106 One Hundred Six

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A nossa vida que estávamos acostumados está de ponta cabeça, a muito tempo só foi Peter e eu. Eu e Peter. Sem muitas preocupações, sem horário, sem regras. Com a chegada no nosso filho, tudo mudou muito, e me assustou no início. Mas me trouxe surpresas, sempre soube que Peter seria um pai incrível, mas ele me surpreendeu, ele troca fralda, da banho, coloca para dormi, brinca, conversa e canta para ele todo dia.
Minha licença maternidade está quase acabando e só de pensar me dá um aperto no coração, não quero me separar do Tommy, cada dia uma descoberta, sorrisos e perninhas balançando.
Estamos no verão, quero aproveitar com ele o máximo. Hoje vamos fazer um piquenique, aproveitamos para ir andando pelo bairro, aproveitando a brisa e o sol. Tem um parque para levar bebês e crianças perto de casa, coisas que você descobre depois que tem filho, estico a toalha no chão e nos sentamos. Um casal simpático sentado ao lado, puxou assunto e nos deu algumas dicas na cidade para fazer com um bebê, trocamos telefones e marcamos para um passeio com os bebês. Logo que eles saem começo a rir.
— Qual a graça? — Ele está brincando com Tommy. — Estou pensativa, ele se vira para Tommy e com voz infantil brinca com ele. — Você gosta mesmo desse bichinho barulhento. — Aperta o ursinho que o faz rir. — Qual a graça.
— Antes não pesquisávamos,só saímos, viagens improvisadas, festas, comer porcaria e nem se preocupar em voltar cedo para casa, dormir em qualquer lugar, bem pelo menos acordados a noite todos ainda estamos. — Batemos as mãos em Hi-Five.
— Aproveitamos bastante. — Ele ri. — Mas não é por isso que não vamos mais, acho que vai ser melhor agora. E somos nós não é garota? Vai ser sempre divertido e diferente, e mais agitado.
— Vai, não vai Tommy? Você vai agitar nossa vida mais ainda? — Também falo com voz infantil e ele sorri e explodimos de felicidades.
— Esse é o sorriso banguelo que eu mais amo sabia? Compartilhei um vídeo dele brincando e foi um sucesso, ele vai ser igual ao pai. — Reviro os olhos.
— Injusto! Eu carreguei e ele fica parecido com você. — Peter está gargalhando.
— Acha que ele vai se parecer comigo?
Tommy nasceu com os olhos bem puxados, bem parecido comigo, mas agora está um pouco menos, e tem a cor dos olhos do Peter, e como o cabelo dele ainda e pouquinho a cor parece um castanho.
— Talvez, mas acho que sua personalidade já está dando as caras, ele vai com todos, e não podemos olhar para ele que já está sorrindo. E claro todos se apaixonam por ele, igual a você. — Peter já está todo convencido se gabando.

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Esqueci completamente do meu aniversário, acordei com Peter me trazendo café nada cama, ele e Tommy com balões e um presente, melhor aniversário penso sorrindo. Me sento na cama e coloco Tommy no colo e fico brincando e rindo com ele, me perco no momento, quando levanto a cabeça e Peter está com malas na porta.
— O que é isso? Vai embora? — Falo assustada.
— Não sua boba, quero provar para você que sempre seremos os mesmos. — Ele me beija. — Vai se arrumar.
Ele não me dá muitas dicas, me arrumo, amamento o Tommy e o vejo carregando as coisas para o carro. No caminho paramos no drive-thru, pegamos um lanche, ele fica nos olhando e sorrindo com confiança como um capitão de um navio, dirigindo pela cidade. Claro que o caminho, precisamos parar para troca de fralda, amamentar, e choros. Chegamos a uma pousada encantadora. Desço do carro para admirar o lugar lindo.
— Quero que você saiba, que vamos sempre fazer coisas divertidas e espontâneas. Um pouco diferente claro. Eu pesquisei e aqui dizem que é o lugar mais recomendado para casais com filhos pequenos.
— Eu amei, é lindo aqui. — Pego Tommy e ficamos abraçados.
— Feliz aniversário amor. — Ele me segura e me beija apaixonado. — Quero que saiba que não importa quantos filhos vamos ter, você sempre será minha prioridade.

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Decidi que vou trabalhar alguns dias em casa, e também diminui o meu horário. E nos dias que eu for trabalhar, ele vai ficar na "creche" no trabalho do Peter. No meu primeiro dia de trabalho quando deixei Peter e Tommy chorei o caminho todo. Sei que ele vai ser bem cuidado e Peter vai estar lá e o obriguei a dar uma olhadinha nele no mínimo de hora em hora. Mas depois de quatro meses sendo só nós dois, é dolorido pensar em outra pessoa com ele.
Quando cheguei havia uma comemoração para me receber, o que me ajudou a distrair dos meus sentimentos. E quando mostrava as fotos e os vídeos dele, e todos ficavam com aquela expressão boba e falando: Ohhh, e dizendo como ele é lindo sentia a mãe mais boba.
Estamos preparando o jantar contando de todo o meu dia, empolgada, conto que chorei no caminho e tudo e acho que ele vai tirar sarro, mas não ele dá um sorriso discreto.
— Foi difícil deixar ele na creche. — Paro para olhar para ele. — Deixar seu filho com uma "desconhecida" não é fácil, nem almocei, fiquei com ele, sempre que estava com uma folguinha, corria para olhar ele.
Olho para ele que está com olhos marejados, e dou uma risada e o abraço.
— Somos malucos Peter?
— Um pouquinho.
Quando Tommy adormece fico na porta olhando ele, Peter se aproxima e me abraça e ficamos em silêncio só observando por um tempo.
— Estamos de parabéns, fizemos o bebê mais lindo, não acha?
— É, ele é lindo mesmo. — Olho dele para Peter que está concentrado. — Como pode uma pessoa tão pequena trazer tantos sentimentos?
— Eu morreria por ele sabia? — Ele me abraça.
Levou alguns dias para acostumar com a mudança na rotina e nos horários, e em ficar longe do nosso pequeno, e ele é tão bem tratado, o que nos acalmou bem mais. Mais ainda é difícil.
No casamento da minha amiga Jenna, decidimos não levar ele, será nossa primeira vez que vamos sair sozinho depois de viramos pais. A mãe do Peter vai cuidar dele e lógico que ela amou e nos incentivou, vamos ser ser os padrinhos, não só por isso, mas acho que ele pode chorar e não ficar confortável.
Primeiro fiquei chorosa, e colocando as fotos dele, Peter ficou tirando sarro da minha cara.
— Faz assim, acabou o casamento, você faz o discurso na festa e vamos embora certo?
— Combinado, vou ser rápida.
Acontece que acabamos nos divertindo muito, mais do que eu esperava, como ele disse, já estávamos ali, então vamos aproveitar.

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Estamos a uma semana do natal, o primeiro natal do Tommy, comprei uma roupinha de elfo fofinha para ele. Mas agora ele não para mais quietinho no colo, ele está com nove meses, já engatinha por toda a casa, e precisamos ficar atrás dele o tempo todo.
Precisei aprender a ser mais cuidadosa com as coisas jogadas, e colocar proteções nas tomadas, proteções nas quinas e tirar tudo da estante por que é o primeiro lugar que ele vai.
Coloquei tapete e espalhei os brinquedos dele e já perdi a hora com a brincadeira.
— Mamãe, fala mamãe.
— Babaaaa
— Mamãe bebê, mamãe. — Ele sorri com os dois dentinhos.
— Não papai, fala papai.
Olho e Peter esta entrando em casa, e se aproximando de nós. Tommy o vê e bate as palminhas.
— Filho, mamãe, fala mamãe primeiro em, se lembre que você já está mais parecido com seu pai, então tem que falar mamãe. — Peter gargalha.
Peter se deita no chão e Tommy faz festa, da gritinhos, engatinha, senta bate as mãos e levanta.
Tommy está com os olhos levemente puxados,um pouco ainda dos traços coreanos, os cabelos já estão maiores e castanhos. E sem dúvida o sorriso do Peter, que e o que mais gosto nos dois.
— Pare de roubar Lara Jean, você passa mais tempo com ele, e fica incentivando.
Estico as mãos e Tommy vem engatinhando e quando chega perto me segura e me abraça, e da aquele beijo de bebê em mim.
— Viu vai ser mamãe primeiro.
Peter faz cócegas em nós dois que fugimos dele correndo pela casa.

Para viver intensamente. (Editando)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant