Sobre pessoas e outras futilidades

Devaneios de Insolação

Um caminho enfeitado é construído no palácio da Memória, somente para que consiga chegar mais facilmente até as lembranças do que passou.

Aquilo nunca mais vai sair da cabeça

Nunca mais.

Pensa que será atormentando por aquilo por toda a eternidade e tenta encontrar um pouco de consolo em imaginar que ser atormentando por fotografias alegres costuradas ao cérebro não deve ser algo tão ruim.

Existem dores piores no mundo.
Deverá aprender a carregar a sua.

Algo desvia sua atenção momentaneamente e você volta para o mundo real
Então, desvia a cabeça para olhar a rua
Encontra com o sorriso da jovem que lhe acena da calçada
E foi preciso apenas de um "Olá, moça bonita!" dito sem mover os lábios ou fazer som algum
Dito com o pensamento
Para que também sorrisse alegre uma nova realidade
Uma realidade onde talvez o futuro
Também possa ser tão feliz quanto o passado
E o passado que pensou que nunca abandonaria a sua cabeça?
Bem, talvez todos tenhamos nos equivocado sobre algo, alguma vez
Tudo é esquecido tão rápido quanto começou
Está agradável ali fora
Um sopro de uma brisa de verão
Que suavemente toca o rosto
O calor do sol que é sentido nas têmporas
E lá se vai tudo o que importa, lá se vai a consciência
Tudo virou sonho
Lá se vai a sensação que jurou que duraria para sempre
E agora tudo é sonho
Agora, no palácio da Memória tudo são sussurros de "Olá, moça bonita!" e a sensação inebriante provocada por um banho de sol.