17 - Mais que amigas.

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Metis estava sentada em sua penteadeira enquanto hidratava suas madeixas com creme.

— Tudo seria tão mais fácil se vocês estivessem aqui... — Encarou o retrato de seus pais emoldurado em um quadro branco.

Por um descuido deixou as lagrimas correrem por seu rosto macio e fino, não conseguia se conformar com todos os ocorridos.

Netuno abriu a porta do quarto abruptamente, o que fez com que sua irmã limpasse o rosto com as costas da mão e piscasse varais vezes para dispersar o choro.

— Vamos comer, irmã! Estão nos esperando na mesa de jantar! — Netuno estava de regata branca, bermuda jeans e um chinelo de tirar da Adidas.

Já se passava do meio dia, e eles costumavam almoçar pontualmente.

Depois da cerimônia para escolher quem seriam os próximos reis, pouco se falou ali, o silêncio era o único diálogo no castelo. Olhares, mímicas, gestos, mas nada de fala.

— O que vocês fizeram hoje? — Flora cessou o silêncio após terminar de mastigar todo o conteúdo de sua boca.

— Quer mesmo saber? — Lagooha encarou sua mãe.

— Sim!

— Bom, eu estava pensando em maneira de como consertar algo que eu não deveria ir atrás de consertar! — Fincou o garfo em um refogado de cenouras.

— Seja mais específica, querida! — A mãe rebateu.

— Prefiro deixar no ar! — Encarou Indra e bebeu um gole do vinho tinto.

— Por que vocês estão fingindo que está tudo bem? — Netuno surpreendeu a todos com um grito.

— Me desculpe, eu só... — Sua tia foi interrompida.

— As vezes o silêncio é a melhor opção. — Limpou a boca em um guardanapo e se levantou da mesa correndo direto para o lado de fora do castelo.

Todos tentaram manter a compostura, mas sua namorada resolveu ir atrás dele.

Netuno estava no jardim, como de costume. Sentado em uma cadeira suspensa, amarrada por cordas de aço.

— Querido, vem cá! — Sentou-se ao lado do garoto que chorava. — Está tudo bem, eu já prometi que faríamos um jeito nisso! E nós daremos! — Passou os dedos suavemente pelo rosto de seu namorado.

— Como você pode, gostar de mim depois de tudo? — Ele abaixou a cabeça envergonhada. — Eu queria te controlar, por amor, eu fui tóxico, Nixie!

— E se arrependeu por isso, me pediu desculpas e se tornou um homem de verdade! — Ela o corrigiu rapidamente. — Netuno, eu não me importo com o seu passado, você sabe quantas provocações aguentou por minha parte, as pessoas que fiquei para te fazer sofrer, tudo que eu fazia questão em fazer na sua frente para te deixar mal, mas mesmo assim, você está aqui! — Encarou nos olhos.

— Mas... — Ele tentou dizer com a voz ainda rouca.

— Não precisamos voltar no passado! Nós éramos imaturos, e agora nós evoluímos! — Encostou sua testa na do rapaz. — O importante é o arrependimento vir do coração, e não continuar insistindo no erro.

— Você me perdoa por tudo que eu te fiz passar? — Ele perguntou desconcertado.

— Eu te perdoei, a muito tempo atrás! — Encostou seus lábios lubrificados com gloss nos de netuno. — E você, me perdoa?

— É claro que perdo! Também te perdoei a muito tempo atrás! — Retribuiu o carinho com outro beijo.

— Você tem me tratado feito uma princesa, e isso me mostra em como aquele moleque se tornou um homem! Com toda certeza, seus pais estariam orgulhosos! — Por fim abraçou seu namorado e o beijou novamente.

Submersas - [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora