A cidade

7 0 0
                                    

Quando cheguei à cidade o sol já caía.O alaranjado tocava as casas, ou o que restava dela. Algumas das casas não tinha as paredes, ou teto, ou a porta.Enquanto andava perguntei a um dos moradores o que havia acontecido e onde poderia arranjar um barco para me levar às terra do continente, a resposta veio com um profundo suspiro e um abaixar de olhos.

Os noxianos haviam atacado Ionia por todos os lados, salvo a floresta por não haver nada demais e perigos demais, os portos haviam sido fechados para evitar invasões marítimas como havia acontecido mas agora os noxianos já tinham seus exércitos em terra.Sendo assim só se podia sair do País indo pela capital.

Noxianos eram uma praga.Tanto mal somente para se mostrarem mais forte e em cima de um povo de paz. Até mesmo nas florestas se ouvia sobre os humanos Ionianos; A paz e generosidade que haviam eram superiores até mesmo a alguns animais da floresta.

Teria que arranjar um lugar para dormir até poder continuar a viagem.Após subir para a parte da cidade encontrei uma construção de três andares bem iluminada onde havia uma certa movimentação de entrada e saída, de risadas e sons estranhos.

Enquanto andava em direção ao prédio notei que ao redor do lugar havia algumas pessoas vestidas de sobretudo que seguravam um livro e olhavam com certa repugnância e tristeza para quem entrava e saia de lá. Desprezo.

Luxúria. Era o que eu sentia quando entrei e passei os olhos pelo lugar.Na entrada havia um sofá, um homem e duas mulheres passavam a mão entre si, diferente da Vila, parecia que era consentido, as mulheres sorriam e o homem também. Do lado direito havia uma escada caracol que levava ao segundo andar de onde vinham os barulhos. Do lado esquerdo uma porta, fui em direção a uma mulher que estava secando uma caneca e que fumava um cigarro.

-Olá, eu gostaria de dormir aqui.

Ela tirou os olhos do copo, me encarou com um olhar cansado e depois me olhou de cima para baixo e de baixo para cima.

-Dema!-Ela gritou, tirando o cigarro da boxa- Há outra!

Ao falar isso voltou a secar a caneca e a porta do lado do sofá se abriu.Uma mulher com um vestido vermelho com várias voltas que ia até o chão apareceu, seu cabelo cacheado indo até o ombro, a cor tão laranja quanto o por do Sol. Seus olhos se arregalaram ao meu ver mas logo a sua cara se transformou em um sorriso.

-Mas que garota bonita nos temos aqui!-Disse ela dando uma batida de leve na minha barriga com seu leque.

-Obrigada-Sorri agradecendo-Eu gostaria de dormir aqui, está tão frio la fora.

-Ah, claro, claro minha querida, realmente, está tão frio-Deu um sorriso que pretendia ser reconfortante.Falsidade.- Esses noxianos são uma praga não é mesmo?ao mesmo tempo que ajudam os negócios, atrapalham. Nós estamos lotadas, mas mesmo assim arranjaremos um lugar para uma moça linda como você.

-Obrigada- Agradeci novamente- Eu preciso dar esse tal de dinheiro por ficar aqui?

-Ho,Ho, não precisa minha querida, os clientes acertam diretamente comigo, assim a gente evita muitos problemas sabe?- Suas palavras tinham um pouco de provocação.- Beth, leve ela ao meu quarto, em um momento irei até lá. Estou me entendendo com nosso último cliente.

Me lançou um último olhar, o sorriso de orelha a orelha e se virou um em direção a porta.

-Suba, última porta no terceiro andar-Disse a mulher que limpava a caneca, apontando para a escada e depois para cima.

Ao me aproximar o da escada os barulhos estranhos aumentaram e ouvi uma gritaria vindo de trás da porta onde Dema havia entrado.Poucos segundos depois ouve um silêncio e então um "bam" e novamente um silêncio que atingiu até mesmo as pessoas que estavam no sofá, que ficaram tensas quando a porta se abriu e dois homens saíram carregando outro, que parecia mole e muito branco.Eu não sentia nenhuma força vital emanando dele.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jan 04, 2015 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Vida FalsaWhere stories live. Discover now