Pura paranoia

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Algumas horas antes

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Algumas horas antes

GRETA

Andar de bicicleta foi uma forma que encontrei para relaxar, sentir o vento frio contra o meu rosto, observar algumas crianças brincando nos jardins de suas casas e, especialmente, ter um momento para estabilizar as minhas emoções quando tinha alguma crise de ansiedade. Porém, nos últimos dias, algo mudou; desde a viagem dos meus pais, uma sensação de angústia me atinge quando passo na frente da floresta.

Minha cidade destaca-se pela vegetação densa de árvores que a cercam, muitas vezes, tínhamos o costume de fazer atividades por lá, até que algumas pessoas começaram a desaparecer misteriosamente sem deixar rastros. Não demorou para as trilhas e os acampamentos serem proibidos, visando a segurança dos habitantes.

Essa situação foi o suficiente para o desconforto frequente que sinto ao observar as árvores. Sempre tento ignorar a visão que o meu quarto dava para a área; entretanto, prefiro vivenciar essa situação angustiante por alguns dias do que conviver com o meu tio na Flórida.

Diminuí a velocidade da bicicleta quando avistei a entrada da minha garagem, não nego que era um alívio chegar em casa após um longo dia na escola. Todos por lá só sabiam teorizar sobre o mistério da floresta e um possível assassino a solta, isso só colaborou para os meus pensamentos me manterem acordada durante a noite.

Minha única vontade é de poder me deitar na cama e apagar por completo pelo resto da tarde, posso deixar os estudos para de noite, já que não consigo dormir cedo de qualquer forma.

— Todo mundo está com tanta saudade de você, querida! — Minha mãe exclamava contente, ela adorava essas reuniões de família

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Todo mundo está com tanta saudade de você, querida! — Minha mãe exclamava contente, ela adorava essas reuniões de família. — Mas não se preocupe, eu já expliquei que a escola está puxada.

— Ainda bem, seria ruim eles pensarem que eu faltei porque quis. — Não me orgulho por contar essa mentira, o fato era que inventei uma desculpa na primeira oportunidade.

Está tudo bem aí? — O receio era quase palpável, visto que ela sabia sobre como estava me sentindo no último mês. — Parou de dar atenção aos noticiários? Sabe que eu não quero você preocupada com essas coisas.

— Sim, não precisa se preocupar. — Forcei uma entonação tranquila. — Estou deixando isso de lado...

Fico tão feliz por ouvir isso, meu amor — disse. — Mas não deixe de comparecer ao consultório da Sra. Bevan na quinta, certo?

— Certo, pode deixar! — Eu jamais perderia uma consulta com minha psicóloga. Sra. Bevan me ajudava tanto, eu ganhava o meu dia só de poder me sentar na poltrona e falar sobre tudo que vinha na minha mente.

Após encerrar a ligação, subi as escadas para o meu quarto pronta para repor parte do sono perdido da noite anterior.

— Mais que... — Não consigo concluir a frase pelo choque repentino, me aproximo da cômoda com a gaveta aberta, sinto minhas pernas falharem por um momento. Lembro muito bem de ter fechado após pegar minha mochila mais cedo e essa certeza faz o meu corpo arrepiar como se o medo estivesse tornando-se real. Meus sutiãs estavam bagunçados parecendo que alguém havia mexido. Sentei-me na borda da cama tentando espantar o pavor que começou a instalar-se. — Acordei atrasada hoje, devo ter esquecido de fechar. — Tentava acreditar nas minhas palavras, não podia chamar a polícia dizendo que alguém mexeu na minha gaveta de sutiãs, o argumento seria fraco demais para eles.

Resolvi tirar as minhas roupas, não quero passar mais um dia teorizando sobre algo inexistente. Confesso que tirar o sutiã é libertador, gosto de deixar o meu corpo respirar e apesar de todo o medo que tenho tido, não quero perder esse costume para a paranoia.

As cortinas já estavam fechadas, fiquei somente de calcinha e estava como tinha sonhado o dia inteiro: enrolada no meu edredom.

Meus olhos começaram a ficar pesados, consegui ficar tão relaxada que senti um cheiro estranho na minha cama, não era ruim, apenas diferente. Contudo, o cansaço já me dominava, então apaguei num sono profundo, com aquela fragrância invadindo meu nariz.

A chuva ficava cada vez mais forte, podia observar os pingos chocando-se contra a janela, o abajur iluminava a escrivaninha e já fazia algumas horas que havia anoitecido

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A chuva ficava cada vez mais forte, podia observar os pingos chocando-se contra a janela, o abajur iluminava a escrivaninha e já fazia algumas horas que havia anoitecido. Estudei o que precisava e agora estava usando um blusão, saboreando o restante da lasanha enquanto assistia um filme que passava na TV.

Eu precisava descansar, então o meu sono da tarde foi proveitoso, a tensão já não fazia mais parte de mim, sendo algo raro de ocorrer. Acredito que tudo poderia melhorar agora, talvez pudesse tirar proveito de uma noite tranquila escutando o belo barulho da chuva.

No fim, acho que tudo não passou de uma paranoia estendida.

A Obsessão de Jeff the killer (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora