Me ajuda!

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Ofegante, atravessei a rua correndo. Em seguida virei a esquina, sem deixar o ritmo diminuir.

Dezenas de diferentes pensamentos percorriam em minha mente, enquanto minha preocupação com Alex só aumentava a cada passo que eu dava sobre a calçada.

Não podia deixá-lo sozinho com eles.

E como se acompanhasse a minha velocidade, as nuvens amontoavam-se no céu, tornando-o mais escuro e acinzentado.

Meu maior medo era chegar tarde demais.

Eu não poderia chegar tarde demais.

***

No instante que entrei no meu quarto, após tomar um banho quente, meu celular vibrou. Ao chegar mais perto da cama, peguei o aparelho e vi o nome de Alex na tela iluminada.

Por alguns segundos, estranhei o fato dele estar me ligando logo de manhã cedo. Geralmente ele faz isso quando são questões relacionadas a algo da escola, como um trabalho (e não tínhamos nenhum para elaborar naquela semana).

Chamada recebida de Alex

- Oi, Alex. - falei, depois de atender. 
- Oi...você está ocupada?

Sua palavras saíram carregadas de exaustão.

- Não...por que a pergunta? Aconteceu alguma coisa? - questionei, ao colocar os fones, para pentear o cabelo.
- Eu...tem alguma coisa errada, Samantha. - respondeu, com a respiração ficando rápida. - Meu remédio pra arritmia não está fazendo efeito.

Com a apreensão crescendo em mim, andei com pressa até meu guarda-roupa para pegar uma blusa.

- Você não está em casa, não é?
- Não.
- Onde você está agora?

Como se minha pergunta fosse difícil de ter uma resposta, ele ficou ponderando, sem dizer nada por um momento.

- Eu não sei...nunca estive aqui antes... - nitidamente, sua ansiedade aumentou. 
- Consegue descrever o lugar que está? - perguntei ao terminar de vestir a calça.

Um breve silêncio instaurou-se entre nós outra vez.

- Tem um prédio bem alto aqui perto, com uma fonte na entrada e...parece ter um canteiro de tulipas...

Eu conhecia a construção a qual Alex comentou. Era um edifício de apartamentos bem caro e luxuoso que ficava no bairro mais rico da cidade (e longe da minha casa, por sinal).

Sem deixar que eu mencionasse algo em seguida, uma segunda voz apareceu no fundo da ligação.

- Vejam só quem está aqui!

Perplexa, percebi que a fala tinha vindo de Andrew, que estava acompanhada de outras risadas.

- Logo eu falo contigo. - disse Alex, quase sussurrando do outro lado da linha.

Chamada encerrada

Após tirar o fone dos ouvidos, fui atrás de minhas velhas botas pretas, coloquei-as e saí em disparada para o portão de casa.

***

- Sentiu minha falta? - questionou o colega, aproximando-se lentamente. 
- Está querendo levar uma surra de novo? - a raiva fluía dos olhos do solitário rapaz. 

Seguidamente de sua pergunta, os amigos de Andrew deram um sorriso torto, devolvendo o olhar com escárnio.

- Você quis dizer...você levar a surra, não é? 

Conexão SombriaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant