Capítulo 2

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Suspiro pesadamente quando Lin encerra a chamada e me sento na beirada da cama.

Ele está muito mal, precisando de mim, mas eu não consigo simplesmente esquecer do que ele fez. Não consigo não olhar pra trás.

Era como se o amor que eu sentia por ele tivesse sumido, como se nunca tivesse existido. Mordo meu lábio inferior e deito olhando pro teto.

Se não fosse os meninos eu não teria pra onde ir. Krystian me deu um apartamento em Pescara, uma cidade na Itália. Noah nem imagina que estou perto, pra ele, os meninos me ajudaram a sair do país.

Bailey tinha feito documentos falsos pra mim e isso impedia que Noah me encontrasse, e acredite, ele estava se empenhando muito para me encontrar.

Agarro meu travesseiro e aliso minha barriga que aos poucos já começava a crescer. Fecho meus olhos e consigo imaginar todos os momentos felizes que tive ao lado dele.

-eu prometo.

As vezes as pessoas quebram as promessas e nos machucam. Eu sei que ele queria me proteger, que ele estava pensando em mim, mas ele não podia quebrar a promessa, ele não devia ter me batido.
E lá estava eu, chorando mais uma vez, não sei de onde vem tantas lágrimas. Um soluço alto escapa por meus lábios e não sei quanto tempo fico ali sofrendo por ele.

...

Meu celular não parava de tocar no criado mudo. Abro os olhos com muita dificuldade e pego o aparelho que ganhei da Lin, a foto dela preenche a tela e atendo.

-Lin, o que houve?

-que bom que atendeu, eu queria avisar que o Noah está bem.

Fico calada digerindo a boa notícia, pelo menos ele não morreu.

-os médicos disseram que um pouco mais e ele já não estaria aqui.

-bom, ele é o Noah, não vai morrer nem tão cedo.

Lin suspira e aproveito para olhar a hora, três da manhã.

-você tem certeza que não vai vim vê-lo?

Sorrio com um pouco de deboche, mesmo que ela não possa vê.

-Lin, eu quero o seu irmão bem longe de mim.

...

Dois dias depois: 

Fecho a porta do apartamento e pego o elevador, tenho que ir trabalhar. Eu posso ter ganhado um apartamento e ter uma quantia boa em dinheiro guardada, mas não vou ficar parada.
Por sorte conseguir emprego numa cafeteria pequena aqui perto, mesmo estando grávida o dono foi um amor e me deu a vaga.

Saio do elevador e passo pela portaria e comprimento Leandro, o porteiro.

-chegou isso pra você- ele me entrega um pacote e agradeço.

Olho o remetente e sorrio ao ver que é dos meninos. Abro o pacote e solto uma risada quando vejo uma roupinha verde com uma arminha bordada, só não gostei do Baby Urrea bordado logo abaixo.

Eles tinham feito uma aposta, juram que é um menino, mas eu sinto que é uma princesinha.
Estava tão distraída que acabo esbarrando em um poste, ou melhor, alguém.

Ergo meu olhar e dou de cara com Sam. Ele custa acreditar que estava mesmo me vendo e sinto meu coração acelerar.

-me diz que ele não está aqui- é a única coisa que consigo dizer.

-está, mas para sua sorte ele acabou de entrar no restaurante pra ir no banheiro, então eu sugiro que você suma agora mesmo.

-por que você vai me ajudar?

Sam exita por um instante, mas logo entendo o porquê.

-eu tinha uma filha Any, ela se envolveu com quem não devia e hoje eu não a tenho mais, então vai logo, ele já deve está voltando e só estamos aqui para te procurar.

Assinto e saio correndo, dou uma última olhada e antes de dobrar na esquina consigo ver Noah saindo do restaurante, mas ele não me ve. Eu não pensei que vê-lo fosse causar tanto impacto no meu coração.

Dívida criminal 2T - noanyजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें