Surpresa!

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Pov Magnus

Eu estava em frente aquela casa há mais de dez minutos, não conseguia entrar, mas também não conseguia ir embora de volta para a minha casa e para Alexander.

Era muito difícil pra mim, voltar ao passado, mas eu sabia que precisava resolver essa parte da minha vida. Não dava para ignora-la pra sempre, e eu também não queria.

Eu estava sentado em um banco em frente a casa quando ouvi meu celular começar a tocar no meu bolso.

-Oi, amor.

-Magnus, onde você está? –Falou rapidamente e pelo seu tom ele estava bravo. –Você não se despediu, não tomou café comigo.

-Precisei passar em um lugar antes de ir para o trabalho, e eu não te acordei porque você estava dormindo tão adoravelmente abraçado ao meu travesseiro..

-Você saiu de fininho logo hoje, Magnus? Em um dia tão especial?

-Não tem nada de especial nesse dia, Alexander. –Respondi e ouvi ele bufar do outro lado da linha.

-Eu quero você em casa as quatro.

-Eu trabalho até as sete, amo..

-As quatro, Magnus.. não quero passar o dia todo longe de você hoje. –Falou como se fossemos casados e eu adorava isso.

-Tudo bem..

-Te amo.

-Amo você também. –Respondi antes de desligar.

Respirei fundo e me levantei do banco, atravessei a rua e aproximei-me da casa. Bati na porta duas vezes, se ninguém me atende-se, eu viraria as costas e iria embora sem insistir novamente naquele assunto.

Ouvi passos se aproximando e comecei a soar frio.

Eram tantos meses, tantas mágoas e ressentimentos. Eu sequer sabia o que dizer, como dizer e muito menos se daria certo.

-Magnus? –Ragnor disse surpreso. –O que faz aqui?

-Eu.. bem, eu sei que faz tempo.. muitas coisas aconteceram..

-Sim, muitas coisas aconteceram. –Disse com rispidez. –Minha mulher morreu, você jogou anos de amizade comigo no lixo e ainda não me disse o que faz aqui.

-Catarina fez uma coisa horrível, Ragnor..

-O Alec também fez e isso não o impediu de perdoa-lo e pelo que eu soube, nem de ficar noivo dele. –Eu senti aquelas palavras, senti no fundo do peito e por isso fiquei alguns segundos em silencio.

-Eu não vim aqui brigar, Ragnor... por favor, pela amizade que tivemos um dia, me deixe dizer porque vim. –Ele pensou um pouco antes de me dar passagem para entrar.

Fiquei em choque quando vi brinquedos por toda a sala.

-Você tem..

-Sim, eu e Catarina tivemos uma filha.. ela nasceu quando você estava viajando.. um mês antes de ela morrer..

-Meu deus... –Murmurei ainda em choque. Quando éramos amigos, Catarina sempre disse o quanto sonhava em ser mãe, disse também que eu seria o padrinho de seu filho ou filha, eu sempre disse que não queria porque acreditava não gostar de crianças, mas agora.. algo dentro de mim estava doendo com a informação de que eu não estava do lado de Catarina nesse momento tão importante pra ela. –Ragnor.. eu sinto muito por não estar do seu lado quando a Catarina morreu.. eu.. sinto muito mesmo..

-Tudo bem.. foi difícil, mas eu precisei ter forças não só por mim, mas por Melissa também.

-Melissa?

Recém-Casados (Malec)Where stories live. Discover now