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Anahi

Alfonso ligou avisando que iria me ver. Christian me ajudou a colocar novos curativos em meus pés, pra que Alfonso não desconfiasse de nada.

Meu amigo ainda tentava me convencer de que a minha relação com a Água não era nada saudável e não é que eu não concordasse, mas que escolhas eu teria? Quando uma mulher está num relacionamento tóxico, ela tem a opção de se afastar antes que fique totalmente presa nisso.

E o que eu poderia fazer em relação à Água? Ela salvou a minha vida, me mantém viva e faz parte de mim a muito mais tempo do que qualquer outra pessoa. Eu não podia simplesmente escolher me afastar Dela. Gostando ou não, Ela era a única coisa que eu podia amar sem medo de perder.

Alfonso trouxe um jogo de tabuleiro e uma pizza, que nós comemos quase inteira enquanto eu o via perder a maior parte das partidas.

— Você é péssimo! — eu ri.

— Ah, é? E sabe no que eu sou bom? — ele me puxou e me deu um beijo de tirar o fôlego. Quando me soltou, eu só consegui sorrir. — Como você conseguiu?

— O que? — franzi a testa.

— Como conseguiu me fazer sentir tão bem em tão pouco tempo? O que você tem de tão especial? — talvez o fato de eu ser uma sereia, Alfonso. Mas você não precisava saber disso.

— Me diz você o que sente por mim. — saber se aquela atração era só por causa do meu lado místico era uma coisa que me intrigava. Se tudo não passasse de uma paixonite atrativa, de certo, eu não era responsável por despertar isso no Alfonso. Ele precisava estar apaixonado pra que eu soubesse que isso era real.

— Bom, no início, eu confesso que só te achei impressionantemente bonita demais, mas com o tempo, eu vi que tinha mais que isso. Eu gosto de ficar perto de você, conversar com você, te ouvir... eu me sinto muito bem. — aquilo aquecia o meu coração. — Eu não quero só te beijar e transar com você. Eu quero te ter por inteira. — eu já podia me derreter?

— Eu sinto o mesmo em relação à você. Ninguém nunca me fez sentir tão bem.

Ele jogou o tabuleiro para o lado e me agarrou, fazendo eu me deitar no chão enquanto me beijava. Ele segurou minhas mãos e as ergueu sobre a minha cabeça, mantendo meus braços fixos no chão.

Alfonso mudou a direção de seus beijos, indo para o meu rosto e meu pescoço. Em seguida, ele parou e olhou em meus olhos.

— Ontem eu te perguntei pra onde você pretendia ir depois de Seacity.

— E eu disse que não havia pensado sobre isso.

— Por que não pensou? — me olhou com curiosidade.

— Porque eu não quero ir embora daqui tão cedo.

— Por que? — sorriu de lado.

— Eu... encontrei um bom motivo pra ficar...

— Então, não tem que ir. — acariciou minha testa. — Fica aqui. — isso seria ótimo, até que ele e o resto da cidade notassem que eu não mudava minha aparência com o passar dos anos.

— Eu não sei mais o que é ter um lar, eu sou uma nômade. Seria estranho ter um lugar fixo.

— Você pode tentar.

— E se a gente não der certo? — provavelmente não daríamos. Eu teria que deixá-lo em algum momento.

— Isso não vai acontecer! — exclamou. — A gente tem uma conexão rara, eu não acho que isso vai acabar.

Alto Mar [Ponny Version]Onde histórias criam vida. Descubra agora