Capítulo 11 - Cork, Irlanda pt. 1

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Carrie tinha ficado calma durante todo o voo, mas foi só pousarmos na Irlanda e descermos do avião que ela se mostrou bastante apreensiva e ansiosa. Era a formatura de Oona e minha sobrinha tinha feito questão de convidar Carrie e garantir que a mesma estaria lá quando ela se formasse, mas isso resultaria em ela ser obrigada a conhecer meus pais enquanto ela estava evitando ao máximo que eu conhecesse os seus.

Ela não tinha falado nada, mas em uma breve conversa, das poucas, que tive com Polly antes da viagem, ela contou que a irmã estava com medo de que meus pais não gostassem dela ou coisa do tipo, mesmo eu tendo dito que eles nunca mais iam querer que ela fosse embora de Cork.

Ninguém de casa poderia vir nos buscar por conta de trabalho, e a única que poderia fazer isso era Oona que estava estritamente proibida de dirigir depois de ter pego o carro escondida para ir em uma festa com algumas amigas, então Carrie e eu pegamos um Uber até a casa dos meus pais.

Durante todo o caminho ela ficou quieta olhando atentamente a paisagem do lado de fora da janela, fazendo um comentário ou outro sobre as casas e as paisagens. Quando o motorista parou em frente à casa, falei 'obrigado' para ele em Irlandês e Carrie ficou me olhando maravilhada e um pouco surpresa.

- Que foi? – ajeitei nossas bolsas nas costas e segurei sua mão.

- Eu já amava seu sotaque falando inglês, mas acho que amo mais quando você fala irlandês. – ela me deu um selinho rápido e todo o nervosismo sumiu de seu corpo – E desde quando você fala irlandês fluente?

- Desde sempre. – encolhi os ombros – A maior parte do pessoal aqui fala irlandês, então é bom se acostumar.

- Até mesmo seus pais?

- Sim. – assenti – Mas eles já estão sabendo que só está permitido falar inglês na casa enquanto você estiver.

- Oliver. – ela ralhou.

- Fica tranquila, ok? Vai dar tudo certo. – beijei sua testa – E antes que eu me esqueça... você precisa ter um pouquinho de paciência.

- Com o que? Porque? – ela perguntou nervosa.

- Nós temos um sotaque muito pesado e as vezes pode ficar difícil de você entender algumas coisas.

- Tipo o do seu irmão?

- Sim. – assenti – Só que pior. – sorri largamente e ela respirou fundo.

Dei um beijo em sua testa e sussurrei em seu ouvido que ia ficar tudo bem, mas Carrie resolveu continuar na paranoia de que ia dar tudo errado.

Caminhamos lado a lado pelo gramado e toquei a campainha repetidas vezes até que Oona atendeu. Ela praticamente pulou em cima de Carrie e falou várias e várias vezes que não acreditava que ela realmente estava lá.

- Oi, seu tio tá aqui. O familiar. – falei quando as duas finalmente se soltaram e minha sobrinha me abraçou com força.

- A gente já está grandinho pra você ficar com ciúmes, não acha? – ela beijou minha bochecha – Dá aqui que eu te ajudo. – ela pegou a mala de rodinhas e puxou para dentro.

- Cadê todo mundo? Ninguém chegou ainda?

- A vovó está vindo, ela ia passar em algum lugar comprar alguma coisa. – Oona deu de ombros – A Carrie vai dormir no meu quarto.

- O que? – perguntei exasperado e ela começou a gargalhar.

- Estou te zoando. – ela disse em irlandês e Carrie nos olhou confusa – Esqueci, é força do hábito. – ela deu uma risadinha.

St. Patrick's DayWhere stories live. Discover now