Será inevitável tornar-se previsível?
Não quero ser previsível
E por isso encontro-me sem palavras para escrever
Pois quase tudo o que pensei
É dotado de uma previsibilidade tremendaPoderia falar sobre algo que ninguém nunca fez
Mas isso também seria difícil
Já que quase tudo o que existe
Na medida do possível
Já foi feito e se tornou previsívelHá ainda tantos assuntos
Aparentemente inovadores
E eu poderia escrever muito disso
Se tudo isso
Já não estivesse escritoSeria a previsibilidade só mais uma
Entre tantas características humanas?
Temo que aceitar a previsibilidade
Seja o mesmo que matar a criatividade
E sem criatividade, não vivoTalvez essas minhas palavras estranhas
Sejam as palavras de um moribundo
Que sucumbe junto de sua incapacidade
De criar qualquer coisa de novo
E só se ocupa de repetir o mesmo, de novo e de novo
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Sobre pessoas e outras futilidades
PoetryConversa jogada fora, convenção social estabelecida, exigência não-exigida (esperada por todos os protótipos de interlocutores). Este livro é sobre futilidades. Ele é tão fútil quanto a problemática abordada. Quando deve ser lido? Bem, suponho que o...