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-Eu acho que você vai ser mãe—ela contou meio sem jeito, sem saber se ria ou chorava.

Eu por minha vez, não consegui segurar, e acabei chorando. Eu queria muito pular de alegria e dizer que eu estava feliz porque tinha um ser humano, sendo gerado dentro de mim, mas eu não conseguia.

Eu não estava preparada para ter um filho, e muito menos sabia, se eu iria conseguir cuidar dela. Minha cabeça parecia que iria explodir com essa informação.

-O que vai ser, da minha vida agora, Sophia?—perguntei desesperada.

-Eu sei, que você não estava esperando por isso, mas foi irresponsabilidade dos dois, a criança não tem culpa. Agora você vai cuidar dessa criança com todo o amor que você tem, porque você é uma pessoa maravilhosa, e vai conseguir cuidar do seu filho, e eu sempre vou estar do seu lado.—ela me encorajou, me abraçando.

-Meu filho...eu nunca me imaginei dizendo isso, tão cedo—exprimi chorando horrores.

-Eu super entendo você estar desesperada, e eu não te julgo, se você não consegue estar feliz por ter essa criança nesse momento, mas pode ser que ele seja a solução, e não o problema, como você está o encarando agora—Banks comentou e eu a abracei.

-Obrigada...eu não conseguiria enfrentar tudo isso sozinha—pronunciei limpando as lágrimas do meu rosto.

-Mas você não está e nunca vai estar sozinha...você tem a mim, seu pai, o Max, essa galera toda, e tem o Henry, o pai do seu filho.—ela me lembrou e eu respirei fundo.

-Como é que, eu vou fazer, para contar ao Henry, que ele vai ser pai?—perguntei me desesperando novamente.

-Chama ele pra conversar, ele se importa com você, Giorgia—ela respondeu sincera e eu suspirei.

-Como será que ele vai reagir, meu Deus!—exclamei passando as mãos pelo cabelo, num ato nervoso.

-Isso você só vai descobrir, quando contar, e quanto mais você demorar, mais essa ansiedade e desespero, vão te atacar—ela me avisou, limpando minhas lágrimas.

-Pior que eu sei...Henry é um cara super legal, mas também, ele é o do mundo, e se ele não quiser se prender a essa criança?—indaguei receosa.

-Eu mato ele, e nós cuidamos do meu afilhado, porque eu sou a madrinha, já vou avisando—ela falou divertida tentando aliviar o clima, e ela conseguiu um sorriso meu.

-Será que eu falo com ele, hoje?—perguntei em duvida.

-Faz assim, hoje, você descansa, coloca as ideias no lugar e amanhã, vocês conversam.—ela me aconselhou e eu acabei concordando.

Sophia ficou mais um tempo comigo, mas como já estava ficando tarde, ela foi para o seu quarto, e eu fiquei no meu, deitada na cama, com os olhos fitos no mar, através da janela, pensando na vida.

Um filho...só espero conseguir dar o melhor de mim para ele.

...

-Eu acho que deveríamos voltar e conhecer o resto do lugar—James sugeriu sorrindo.

-Ou, ir a noite, para outra balada—Liah propôs e a maioria se animou.

Eu estava concentrada no meu café, que nem estava com muito clima para balada, e muito menos organizar outro passeio.

-Eu topo outra balada—Henry disse sorrindo de lado.

Como eu tinha dito...esse homem é do mundo.

Se concentra, Giorgia. O fato dele gostar de balada, e muita festa, não quer dizer que ele não vá assumir a responsabilidade, até porquê eu não fiz o filho, sozinha.

-Vamos nos apressar, porque daqui a pouco tem formação—Nick avisou e eles assentiram.

Eu para falar a verdade, nem estava com cabeça. Com certeza que eu iria queimar e salgar toda a comida. Mas, eu não aguentava mais manter isso dentro de mim. Eu precisava, rapidamente, contar para o Henry o que estava acontecendo, senão eu seria capaz de explodir, se eu guardasse isso dentro de mim.

Depois de tomar o café da manhã, o pessoal começou a se levantar, e os responsáveis pela cozinha, foram retirando a mesa.

-Henry, podemos conversar?—perguntei ao me aproximar dele.

-Não pode ser depois, é que a formação já vai começar—ele respondeu e eu neguei com a cabeça.

-Nós precisamos conversar, agora, é urgente—reformulei a frase e ele assentiu.

Andei na frente com ele me seguindo, até a escada que dava para o mar. Era o lugar mais sossegado, e ninguém passava por lá nesse horário, pois estariam todos na cozinha.

-Pode falar...—ele pediu quando chegamos.

Eu respirei fundo olhando para o mar, tentando encontrar forças, para contar.

-Eu não sei a melhor forma de contar isso, então, eu vou falar de uma vez—comecei falando e ele me olhou confuso.

-Você está me preocupando, Giorgia. É algo grave?—ele perguntou com um tom um pouco preocupado.

-Eu estou grávida, Henry—contei soltando a respiração que dantes, eu prendia.

-O quê?—ele perguntou desorientado—Como assim?—ele retrucou extremamente confuso.

-Você quer mesmo, que eu explique como fizemos esse filho?—perguntei irónica.

-Caralho, Giorgia, sem ironias, pelo amor de Deus—ele disse esfregando a mão no rosto.—Mas sempre nos protegemos...que merda—ele exprimiu respirando ofegante.

-Nem sempre, Henry, e você sabe muito bem disso—retruquei e ele colocou o rosto para cima respirando fundo.

-Mas você não toma remédio?—ele perguntou confuso.

-Eu tomo, mas eu não sei o que aconteceu—respondi já ficando estressada.

-Eu não sei o que pensar—ele pronunciou um pouco desesperado.

-Eu não estou te pedindo em casamento, muito menos estou te pedindo para sermos uma família feliz, eu só não quero, que nosso filho cresça sem um pai.—expliquei e ele riu sem humor.

-Caralho Giorgia, que tipo de pessoa, você acha que eu sou, para te passar na merda dessa cabeça, que eu deixaria meu filho, crescer sem um pai?—ele perguntou indignado e irónico.

-Eu só não quero que você se sinta obrigado a cuidar dele, porra—exprimi me exaltando.

-É sério que essa merda acabou de sair da sua boca? E eu achando que...—ele cortou a frase no caminho, rindo sem humor.

-Achando o quê?—perguntei séria.

-Não se preocupa, Giorgia...nosso filho, não vai crescer sem um pai—ele disse num tom sério, dando as costas e subindo as escadas.

-Ótimo, essa conversa não poderia ter sido pior—falei para mim mesma respirando fundo.

Pelo menos, eu consegui falar da gravidez, eu não aguentava mais ficar um minuto com isso grudado na minha garganta.

Fiquei mais um tempinho encarando o mar, e tomando um pouco de sol, para ver se eu me acalmava.

Subi para a parte de cima, novamente, e encontrei todo mundo na área da piscina, e estranhei eles não estarem na cozinha, para a formação.

-O que vocês estão fazendo por aqui?—perguntei curiosa.

-O Henry cancelou a aula de hoje, e ele estava bem nervoso—Liah respondeu e eu assenti.

-Então, eu vou dormir também—falei e saí dali, indo em direção ao meu quarto.

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