes, estavam apaixonadas, se lembrando de como era bom sentir aquilo mesmo tão jovem. Sentindo quando seu peito aqueceu e as borboletas na barriga voaram, olhando para o alfa cacheado concentrado em sua tarefa, levantando da cama deixando o álbum de lado, indo até Harry e o abraçando por trás, fazendo ele sobressaltar com o susto mas se acalmar em seguida quando o rosto do ômega se apoiou em seu ombro carinhosamente.

- Terminou? – Louis perguntou baixo enquanto roçava os lábios perto da boca do alfa, o seduzindo e provocando

- Acho que sim – O alfa murmurou, sorrindo quando virou o rosto e eles tocaram os lábios, mas rosnando baixinho quando o ômega se afastou e pegou o seu caderno para conferir, esperando pacientemente porque ele deu o seu melhor. Honestamente, beijos em troca de respostas certas é o melhor método de estudos que ele já teve. – E então?

- Você errou a nomenclatura das ultimas duas. Hazzy, precisa decorar os prefixos e sufixos, se não vai continuar errando. – O menor curvou o lábio em um sorriso amoroso quando viu o alfa abaixar os ombros desanimado e concordando com a cabeça, ele não queria que o ômega achasse que ele é idiota.  – Eu estou orgulhoso de você, de qualquer forma, e nós vamos trabalhar mais nisso, você vai conseguir, curly, eu garanto.

- Então... sem beijos? – Harry perguntou observando o ômega, rosnando baixo assanhado e rindo quando o mesmo fingiu pensar sobre meio desdenhoso, mas então sorrindo atrevido ao se aproximar do alfa, perigosamente balançando os quadris largos, fazia o cacheado babar em vontade de prova-lo

- Acha que merece alguns beijos, garotão? – Perguntou segurando o rosto do alfa, mordendo o lábio sorrindo quando Harry sorriu cafageste ao puxa-lo para perto, quase sentando o ômega em seu colo, a coxa do alfa perigosamente pressionada entre as do menor, tão perto das suas partes que o fez se arrepiar e estremecer, sentindo as mãos grandes apertando sua cintura com firmeza, deslizando suas bocas juntas, resvalando os lábios atiçando, e então pressionando com vontade, mas interrompidos quando ouviram a porta ser aberta. Anne os olhando com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso divertido no rosto.

- Isso explica porque ninguém me respondeu quando eu avisei que cheguei. – Ela riu, negando com a cabeça, achando uma graça quando viu as bochechas coradas do ômega, os dois ainda na mesma posição após terem sido pegos. A beta cruzou os braços divertida – Estudando? – Perguntou vendo Louis confirmar com a cabeça rapidamente, se afastando de Harry completamente sem graça, ao contrário do alfa que apenas ria baixo mas sem vergonha alguma. – Ok. Deem um tempo e desçam, vou fazer algo para comermos, crianças.

Assim que a mais velha saiu da porta Louis a seguiu para fora, deixando o alfa cacheado totalmente enfeitiçado para trás, principalmente pela bunda redonda e empinada balançando enquanto o ômega andava, não demorando a segui-los também, babando ao andar atrás do menor.

Anne fez alguns sanduíches de ricota com frango para eles, recebendo a ajuda do ômega para monta-los, reclamando com o filho folgado, o – obrigando – pedindo para fazer suco com as laranjas que ela havia comprado no mercado, fazendo o alfa se exibir dizendo que faria o melhor suco que eles já tomaram na vida, mas acabando colocando água de mais depois, deixando meio aguado, recebendo um beijinho singelo na bochecha de Louis como consolação. Se sentando todos juntos na mesa, conversando, gostando de ouvir quando sua mãe e o – seu – ômega começaram um assunto entre si.

- Gemma vai vir passar o próximo final de semana com a gente, ela vai amar rever todos vocês. Eu quase fiquei surda quando contei que tinham voltado e ela gritou tão alto – A beta comentou sorrindo animada, fazendo o menor concordar animado também, lembrando-se de como gostava da garota, de como ela era divertida e muito carinhosa com o ômega, gostando de enche-lo com suas maquiagens e pintar suas unhas sempre que o irmão cacheado e ciumento não estava por perto.

- Ela vem sozinha ou o namorado dela vem junto? – Harry perguntou, já revirando os olhos ao lembrar de Tonny, o namorado idiota da irmã mais velha, ele era um alfa incoveniente e folgado, deixava o cacheado completamente irritado com a forma que ele tratava sua irmã, possesivo e como se fosse o dono dela, era ridículo como Gemma simplestemente se submetia àquilo.

- Eu não sei, querido. – Sua mãe suspirou, a beta mais velha também não gostava do outro alfa, mas respeitando a decisão da filha mesmo depois de já terem conversado sobre. – Talvez, mas eu acho que não, aparentemente agora ele trabalha aos finais de semana também.

- Isso é bom, eu não sei se aguentaria aquele cara chamando minha irmã de “ômega” a cada cinco minutos e dando ordens como se isso a fizesse inferior a ele, e ela aceita tudo calada!! Nem mesmo parece aquela garota folgada que me chamava de bunda mole o tempo todo apenas para me irritar. – O cacheado bufou, então olhando para Louis ao seu lado, o ômega de olhos azuis como céu se mantendo quieto perante a conversa deles, sem saber o que dizer nem se devia se intrometer nos assuntos da família. – Louis? Tudo bem?

O ômega sorriu em resposta, concordando em seguida, mas então suspirando com os olhares dos Styles sobre si. Ele honestamente não pode julga-la porque sabe como as coisas podem ser cruéis na mente dos ômegas, é dificil lutar contra os próprios instintos, principalmente quando ainda existe pessoas que acreditam nesse e stereótipo de que ômegas devem se submeter aos alfas, ainda mais se forem o seu alfa. A voz e os gestos dominantes são difíceis de ignorar.

- Eu posso pegar mais suco? – Ele educadamente perguntou, porque foi ensinado assim, depois que o assunto foi deixado de lado e eles conversavam sobre coisas aleatórias, recebendo um aceno amoroso da beta mais velha, Anne se levantando e servindo Louis, sem querer esbarrando em seu copo e derramando o suco de laranja sobre o sweter branquinho do ômega

- Oh meu amor, eu sinto muito, tire por favor, eu vou lavar, se não vai mancha-lo – A beta disse exasperada, pegando o pano de prato para secar superficialmente em cima do molhado

- E-eu – O ômega esquentou as bochechas envergonhado, sem saber se deveria, mas sabendo que deixaria sua mãe chateada ao ver sua roupa manchada – Eu não tenho nada por baixo...

- Pode ir no meu armário pegar algo se quiser, tudo bem, Lou – O alfa o acalmou, sorrindo quando Louis concordou, se levantando da cadeira e timidamente andando para fora da cozinha, voltando para o quarto do alfa.

Quando ele chegou no cômodo, abriu as portas envernizadas do móvel, vendo as camisetas e as calças bem dobradas e empilhadas em cima das prateleiras, algumas blusas junto de moletons na parte de baixo, casacos e camisas penduradas nos cabides. Se sentindo meio estranho por mecher nas coisas do alfa, mas respirando fundo ao gostar de sentir o cheiro de Harry ali, o dava uma sensação gostosa, então o ômega calmamente recolheu uma blusa preta de mangas compridas, era grande, obviamente, mas parecia quentinha, mesmo que a calefação da casa estivesse esquentando a residência, ainda assim Louis sente frio muito fácil, então ele prefere estar sempre agasalhado e quentinho.

Ele retirou a própria blusa, colocando a de Harry em seguida, então olhando novamente para dentro do guarda-roupa, notando que a roupa que ele pegou fazia volume na pilha, escondendo uma caixa que estava atrás dela. O ômega ponderou, não querendo invadir mais as coisas do alfa cacheado, mas ele é tão curioso, e aquilo parecia estar realmente escondido ali, mas o chamava ao mesmo tempo, Louis apenas não se aguentou, retirando com cuidado o pequeno amontoado de roupa, e então pegando a caixa que não era nem grande nem pequena, parecia envelhecida mas bem cuidada, sem nem mesmo ter poeira nela.

Abrindo-a curiosamente, se assustando com o que viu, sobrancelhas levantadas e lábios entreabertos, as mãos vacilaram por um instante, deixando a caixa cair no chão produzindo um baque alto. Respirando fundo, quase trêmulo, os olhos ardendo e marejados, se abaixando em frente a caixa caída, cuidadosamente pegando o pequeno ursinho de pelúcia nas mãos

Aquele urso que ele não via a anos, a pelucia que ele amava tanto, era por causa daquele ursinho de pelagem branca – Já não tão clara –, gravatinha borboleta e olhos azuis que sua mãe o chamava de BooBear, era especial para o pequeno ômega, ele achava que tinha perdido na mudança para França quando era criança, ficando triste de mais por causa disso, mas eventualmente superando, e então agora o vendo de novo, bem cuidado e guardado, por Harry. O alfa o guardou, não como mais um brinquedo na prateleira, mas com carinho, como algo especial que merecia ser guardado e cuidado.

Louis apertou o urso em um abraço, cheirando a pelagem, esfregando a ponta do nariz de botão no pelo macio, sentindo que ainda havia o seu cheiro ali, morangos fracos mas ainda assim ali, sorrindo fechando os olhos. Lágrimas delicadas de felicidade pelo cuidado e carinho que o alfa teve.

- Lou, eu ouvi um barulho- – O alfa apareceu na porta do quarto, assustado depois de ter ouvindo um som alto vindo do seu quarto, subindo para checar o ômega, perdendo as palavras quando viu o menor ali, com o seu antigo urso nos braços e a caixa que o escondia caída no chão. O ômega o olhou quando percebeu o cacheado chegar, sorrindo em seguida

- Você guardou – Louis disse baixo, a voz chorosa e os olhos lindamente emocionados, vendo quando Harry se aproximou dele, um pouco envergonhado pelo ômega ter descoberto o urso ali, mas ficando frente com o menor, com os polegares amorosos secando a pele macia do rosto delicado, sorrindo para o ômega e concordando

- Era a única coisa que eu tinha de você depois que foi embora. – Harry segurava o rosto do menor com cuidado, o mantendo olhando para si, sorrindo amoroso ao confessar aquilo, suspirando ao se perder nos olhos azuis tão bonitos e profundos. – Eu me lembro até hoje de como me senti arrasado quando vi vocês indo embora naquele taxi. Antes de entrar no carro você me apertou tão forte quando nos abraçamos, e eu realmente pude sentir o meu coração se quabrar em pedacinhos naquele momento, eu nem mesmo queria te soltar, lembra? – O alfa riu baixo, mas igualmente emocionado com aquilo – E quando entraram, você olhou para trás dentro do carro e deu tchau para mim pelo vidro, eu juro, Louis, eu nunca me senti tão triste e tão desolado como naquele dia. Então quando eu entrei no meu quarto depois, e vi esse urso em cima da minha cama, foi como se você tivesse deixado um pequeno pedaço seu comigo, os olhos azuis clarinhos e o seu cheiro impregnado nele. Toda vez que eu sentia a sua falta, toda vez que eu queria você perto de mim, eu abraçava ele e sentia o seu cheiro, e eu juro, moranguinho, não teve um dia sequer que eu não tenha abraçado esse urso e desejado que fosse você.

O ômega suspirou sorrindo, o peito quente e a barriga com borboletas, apaixonado, olhando nos olhos verdes do alfa, vendo verdade e amor ali, beijando delicado sobre onde escorreu algumas lágrimas salgadas nas bochechas leitosas dele. Ele não sabia o que responder, e sinceramente não precisava porque aqueles sentimentos eram mútuos, sempre foram.

Se afastando minimamente para deixar o urso devolta em sua caixa, dando um beijinho no topo da cabeça dele, tampando-a e colocando novamente no armário do alfa, arrumando como estava e fechando as portas, então voltando para o cacheado que o olhava confuso, mas o abraçou com força quando Louis envolveu seus braços envolta da sua nuca, sorrindo quando teve os lábios selados demoradamente.

Então aprofundando o beijo, enchendo de sentimentos, até transbordar, tão entregues e felizes, soava como se eles sempre tivessem sidos um do outro, e realmente são, não há dúvidas de que eles são para ser, desde um amor infantil até um amadurecido e verdadeiro, eles se encontraram um no outro, como almas gêmeas, que mesmo que demore e algo tenta separar, de uma forma ou de outra, vai acontecer, elas vão ficar juntas. Um hábito que não pode ser quebrado, que mesmo depois de tanto tempo, não foi embora nem desapareceu.

Demorando incontaveis minutos ali de pé, um nos braços do outro, entregues ao sentimento avassalador que finalmente os tomou e não parece que terá fim, como uma casa, para onde sempre se quer voltar no final do dia.

O alfa os puxou para cama, sentando na ponta com o ômega no colo, perdido e inebriado em seus beijos doces e cheiro mais ainda, apaixonado, amando, sorrindo quando Louis beijava o seu rosto enquanto buscavam por ar, mas sempre voltava para a sua boca.

- Na última vez que eu estive nesse quarto – O ômega começou ao separ o beijo, sem muito ar para pronunciar as palavras, mas sorrindo lindamente bobo mesmo assim – Eu disse que te amava e que nunca esqueceria de você. Isso nunca aconteceu, eu te procurei em tudo, mas não encontrei, e esse amor, eu achava que tinha superado, mas nunca acabou, pelo contrário, desde que eu voltei ele só vem crescendo cada vez mais, e- meu Deus, Harry, eu me sinto tão tão bem com você, e eu preciso saber, porque naquele dia você disse que também me amava

- Ao contrário de você, eu nunca achei, nem mesmo cogitei que tinha superado ou que tinha acabado, eu sempre soube que é você, Louis. - O alfa encostou as testas, sentindo a respiração do ômega em seu rosto, olhos focados no do outro, azul no verde, a sensação de pertencimento, de ter o seu lar em seus braços, talvez ele estivesse no céu e não tivesse percebido, porque ter Louis ali, sua beleza, seu cheiro e o seu jeito doce e suave como morangos, é com certeza o paraíso. - Eu torcia para que uma hora ou outra nós nos reencontrassemos de novo, Lou, eu não sinto, nem nunca senti isso por qualquer outra pessoa que não seja você. É e sempre vai ser você.

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Oioioii!!

Esse capítulo ficou super grande, e era pra ser maior ainda porque tinha muito mais coisa para acontecer, porém eu estava ficando incomodada com toda a demora para postar, então resolvi dividir e terminar esse por aqui.

Qual o seu momento favorito de jealous Harry??? preciso de inspiração :)

Ficou bem amorzinho, bonitinho, com muitos beijos rsrs. Mas foi só isso mesmo, então espero que tenham gostado ok? eu faço com muito carinho e muito amor cada capítulo.

E a foto do Snow??!!! Eu sou apaixonada por esse gatinho metido!!!

Obrigado pelos favoritos, pelos comentário, todo o amor e suporte que vocês me dão♡♡♡♡♡

Tratem as pessoas com gentileza. Black lives metter!!!

❧Coming back to homeWhere stories live. Discover now