AFLIÇÃO

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   Já era de manhã bem cedo, e Hinata já se encontrava disposta ali, presente na mesa junto a sua irmã Hanabi, que tomavam o seu café silenciosamente.
   Sempre manteve esse costume, quando se estava na frente de seu pai, Hiashi. O mesmo sempre teve posse de rígido, mesmo quando se tratava de suas próprias filhas, não deixava de ser rigoroso com as mesmas.
   Enquanto, fazia questão de tentar sair o mais rápido possível do meio daquela sala de aflição, não esperava ser chamada para enfrentar mais ainda, todo aquele desespero.

   — Como anda seus estudos, Hinata? — Perguntou calmamente a morena; que apenas engoliu seco pelo o nervosismo.

   — Estão indo bem, meu pai... — Falhou um pouco ao falar, o que não passou despercebido pelo o mais velho e nem por hanabi, que a olhava discretamente.

   — Entendo. — Disse enquanto tomava um gole de seu café. — Não quero que você fique de enrolação em seus estudos, só porque está com Toneri, não quer dizer que você precise deixar tudo de lado, pra querer seguir uma vida sem futuro. — Disse em seco, sem encara-la em seus olhos. Sentindo aflita, Hinata, apenas abaixou sua cabeça encarando suas mãos que estavam trançadas, em cima de suas pernas.

  — Pai... — Disse Hanabi tentando chamar sua atenção. — As notas da nee-chan são perfeitas, não há o por que o senhor dizer isto a ela. Sempre que ela chega; eu a vejo se esforçando o máximo possível, passando noites em claro pra conseguir as notas perfeitas ao ponto de agrada-lo...

   — E é exatamente assim que pretendo ver minhas filhas daqui em diante. Não quero que relações algumas possam atrapalhar a vida das duas. — O mesmo disse, fazendo a mesma se calar. Hanabi, permanecia na mesma situação que sua irmã. Sabiam o quão difícil era tentar conquistar a confiança de seu pai, bastasse que apenas um A para que o mesmo pudesse mudar de ideia rapidamente, ao fim de arruinar algo.
   Hiashi, era um homem bom, porém, desde a morte de sua esposa, suas atitudes mudaram praticamente, nunca aceitou o fato da perda de sua amada, entretanto, fazia o máximo possível para esquece-lá, indo em bares, passando a noite em claro bebendo ou até mesmo ficando com outras mulheres. Porém, não adiantava em nada, pois não conseguia a esquecer.

   — Sim, senhor... — Responderam em unisonoro ao mais velho, que apenas afirmou em concordância.
   Terminando de beber seu café, Hiashi fez questão de sair da presença de suas filhas, pois assim como elas, ele também tinha a questão de chegar pontualmente em seu trabalho.
   As garotas ainda permaneciam quietas, pois quando se tinha um sermão de seu pai, nuanca tiveram a audácia de contrariar a palavra do mais velho.

   — Por que você não disse a ele a verdade? — Perguntou Hanabi, a olhando seriamente.

   — Do que está falando?

   — Oras. Do que mais eu possa me referir? — Indagou a mais nova. — É óbvio que é sobre o assunto do papai sair durante a noite.

   — Ah... isso? — Disse se levantando de seu lugar enquanto dava a volta na mesa, indo em direção à pia. Colocando os objetos usados na mesma para lavar. — Eu pretendo dizer isto, em outro dia.

   — Eu sabia... — Disse decepcionada. — Você está tentando evita-ló, Hinata.

   — Não é totalmente verdade, Habi. Você sabe que eu não faço isso, só pra tentar evita-ló porque de uma maneira ou outra, eu só não quero encara-lo de frente tão cedo... — Disse receosa.

   — Viu. Eu tinha razão. Querer fugir, não vai adiantar nada, se você continuar fazendo a mesma coisa de sempre. As vezes a melhor forma de seguir em frente, é encarando os nossos próprios problemas sem temer.

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