Livro 1
[COMPLETO]
Onde Kageyama Tobio revela o que mais odeia em seu companheiro de equipe, Hinata Shoyo.
Observação.:
A história está na ordem decrescente, do maior para o menor.
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Eu definitivamente odeio sua inocência.
Sério, você nunca percebe nada por mais gritante que seja. Você é idiota?
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Deixei a água gelada deslizar pelo meu rosto, numa tentativa inútil de afastar os pensamentos homicidas que que subitamente resolveram me perseguir; ou melhor, nãotão subitamente assim. Afinal de contas, quem estava me causando tais pensamentos era baixinho, tinha cabelos alaranjados, uma personalidade irritante e era estupidamente cego por não perceber que, quando Miya Atsumu havia sugerido visitá-lo no meio da semana, não significava que ele apenas queria levantar para ele. Esse cara precisa de óculos!
Ok, porque eu estava tão irritado? Hinata é um boboca estúpido, mas qual a novidade disso? Miya está descaradamente dando encima dele, porém, isso também não é novidade, certo? Ok, Kageyama. Ok. Não há motivos para tanta irritação.
Peguei a toalha que havia jogado sobre os ombros e a usei para secar meu rosto, me sentindo deliberadamente bobo por ter surtado daquela maneira. Isso lá são horas de ter crise de ciúmes, seu imbecil? Respirando fundo, voltei para a quadra. Todo autocontrole que havia reunido até ali evaporou em uma rapidez impressionante ao vê-lo acariciando carinhosamente os cabelos ruivos daquele anão estúpido, que bebia leite em uma garrafinha; porque eu havia dito que ele precisava beber mais leite se quisesse crescer; e parecia estar adorando o contato. Certo, Kageyma, como pretende matá-los? Enforcados? Dilacerados? São ideias interessantes, eu diria.
- Por que você está com cara de quem está planejando um assassinato? - a voz de Tsukishima Kei me faz sair de meus pensamentos. Desvio o meu olhar para ele, que dirige seu olhar exatamente para onde eu estava olhando e solta uma risadinha desdenhosa. - Não acho que você deva se preocupar tanto com isso, Rei. Ele é lerdo o suficiente para achar que um cara viria de longe para vê-lo só porque quer ser seu amiguinho.
Faço uma careta, mas acabo concordando com o que o loiro dissera. Espera... Eu acabei de concordar com o Tsukishima? E ele... Acabou de me tranquilizar? Tem algo de errado aqui! - Você está me tranquilizando?! - perguntei, não podendo conter o meu tom de descrença. - Por quê?
Ele revirou os olhos. - Seu "Gay panic" é meio irritante - respondeu simplesmente e me deixou sozinho, solitário e com a maior cara de bobo.
- Kageyama, porque está fazendo essa cara de idiota? - era impressionante como uma voz tão irritante podia fazer o meu coração bater tão rápido como a dele costumava fazer. Desviei o meu olhar para baixo e o encarei, fazendo uma cara assustadora. Ele arregalou os olhos e ergueu as mãos em sinal de rendição.- Certo, não está mais aqui quem falou! - o ruivo voltou a beber o leite em sua garrafinha e eu pude observar o quanto aquele infeliz ficava extremamente adorável fazendo aquilo. Sério, eu tinha muitos problemas quando o assunto era Hinata Shoyo e a boiolagem em excesso era um deles. - Você está esquisito hoje. Mais do que o normal - observou, me fazendo perceber que estava encarando-o além da conta. Corei violentamente. - Aconteceu alguma coisa?
Estúpido. Estúpido. Eu sou um estúpido. - O-o que? Não! - neguei, em seguida comecei a me amaldiçoar mentalmente por ser tão imbecil. - Você não devia estar treinando com o Miya ou algo assim? - mordi a língua no instante que deixei essa perguntar escapar, porque era evidente o ciúmes que exalava dela.
Hinata, porém, não pareceu ter notado nada e eu não sabia se ficava aliviado ou mais irritado. - Ah? Ele acabou de sair, Kageyama. Você não viu? - perguntou, me encarando com aquele par de olhos castanhos. - Ele até te deu tchau, mas você provavelmente nem deve ter ouvido - a última parte ele parecia estar dizendo mais para si mesmo do que para mim. - De qualquer maneira, você está agindo estranho você. Pode não parecer, mas eu conheço você muito bem.
Ergui a sobrancelha ao ouvi-lo dizer aquilo. - Ah, é mesmo?
Ele assentiu, parecendo extremamente confiante do que dizia. - Por exemplo, eu sei que você não gosta de Atsumu Miya. Só não sei dizer o motivo.
Você. O motivo é você. Não gosto de como ele te olha. Não gosto de como ele fala com você. Odeio como ele pode te tocar e eu não. - Nada demais - respondi, da maneira mais despreocupada que consegui.
Seus olhos vagavam pelo meu rosto como um detector de mentiras ambulante. - Você está num conflito interno agora, dizendo o real motivo mentalmente, não está? - mal pude esconder a expressão surpresa que surgiu em meu rosto. E ele simplesmente sorriu de maneira convencida. Por que o sorriso dele tinha que ser tão bonito? - Eu disse; te conheço muito bem. Na verdade, te conheço melhor do que qualquer um, seu idiota.
Certo, faremos uma breve pausa para o surto. Eu não quero gritar... Eu não quero... Eu não... Eu... Droga, eu estou corado de novo. - Humm - murmurei, desviando o olhar para que ele não notasse o quão vermelho meu rosto estava.
- Você está muito ocupado agora? - perguntou baixo.
Me recusei a olhar para ele até sentir que meu rosto estava normal. - Não. O que quer?
Senti uma mão pequena e extremamente macia segurar o meu pulso, e isso me obriga a olhar para baixo onde encontro Hinata fazendo uma cara fofa e bastante persuasiva. - Então... Levanta pra mim?!
Maldito! Como ele se atreve a usar essa cara para me manipular? Retiro o que eu disse; de inocente, ele não tem nada! - Tá - concordei por fim, e me deixei ser arrastado por ele, enquanto sorria intimamente por vê-lo tão animado.