Before you go
— Gilbert?
Me aproximo do garoto que está deitado virado para o outro lado.
— Anne — se vira e me encara.
Corro até ele e o envolvo em um abraço, um abraço tomado por um alívio indescritível e cheio de carinho, apesar de tudo.
— Desejei tanto que você respondesse aos meus chamados, e agora você pode me ouvir e me responder.
— Sua voz — ele diz com dificuldade — foi você quem me guiou para a saída.
— Saída? — o encaro — que saída Gilbert?
Ele tenta se sentar, e eu o ajudo pois é notório o seu desconforto.
— Eu estava preso — seu cenho se franze enquanto ele diz pausadamente — preso em minha mente e sua voz me chamou.
— Eu estive aqui ontem de tarde.
— Sim, eu sei. Eu a ouvi dentro de minha mente, e fiquei atraído por sua voz, a ponto de acordar.
— Que estranho — sorrio — mas que bom que você está bem, e está vivo. O que exatamente você ouviu?
— Eu também te amo, Anne.
Meu coração palpita com o que ele diz, eu não imaginava que seria tão rápido, muito menos, daquela forma. Ele estava certo do que dizia, e eu estava certa de que eu também o amava, apesar de ter uma certeza... Matthew e Marilla estavam certos.
As palavras se prendem em minha garganta a ponto de sufocar-me.O barulho dos aparelhos invadem meus ouvidos avisando-me que eu ainda estava sentada na ponta de sua cama, encarando aqueles belos olhos verdes e desejando incansavelmente o toque dos nossos lábios.
— Eu sei que você sente o mesmo — sua mão enlaça na minha, finalmente, ele estava quente outra vez.
— Eu, eu...
Sua outra mão, desliza a mecha de meu cabelo para trás. Nossos olhos se encontram, e parece que o tempo naquele instante para. Éramos só nós dois, perdidos dentro do olhar um do outro, procurando quem sabe uma resposta para os nossos questionamentos internos, procurando uma certeza para dizer o que sentimos, na verdade, eu ainda precisava ter certeza que nós estávamos predestinados a ficar juntos, não que isso fosse acontecer.
— Diga alguma coisa Anne.
E sem pensar em uma resposta, eu me inclino e lhe dou um beijo, em meio as pausas, nossos olhos se prendem, desviam, se desejam.
— Isso diz muito — ele ergue os ombros.
E logo em seguida, em meio ao toque breve e sutil, ele desliza a ponta do nariz no meu e diz baixinho:
— Eu acredito em amores eternos, Anne.
. . .
(Diana)
Diante da injustiça e de um regime cruel, eu me adaptava aos poucos no internato, tendo como minha única confidente, Vanessa.
Mesmo assim, eu ainda acreditava que estava prestes a sair daqui, e se fosse possível, mudaria por completo o tratamento, já que esse lugar horrível, pertencia aos meus pais.
— A cenoura não tem culpa da sua raiva — Vanessa apontou para a verdura que estava sendo jogada de um lado para o outro no pedaço de vidro.
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Anne With An E - Sec XXI (Concluída)
FanfictionTudo começou quando Anne teve que se mudar com Marilla e Matthew para a cidade. Acostumada com sua casa da fazenda, ela terá que aprender a superar seus medos e se encaixar em uma sociedade completamente diferente da que ela conheceu. #2 Annewithane...