Cap. 12: Treinamento

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― Tchau, Sensei!! – Ginmaru se despedia de Shinpachi e saía correndo à toda do dojo dos Shimura. – Agora vou treinar com o meu pai!

Nem dava tempo de Shinpachi responder, o garoto estava longe, tamanha sua empolgação. Desde que ele se recuperara da forte gripe, estava empolgadíssimo para poder, finalmente, treinar com o pai. Perguntava-se se Gintoki seria capaz de conter sua força ao treinar Ginmaru. O garoto só tinha oito anos, não dava para ir com tudo... Embora o pequeno albino tivesse força surpreendente em seus golpes de espada. Não imaginava que, além da semelhança com o Yorozuya, o garoto herdaria também sua grande força física.

A diferença é que ele não era tão preguiçoso. Estava sempre disposto a aprender novas técnicas e a subir de nível. Queria ser habilidoso, ainda mais com o campeonato de kendo se aproximando na escola.

Não demorou muito para que Ginmaru alcançasse a escada que levava à sua casa. Subiu-a como um raio, abriu impetuosa e escandalosamente a porta corrediça e, esbaforido, retirou os chinelos que calçava, antes de adentrar a sala, e anunciou:

― Cheguei!

Esperava ver seu pai já pronto para treiná-lo como combinado, mas...

― Preguiçoso como sempre... – murmurou, encarando o homem esparramado no sofá com uma Jump velha por cima do rosto e roncando. – Cara, como ele consegue dormir desse jeito...?

Ginmaru retirou a revista do rosto de Gintoki, que de fato estava ferrado no sono. O garoto não entendia como seu pai poderia ser um cara tão preguiçoso daquele jeito. Encontrou ali encostada ao sofá a bokutou que ele adorava carregar para todo canto. Pegou-a e percebeu que era diferente de empunhar uma espada de bambu das aulas de kendo.

Aproveitou que o dono da dita espada com a inscrição "Lago Toya" ainda estava dormindo e começou a fazer com ela os movimentos que fazia no dojo dos Shimura. Eram movimentos cheios de força e velocidade, bastante potentes.

A sua prática usando aquela espada de madeira ia muito bem, mas...

― AIAIAIAIAI!! QUE É ISSO??

... Um erro de cálculo fez com que Ginmaru acertasse uma senhora pancada na cabeça de Gintoki, o que produziu uma enorme marca vermelha na sua testa. Imediatamente, o Yorozuya levou a mão ao local atingido e viu de onde viera a cacetada.

O garoto esquecera que aquela espada era mais longa do que a de bambu que usava nas aulas com Shinpachi. E, evidentemente, o pobre menino percebera isso e temia uma surra.

Imediatamente, ele se ajoelhou diante do pai:

― DESCULPA, PAI, JURO QUE NÃO FOI POR QUERER! DESCULPA, DESCULPA, DESCULPA, DESCULPA, DESCULPA...!

― Tá bom, tá bom...! – Gintoki respondeu contrariado e com a mão ainda no local da pancada. – Se queria me acordar, não precisava descer a minha bokutou assim... Aliás, o que você tava fazendo com ela, hein?

Ginmaru suou frio e começou a rir nervosamente.

― Ehe... Eheheh... Eu tava vendo como era usar uma espada como a sua... Desculpa...! Eu tava empolgado, sabe...?

― Com o quê?

― Ué, não vamos treinar juntos?

― Ah, é... – o Sakata mais velho se espreguiçou. – Eu já tava quase me esquecendo.

― Esqueceria se eu não te lembrasse. Você sempre esquece. Onde vamos treinar? No dojo do Shinpachi-sensei?

― É. Pode ser.

*

― Gin-san – Shinpachi alertou. – Vai devagar, não esquece que o Ginmaru só tem oito anos!

― Relaxa, Shinpachi-kun. – o Yorozuya respondeu enquanto cutucava tranquilamente o nariz. – Eu já...

Paradoxo Temporal: A origem de GinmaruWhere stories live. Discover now