Em Busca De Anne

[34] Como se conheceram?

- Eu exijo uma expulsão! Como essa zé ninguém ousa tocar na minha filha?

- Eu entendo como se sente, mas minha irmã sempre foi uma ótima aluna e jamais teve um comportamento assim antes, seria errado se a tirassem depois de coisas mais graves que outros alunos fizeram.

Consigo ouvir vozes furiosas e suplicantes através da porta da diretoria, ambas masculinas. Caminho lentamente em direção a porta e vejo meus pais acompanhados de um jovem com aparentemente seus vinte e poucos anos, provavelmente irmão de Hazel. Todos me encaram com certa pena no olhar.

-Querida vá para o carro, já já estamos saindo -Mamãe diz quando me vê.

- Isso não será necessário, eu não quero que castiguem a senhorita Aster.

- Bom... Por essa eu não esperava -A senhora Anderson, nossa diretora sibila incrédula -Por mais que esse seja seu pedido, ela ainda desrespeitou as normas da escola, posso amenizar a punição.

- Muito obrigado as duas! -O provável familiar de Zi não resiste dar um sorriso.

- Que história é essa filha? Você está toda acabada e vai deixar essa passar em branco? -Lauren se levanta de seu assento totalmente indignada.

- Anne já tem maturidade suficiente para decidir isso por si só querida, deixe que faça o que achar melhor.

- Obrigada papai.

[...]

- Ó céus o que fizeram com você? -Sam diz assim que nos vê passar pela porta principal.

- Foi só uma briga, devia ter visto como a outra garota ficou...

- Parecia um mendigo -Harry fala seguido de uma risada, gosto de ouvi-lo quando está de bom humor, fazia tempos que não tinha esse prazer.

- Mas eu pensei que só você tivesse apanhado -Minha mãe diz confusa o que causa leves risadas.

- Eu vou esquentar a comida de vocês -Samantha fala se dirigindo a cozinha, enquanto eu e meus pais vamos em direção a sala de jantar.

A casa parecia menos assustadora, sempre que passava por esses corredores cheio de quadros e principalmente vozes duras, sentia um enorme pavor, como se tudo ali estivesse prestes a me devorar e me levar para um vácuo de escuridão infinito, eu sei, imaginação demais. Agora, tudo aparenta ser tão colorido e alegre, admito que nem reparo mais nas imagens das paredes, e as vozes, foram substituídas por risadas estrondosas. Mesmo que tenha levado uma surra hoje, meu coração não poderia estar mais aquecido, não sei o que aconteceu para que tivéssemos essa mudança repentina na mansão, mas agradeço, o que quer que seja.

- Anne docinho, você pode nos contar o motivo que você terminou apanhando de uma menina -Parecia que ambos gostariam de fazer essa pergunta, contudo, só papai tivera a coragem.

O que deveria dizer? Que beijei meu próprio namorado que por um acaso é o mesmo rapaz que Hazel gosta? É como vovó sempre diz, quanto mais mentiras, mais confusões. Não é nenhum ditado, mas deveria ser...

Quanto mais mentiras, mais confusões;

Baker, Marie Faure.

Então, eu contei a verdade, toda a verdade. Consegui várias lembranças das expressões épicas feitas pelos meus progenitores: Paciência, preocupação, confusão, choque, empolgação e raiva. Realmente, nossa história não é para muitos, foi muita coincidência termos nos cruzado a caminho do colégio, destino, talvez, porém felizmente aprendi que nós criamos nosso futuro, a vida pode ter trago ele até mim, contudo, fui eu que persisti para que continuasse na minha.