Capítulo XXIII - Perdão e Reconciliação

211 38 0
                                    

A tentativa de Jimin de me aquecer foi falha, acordei-me com crises de espirro e com uma leve febre, queria que ele não notasse, mas era impossível.

— Bem, pelo menos ele ainda está dormindo. — Falei para mim mesmo enquanto me dirigia até o banheiro.

Tomei um bom banho e vesti roupas limpas e secas, descendo para o andar de baixo, onde provavelmente encontraria tia Jung lendo algum dos seus livros desconhecidos. Parei no meio da escada, ao ouvir ela choramingar olhando para uma foto de Hoseok em seu celular. Eu não deveria, mas tenho que intervir nessa situação.

Saí sem que ela me visse e peguei a bicicleta. O dia estava frio, mas não havia sinal de chuva. Liguei para Hoseok.

— Alô? — Falou ele ao atender.

— Me diga onde você está, precisamos conversar.

— Aish!

...

— Por que isso do nada? Por que essa atitude Hoseok? — Perguntei enquanto o encarava sentado defronte a mim, esperando o seu pedido chegar. Estávamos em uma lanchonete.

— É complicado Kookie. — Respondeu ele.

— Então me explique. — Ele respirou fundo.

— Desde que saí do colégio, a mamãe vive me cobrando para que arrumasse um emprego logo. Ela sempre pegou no meu pé quanto a isso. O ponto final para mim foi semana passada, quando ela disse que eu era uma vergonha para ela e que eu não planejava ser ninguém na vida, senão um vagabundo qualquer sustentado pela mãe até a morte. — Ele cuspiu as palavras, seus olhos lacrimejaram um pouco, o mesmo abaixou a cabeça para disfarçar.

—Hobi... Entendo que o que ela disse foi errado, mas todos nós falamos algo sem pensar quando estamos com raiva de algo. Ela só quer que você seja independente, isso é bom. Não quero bancar o maduro, mas você precisa disso, é essencial.

— Aí é que está Kookie. Naquela noite eu ia contar a ela que eu consegui um emprego como garçom em uma lanchonete. Eu ia lhe fazer uma surpresa, mas quando ela disse todas aquelas coisas, eu fiquei com tanta raiva que decidi fugir. Ela não se importa comigo, ela só quer que eu trabalhe para que eu saia logo de lá da casa dela, então ela conseguiu.

— Voce está completamente errado. Ela chora todos os dias. Hoje mesmo ela estava vendo fotos suas em seu celular enquanto chorava. Ela tenta de ligar, e quando não atende, ela deixa recado dizendo que você é a melhor coisa em sua vida e que jamais quis dizer o que disse. Ela está arrependida Hoseok, ela está sofrendo. Por favor, apenas converse com ela e resolvam as coisas entre vocês.

Ele ficou em silencio durante alguns minutos, depois tirou sua carteira do bolso e a colocou na mesa.

— Você paga a conta por mim? Preciso fazer algo.

— Não se preocupe, vai lá. — Sorri para ele que retribuiu o sorriso e saiu rapidamente da lanchonete.

Lee Jung Min

Acordei muito cedo, na verdade, mal consegui dormir na noite passada. Não conseguia tirar Hoseok da cabeça e martelava em meus pensamentos as palavras que o disse naquela noite. Por que tive que ser tão estúpida? Meu filho nunca irá me perdoar.

Subi e bati na porta de Jungkook, abrindo ela lentamente e avistando ele coberto até a cabeça, era impressionante que ele ainda estivesse dormindo. Segui pelo corredor até chegar ao quarto de Hoseok. Seria tão maravilhoso abrir aquela porta e ver seu quarto totalmente bagunçado e ele dormindo, provavelmente no chão, por se mexer muito e acabar caindo da cama. Infelizmente ele não estava lá.

Entrei e abri seu guarda-roupa, meio vazio, mas com algumas camisas, peguei uma delas e me sentei em sua cama, minhas lagrimas escorriam em meu rosto e molhava a camisa apoiada em meu colo.

— Hoseok, por favor, volte para casa. — Disse em tom baixo.

— Omma... — Ouvi uma voz conhecida e levantei a cabeça assustada, avistando Hoseok ali, em pé ao lado da porta.

— Hoseok! — Me ajoelhei e apontei meu olhar para o chão. — Antes que vá embora, preciso do seu perdão. Como posso dizer que sou sua mãe, se eu mesma o reneguei? Não posso ser sua mãe Hoseok, você merece uma mãe melhor do que eu.

— No mundo não existe uma mãe melhor para mim do que a senhora. — Disse o mesmo, acocando-se na minha frente. — Não tem do que se desculpar, a senhora só quer o melhor para mim. — Ele me pegou pela mão, me ajudando a ficar de pé.

— Meu filho. — Pulei em seus braços, enxugando meu rosto em seu ombro. — Eu nunca mais direi o que tem que fazer. Se quiser arrumar emprego, tudo bem, se não quiser, tudo bem também.

— Então.... Eu estou trabalhando! Era uma surpresa para aquele dia, mas não tem problema.

— Filho, você não sabe o quanto me sinto envergonhada pelo que fiz.

— Não precisa se sentir assim, como eu disse, nada mais daquilo importa. — Ele me deu um beijo na testa. — Ah, e quando Jungkook chegar, agradeça a ele também, ele me abriu os olhos.

— Jungkook? Mas ele está em seu quarto, na cama.

— Mas, ele estava comigo na lanchonete antes de eu vir até aqui.

— Então, se Jungkook está fora... Quem está em sua cama?

Peculiares | JiKookWhere stories live. Discover now