Único

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Donghyuck estava mais uma vez sentado na mesa de seu quarto, estudando e adiantando o conteúdo dos próximos capítulos. E poderia continuar por pelo menos mais algumas horas ali, lendo a apostila grossa, se não fosse pelo barulho que veio por trás de si. Virou assustado mas relaxou logo ao que notou o que estava acontecendo — algo que acontecia com bastante frequência, não que Donghyuck reclamasse —. Suspirou vendo o garoto passar pela janela do quarto. Abandonou o livro com o conteúdo de física e afastou levemente a cadeira. Respirou fundo sorrindo levemente com o cheiro gostoso de vinho que o mais velho tinha. Observou o garoto se sentar em sua cama e bagunçar os próprios cabelos. Donghyuck se levantou e se aproximou do garoto calmante, deixou um leve carinho nos fios do menino e sentiu seu coração doer ao ver o alfa levantar o rosto.

– Markie... – murmurou vendo o mais velho tentar sorrir, acabando em uma careta – O que aconteceu?

– Não é nada demais meu bem – segurou a mão do ômega que se encontrava no próprio rosto e deixou um leve afago.

– Olhe para o seu rosto! – se afastou do ando velho e saiu do quarto.

Mark suspirou e passou as mãos no cabelo, considerando se havia sido uma boa ideia ir na casa do ômega no estado que estava. Achava que os machucados não eram nada demais e por isso decidiu atender a vontade de ver o Lee mais novo, estranhamente sentia saudades do ômega e uma vontade de sempre estar perto. Riu fracamente pensando em como tudo havia mudado de repente.

𝗙𝗟𝗔𝗦𝗛𝗕𝗔𝗖𝗞

Mark andava pelo corredor, por enquanto, deserto com uma música qualquer tocando nos fones. Era raro alguém andar por aquela parte no horário do intervalo e ele apreciava esse fato. Gostava de ter um momento de paz, um momento verdadeiro. Quer dizer, tinha sim amigos sinceros consigo mas não eram muitos. Mais especificamente eram apenas Jisung, que desde sempre passou mais tempo com seu ômega, Chenle, do que sozinho ou com os amigos e Jeno, que agora passava mais tempo tentando conquistar Jaemin e Renjun. Riu divertido ao lembrar uma das várias tentativas do amigo para conquistar a dupla de ômegas.

Tinha os dois amigos e não podia reclamar dos mesmos, mas ainda sim tinha vezes que queria um momento tranquilo, o que seu posto como capitão do time de baseball não garantia com frequência. Balançou a cabeça levemente e seguiu seu caminho murmurando uma música qualquer. Franziu o rosto ao sentir um leve impacto contra seu tronco. Olhou para baixo e se assustou ao ver o ômega sentado no chão com várias folhas ao seu redor. Se abaixou depressa e começou a arrumar as folhas junto do outro garoto. Sorriu pequeno ao sentir o cheiro de lavanda inundar seu nariz. Demorou um pouco mas finalmente havia reconhecido o ômega. Apenas pelo cheiro sabia que se tratava de Lee Donghyuck, o representante do 3º A. Se levantou e estendeu a mão para o mais novo, se divertindo ao o ver corar mas mesmo assim aceitar sua ajuda. E nossa, ele era lindo. A pele de tom moreno parecia brilhar, os cabelos pareciam gostosos de mexer e Mark sentiu sua mão coçar em vontade de tocar. E o principal, os lábios. Pareciam tão macios e o canadense se perguntou se teriam o gostinho de caramelo que o mais novo estava sempre comendo pelos corredores. Se perguntou se Donghyuck gostaria que ele fosse carinhoso e desse beijos lentos, ou se iria preferir que Mark firmasse aos mãos na cintura apenas o suficiente para deixar as marcas de seus dedos. Se ele seria tímido ou se mostraria só ao mais velho um lado selvagem que ninguém conhecia. Porra! Não deveria estar pensando esse tipo de coisa do coreano, ele parecia tão inocente...e lá estava Mark fantasiando de tudo e dor pior com o garoto.

–O-obrigado...–ouviu o tom de voz melodioso do ômega e se assustou ao o ver se afastar depressa, apertando os papéis contra si de maneira nervosa.

Antes que o garoto se afastasse ainda mais, Mark agarrou seu pulso delicadamente o fazendo parar. Olhou nos olhos do garoto e respirou fundo para criar coragem. Jisung se estivesse ali estaria rindo da falta de coragem do amigo. Poxa, Mark era afim do Lee mais novo desde o oitavo ano e nunca criou coragem de o chamar para sair. Ou sequer trocar algumas palavras! Mas hoje, hoje seria o dia. Mark não deixaria aquela bela chance escapar por seus dedos.

Maldito Remédio Where stories live. Discover now