Capítulo 29

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Dois capítulos por motivos: old que to muito apegada em vocês.
To muito feliz com o carinho, obrigada de verdade.

...

Terminei de ler a carta em meio a lágrimas, Marcela e Nat ficaram ao meu lado, tentando me acalmar, secaram minhas lágrimas, eu queria muito levantar e ir atrás da Gizelly, ela estava há poucos metros de mim. Estava contando sobre o conteúdo da carta, quando minha mãe entra no quarto.

— Vocês podem sair por favor? — minha mãe entrou falando com a voz embargada.

Nat e Marcela me dão um beijo no rosto e saem.

— Pode começar falando Rafaella, eu quero a verdade

— Mãe, o que você quer que eu te fale, não estou entendendo

— A Natalia te influenciou a isso?

— Influenciou ao que Mãe

— Você não me engana Rafaella, eu já entendi tudo, eu não sou boba

— Mãe, isso não tem nada a ver com a Natalia, eu nem sabia sobre ela

— Você vai voltar embora com a gente

— Não vou não — nesse momento eu já estava chorando.

— Vai Rafaella, eu não te criei pra isso, você não vai ficar aqui com essa mulher, ela é velha e você não gosta de mulheres

— MÃE, JÁ CHEGA — gritei com ela, não aguentava mais.

— Rafaella, você me respeite, eu sou sua mãe e nunca te tratei com desrespeito

— Até agora né, pois só o que fez desde o inicio da conversa foi me desrespeitar

— Rafaella, você está me testando, eu não te quero com essa mulher mais

— Mãe, nunca estive com essa mulher, é isso que a senhora não entende

Meu pai entra no quarto assustado.

— Genilda saia, eu já te disse que você não tinha que tocar nesse assunto, a Rafaella já é bem grandinha para saber o que deve ou não fazer de sua vida

— Pai, ta tudo bem, deixa isso pra lá

— Me conformo com a sua capacidade de ficar do lado dessa menina quando ela está aprontando uma dessas — minha mãe fala brigando com meu pai.

— Ora Genilda o mais engraçado é que você pode aceitar sua sobrinha, mas sua filha não, se ela está feliz assim deixe-a

— Nitidamente se estivesse feliz não estaria agora em uma maca de hospital, pra mim já deu, vou para casa

Minha mãe saiu, e o silêncio se fez no quarto, meu pai se sentou no sofá e ficou mexendo em seu aparelho telefônico, enquanto eu chorava baixo. Ficamos por um bom tempo em silêncio absoluto, a enfermeira entrou no quarto para trocar meus remédios e o silêncio pairava.

— Pai, será que o senhor podia trazer Gizelly aqui?

— Sinto muito minha filha, mas ela já foi embora

— Pode me dar meu celular?

— Está com sua mãe

Definitivamente eu só queria ir embora, eu só queria minha casa, minha cama, só queria ir embora, eu não queria mais minha mãe, nem meu pai aqui, apesar da compreensão do meu pai, eu não os queria mais aqui. Eu queria falar com Gizelly, não queria que ela achasse que eu a deixei sem respostas, mas não podia dá-las. Pedi para o meu pai ligar para a Nat dormir comigo, mas ele disse que hoje ela havia ido fazer um turno extra, mas que Marcela estava no hospital, já que era médica e estava de plantão, então pedi que ele a chamasse. Meu pai saiu quando Marcela entrou, não pude contar as lágrimas que escorriam, ela só me abraçou e assim ficamos por um bom tempo, eu não sabia o que falar, eu só queria que alguém me entendesse, que alguém me olhasse com carinho.

Marcela me contou que minha mãe mandou Gizelly embora ameaçando de contar ao colegiado sobre sua relação comigo e ela foi. Marcela não estava conseguindo falar com Gi, me deu seu celular para eu enviar algumas mensagens, mas ela não respondeu. Marcela ficou me fazendo companhia até adormecer, o que foi de grande importância.

Quando acordei da manhã seguinte minha mãe estava sentada no sofá com meu pai, ambos estavam com uma cara nada agradável, minha mãe disse que eu iria embora hoje, fiquei feliz. Perguntei quando eles iriam embora e eles disseram que ficariam mais uma semana, o que eu estava achando um inferno, já que não suportava mais minha mãe e suas ideias cabulosas. Quando o médico veio me dar alta Marcela veio acompanhando-o, ela me ajudou a me levantar e a trocar minhas roupas, precisava chegar em casa e tomar um banho, urgente. Só queria descansar na minha cama.

Meus pais haviam pego um carro para mim, já que o meu não tinha mais condições possíveis de ser concertado. Minha mãe me devolveu meu celular, que estava repleto de mensagens, hoje era segunda-feira, minhas amigas provavelmente estavam na aula e era onde eu queria estar. Respondi o Rodolfo que tinha lotado nossa conversa de mensagens, falei que havia acabado de sair do hospital, mas que ele não deveria vir, já que meus pais estavam em casa e eu não queria vê-lo. Manu e Bia viriam em casa depois da aula, o que me deixou animada, estava morrendo de saudade das duas e elas com certeza iriam querer uma explicação. Mandei mensagem para Gizelly perguntando se quando os meus pais fossem embora eu poderia encontrá-la.

Nat estava em casa quando chegamos, ela estava com cara de choro, sabia que algo errado havia acontecido. Fui tomar um banho, coloquei uma roupa confortável e fui para o quarto de Nat, já que meus pais estavam no meu. Ela veio se deitar comigo e fechou a porta. Deitou do meu lado e me contou o tanto de coisas que minha mãe havia lhe dito, minha vontade era abrir aquela porta e berrar com a mãe, mandar ela embora e fazer ela sumir, mas eu infelizmente dependo financeiramente dos meus pais, não poderia mandá-los embora sabendo que teria consequências. Acolhi minha prima e tentei dar alguns conselhos para ela, precisávamos uma da outra mais do que nunca.

Meus pais foram comprar o almoço e nós duas fomos para sala, colocamos música e ficamos ouvindo. Quando os meus pais chegaram, almoçamos em silêncio, chegava a ser ensurdecedor, extremamente incomodo.

Bia e Manu chegaram super calorosas, se sentaram a mesa com a gente e comeram também, minha mãe adorava as meninas, elas já haviam ido para Minas comigo uma vez. Terminamos de comer e fomos para o quarto da Nat. Ela ficou lavando a louça e meus pais ficaram na sala.

Resolvi que seria sincera com minhas amigas sobre tudo que sinto em relação a Gizelly, contei que havíamos brigado e por isso eu fui parar no hospital, contei sobre a carta e sobre minha mãe tê-la ameaçado, elas ficaram em choque, eu chorei muito e elas me apoiaram. Nat entrou no quarto, pois não aguentava mais ficar no mesmo lugar que meus pais e contou o lado dela da história, minhas amigas ainda estavam chocadas com tudo e como a bomba havia explodido para o nosso lado. Minha mãe não ligava se Natalia é lésbica, ela estava preocupada que minha prima estivesse me influenciado, mas o que ela não entendia é que ela nunca havia feito nada.

Nós quatro passamos o dia no quarto conversando sobre várias coisas, Rodolfo me mandou diversas mensagens e sinceramente eu só queria manda-lo embora da minha vida, mas me contive o respondi com calma e paciência. Gizelly nem havia recebido minha mensagem, e aquilo me preocupava, pedi para Bia e Manu tentarem achar ela na faculdade na manhã seguinte e assim elas fariam.

...

Calma gente, deixa os pais da Rafa irem embora que tudo se resolve (eu espero)

Você acredita no destino? - GirafaWhere stories live. Discover now