Promessas

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Já amanhecia quando acordei, as raposas dos bosques onde eu morava sempre demoravam a acordar mas eu não conseguia ser tão preguiçosa.Acordar com os primeiros raios de luz era uma sensação única para mim, agora que eu era humana conseguia aproveitar ainda mais dela.

Observar a luz inundando tudo ao meu redor, as gramas, as árvores, os pássaros e...o senhor que me ajudara.A luz da manhã iluminava seu corpo frio, fazendo parecer que ele estava apenas descansando...

Me virei e fui até os cavalos que agora já haviam se aquietado e tinham um ar de tristeza, soltei o nó que o meu bem feitor havia feito e deixei-os ir.Como eles, também segui em frente, seguindo pela estrada em direção a cidade.

Enquanto andava não conseguia tirar o que fiz da cabeça.

A minha nova vida seria daquele jeito?Procurando e enganando pessoas para roubar suas vidas?Pensar isso causa algo dentro de mim, acho que chamam de culpa, parte de mim se sente horrível enquanto a outra não liga;tudo pelo meu sonho, ou eles ou eu.

Já deviam ser dez ou onze quando de longe de eu ouvi barulhos de risadas, uma Vila que ainda não foi evacuada talvez.

Me aproximei calmamente pela floresta para não ser vista mas não precisava, pelo jeito eles estavam bem entretidos no que faziam.

Seis homens estavam parados em frente a duas mulheres que não paravam de tremer, seus cabelos bagunçados e suas roupas em fiapos, uma delas tinha que segurar nas pontas para evitar a nudez, seus rostos vermelhos de tanto chorar, a mais nova, talvez uma adolescente humana, tinha a marca de mão no rosto.

O resto da Vila estava totalmente morto, havia vários corpos nos chãos, homens e crianças na maioria, as casas, assim como o chão estavam sujos de sangue.

Fui me aproximando lentamente, sem fazer barulho, para tentar ouvir o que e eles diziam.

-Onde está o Mestre Darius?-Um dos homens perguntou.

-Ele foi até a campanha 12, não vai voltar hoje-Um homem maior respondeu, sua voz era grossa e sádica.

-Então podemos nos divertir!-Gritou animado um dos homens, balançando as mãos

-VÃO PRO INFERNO!-A garota mais nova gritou.

A resposta veio com um tapa em um dos lado da sua cara, a mulher ao seu lado virou o rosto, soltando um barulho de tristeza.

-Olha como fala, sua porca.-O homem que lhe deu um tapa falou-A não ser que você queria sofrer mais do que vai.-Havia um sorriso no seu rosto.

Aqueles deviam ser os noxianos do qual o senhor falou.Cruéis, impiedosos.

-Ei, vocês ouviram isso?-Um homem baixinho, meio corcunda segurando um machado de lançamento se virou na direção...na minha direção.

Eu tinha feito algum barulho?era impossível, eu sou uma raposa, não faço mais barulho do que o que eu quero.

Sua mão foi para cima e em um motivo de arco ele jogou na minha direção.E acertou um coelho.

Me afastei devagar, aquele homem tinha bons ouvidos e eu não queria podia ser descoberta.

-Comida e mulheres!-Gritou um deles, fazendo pose-Isso é Força.

O som ia se abafando até que eu sai dos meio do matagal e bati contra algo duro.

Me virei rapidamente e fui jogada no chão antes de ver o que era.

Noxiano.Dois metros de altura ou mais, tinha uma roupa diferente das dos outros, uma armadura de batalha e uma capa não muito grande se agitava atrás dele, em sua mão havia um machado duplo de guerra.Que tipo de Guerreiro levava isso apenas para destruir vilas?

Vida FalsaWhere stories live. Discover now