Capítulo dois - Nicholas

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     Karly vem me dá um beijo antes de sentar ao meu lado. E eu fico pensando se é normal eu me sentir mal por ter negado carona para Jade.  Talvez seja normal porque fui muito cruel, embora eu goste de brincar com ela.
    Uma coisa não posso mentir para mim mesmo. Jade é uma das mulheres mais lindas que eu já conheci. Acho lindo os seus olhos castanhos escuros, seu nariz comprido, seus lábios carnudos avermelhados, seus cabelos castanhos escuros compridos, até aquelas mãos suaves compostas por dedos finos e compridos, suas pernas longas e um pouco tortas, mas de um jeito adorável, aquela bunda que mesmo não sendo grande é perfeita e aquele sorriso gigante que deixa seu rosto mais bonito. Percebi tudo isso, mas não significa que eu goste dela.
    — Você está estranho! — Karly toca o meu ombro. — Aconteceu alguma coisa?
    — Não. Só estou pensando na vida.
    — Sabe que Danika está disponível, não é? — Ela bebe o meu whisky.
    — Não me interessa.
    — Você tinha perguntado por ela uma vez.
    — Não me envolvo com mulheres que já estiveram com os meus irmãos.
    Na verdade, não tenho vontade de sair com ela agora. É errado eu sentir um pouco de ciúmes dos meus irmãos que encontraram alguém e eu não? Infelizmente, sinto isso e não sei como fazer para parar de sentir.
    — Eu conheço outra pessoa, você vai gostar. Ela se enquadra no tipo de pessoa que você gosta.
    — Hoje não. Tenho que ir para casa. — Pago as bebidas.
    — Mas eu acabei de chegar.
    — Eu quero chegar antes do jantar. Depois a gente se fala.
    — Você está muito estranho, espero que não seja nada.
    — Vai passar.
    Saio do bar e vou correndo para o meu carro. Só quero chegar em casa o quanto antes. Também espero que Jade já tenha ido embora. Não gosto quando está perto de mim. Meus irmãos estão enganados se acham que todos nós vamos ficar com as Jonhanson.
     Chego em casa na hora do jantar e sentamos todos na mesa. A única pessoa que está faltando é o Renner, mas todos sabemos onde deve estar. Ele passa muito tempo com a namorada. Sei que é normal, mas ele não enjoa?
    — Eu amo ver essa mesa cheia. — Mamãe toca o meu rosto.
    — É temporário. — Respondo.
    — Você não se cansa de ser estraga prazeres? — Peter pergunta.
    — Não.
    — Meninos, por favor! — Papai olha feio para nós.
    Esmeralda fecha os olhos por alguns segundos. — Céus! — Levanta. — Com licença!
    Ela sai da mesa e vai em direção às escadas. Peter não desvia o olhar dela até que desaparece. Safira ri baixinho e dá uma garfada enorme no bacalhau.
    — Então, como foi o dia? — Papai pergunta.
    — Foi aborrecido. — Respondo.
    — Chato. — Peter responde.
    — Entediante. — Harris diz.
    — Bom, o meu dia foi muito bom. — Safira responde. — Jade e Rubí estiveram aqui e fizemos planos para o nosso aniversário.
    — Como assim, vosso aniversário? — Pergunto.
    — Meu e da Jade. Nós fomos adotadas no mesmo dia.
    — Vocês vão dar uma festa? — Mamãe pergunta já empolgada.
    — Não é bem uma festa. Vai ser mais um jantar com todos os amigos e família. Todos aqui estão convidados.
    — Que bom.
    — Eu vou ver como a minha esposa está. — Peter levanta e vai para o quarto também.
    Papai sorri. — Finalmente, agora vocês entendem o que é ser marido e pai.
     Harris olha para Safira. — É mais fácil ser marido do que ser pai.
     — E eu não vejo a hora dos meus netos nascerem.
     — Vamos ficar alguns dias sem dormir, tenho a certeza. — Digo.
     — Espero que não sejam gêmeos. — Safira dá outra garfada. — Eu não sei se vou suportar.
     — O que você está esperando para nos apresentar uma namorada também, Nick? — Papai pergunta. Detesto quando falamos sobre mim.
     — Bem, eu não pretendo namorar tão cedo.
     — Se você tem outras preferências... a gente vai estar sempre do seu lado. — Harris sorri diabolicamente. Onde ele aprendeu a ser assim? Deve ser culpa da Safira.
     Vou matar meu irmão!
     — Você tem? — Papai pergunta.
     — Claro que não! As minhas preferências são as mesmas que as suas, Harris.
     — Que bom.
     Safira come tudo que está no prato e serve mais. Ultimamente, ela e Esmeralda têm acabado toda a comida. Não que eu tenha alguma coisa contra isso, mas acho incrível alimentar um ser no seu ventre.
     — Com calma, amor! — Harris limpa o canto da boca dela com um guardanapo.
     — O bebê está fazendo isso.
     Depois de alguns segundos, Peter regressa com Esmeralda. Eles sentam na mesa e comem também. Não entendo porquê eu estou sentindo que falta alguma coisa. Não vou mentir, também estou obrigando a minha mente a negar isso. Eu estou tentando vencer o coração com a minha mente.
    — Está bem, querida? — Pergunta mamãe para Esmeralda.
    — Sim.
    Peter beija o rosto dela. — Melhor terminar de comer antes que aconteça de novo.
    Esmeralda ri. — Que exagerado.
    Minha rotina tem sido essa desde que meus irmãos decidiram se casar. Fico feliz por eles, mas também preciso de alguém para conversar. É claro que conversamos, mas como as esposas deles estão grávidas e têm muito em que pensar, não tem sido como antes. E eu tenho estado muito carente também, mas não consigo mais só sair e passar a noite com alguém. Não quero nem pensar no que isso significa.

Jade - Pedras preciosas Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang