Viginti quatuor

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Kihyun corria até o trabalho, havia passado o fim de semana todo com Changkyun, o que não era, de forma alguma, novidade. Os pais pegaram em seu pé quando voltou para casa no domingo à noite, mas não havia sido nada que não pudesse sobreviver, estava claramente de bom humor e nada poderia lhe tirar isso, até mesmo a ideia do encontro com os pais do namorado não estava mais o assustando como antes. Sabia que muito provavelmente eles são pessoas importantes, com um emprego prestigiado em Tóquio, isso o deixava um pouco inseguro, mas não nesse instante pelo menos. Tinha outras coisas ocupando a sua cabeça agora.

— E esse sorriso? O que foi? Tá tentando virar garoto propaganda da Colgate? — Era Hoseok.

O amigo estava tão sorridente quanto ele, o Lee era péssimo em esconder quando estava alegre com alguma coisa, na verdade ele nem tentava esconder, e Kihyun sabia muito bem o motivo.

— E esse seu sorriso? Não me diga que você voltou com o...

— Não, vira essa boca para lá. — Bateu duas vezes na madeira do balcão, onde estavam escorados. — Tem outro carinha na parada, a gente vai se encontrar para valer na semana que vem!

— Você ainda não encontrou com ele e já tá com um sorriso enorme desse jeito? — Perguntou cruzando os braços, mantendo um sorriso mínimo no rosto.

— Você sabe que eu sou um cara simples, não é preciso muito para me deixar sorrindo a semana toda.

— E vocês vão aonde?

— Um barzinho com música ao vivo. — Respondeu não tão animado, Kihyun conhecia Hoseok muito bem e sabia que o menino odiava esse tipo de lugar. — Fiquei um pouco meia-bomba quando ele disse isso, mas... não custa nada tentar né?

— Ih, o que ele te prometeu depois desse encontro? Nunca vi você ir de livre espontânea vontade em barzinhos com música ao vivo.

— Digamos que todo o meu esforço vai ser compensado no final da noite. — Disse fazendo um movimento sugestivo com as mãos, o que Kihyun deixou o queixo cair quando finalmente entendeu sobre o que o amigo estava falando.

— Você é péssimo, Lee Hoseok, péssimo!

Os dois pararam de conversar e tomaram seus lugares para o trabalho, naquele dia Kihyun ficaria no caixa cobrindo uma das funcionárias que não conseguiria ir, o que para ele era como o paraíso, o caixa era a melhor posição daquela cafeteria, tudo o que era necessário para aquela posição era sorrir e dizer "volte sempre" e ele era ótimo nisso.

No horário do almoço, Kihyun havia conseguido sair ao mesmo tempo que Hoseok, o que não havia sido fácil devido estar no caixa, não havia muitas pessoas que pudessem o cobrir enquanto ele estivesse fora com o colega, provavelmente o salão ficaria com um pequeno déficit de funcionários e poderia vir a causa um problema na hora de entregar alguns pedidos, mas nos últimos dias a cafeteria raramente se enchia a ponto da saída de dois ou mais funcionários atrapalharem no funcionamento das coisas.

No caminho da lojinha de conveniência de sempre, Hoseok continuava animado falando sobre o seu futuro encontro e o cara com o qual se encontraria.

— E por falarmos em encontros, o Changkyun já sabe que eu vou conhecer ele esse fim de semana, não é?

— Sim, faz um tempinho já que eu avisei.

— Ih, tá todo borococho por quê? — Parou no meio do caminho, estavam a pouquíssimos passos da loja de conveniência. — Medo de eu contar para ele que você tá apaixonado, não se preocupa.

— Não é isso, bobão. — Riu se virando para ele, levou uma das mãos até a testa tapando o sol de seus olhos, parar naquele lugar havia sido sim a pior decisão que poderiam ter feito, o dia não estava propício para cainhadas longas ou ficar parado sob o sol escaldante, acabariam fritando. — É só todo esse lance de conhecer os pais dele que meio que tá me deixando nervoso.

The Deal - CHANGKIOnde histórias criam vida. Descubra agora