Capítulo 17

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✿*:・゚NOIVADO ゚・:*✿

Quando eu tinha seis anos e Florence sete, fizemos uma promessa, em frente ao lago da nossa casa de campo

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Quando eu tinha seis anos e Florence sete, fizemos uma promessa, em frente ao lago da nossa casa de campo. Prometemos que nossas almas nunca se separariam, mesmo se houvesse distância, nossos corações sempre estariam unidos e ligados um ao outro. E quem diria que não muito tempo depois a distância realmente nos separaria. Eu não gostava de pensar daquele modo, mas não tinha porque me enganar e prolongar ainda mais uma dor que eu sabia que viria eu querendo ou não.

Acabo me recordando de quando Florence cuidou de mim aos oito anos, ela já tinha quase dez. Eu sempre fora uma criança fora dos padrões impostos. Quando visitávamos a casa do lago, a mesma do juramento, me convenci de que aprendera a voar. Tudo isso por conta de um sonho. Um maldito sonho! Subi em uma das árvores que existiam ao redor. Florence e Sebastian, um amigo de infância, até tentaram me convencer a descer, mas eu como sempre não os obedeci, o que teria poupado muita dor de cabeça. Pulei de cima da árvore e cai em cima do meu próprio braço. O resultado todos devem imaginar... Um belo osso quebrado. E o melhor é que eu nem chorei, não que não estivesse doendo, mas eu me fiz de forte até o último momento. Sempre tive um jeito diferente de brincar, não me adequava nenhum um pouco com as brincadeiras das meninas. E sempre preferi brincar com meninos, não que mamãe deixasse, mas eu sempre arrumava um jeito de fugir. Pelo menos por alguns minutinhos.

Mamãe convenceu as pessoas de que caí porque subi para ajudar um passarinho. Como se eu tivesse cara de quem subiria em uma árvore e cairia só por isso. Não que eu não fosse ajudar o passarinho, se existisse pelo menos mesmo um. Isso serviu para eu tirar a loucura de voar da cabeça. E depois muitas outras surgiram, a minha imaginação de criança ia às alturas. Mas julgo que esse assunto não é de todo relevante nesse momento.

Hoje mamãe me conven... Na verdade, me obrigou porque eu não tive escolhas. Me obrigou a recepcionar alguns convidados íntimos, a maior parte era da família. O pequeno evento era para anunciar formalmente que eu estava noiva e que em breve me casaria com um "bom homem", palavras de mamãe. Mas a verdade é que todos ali já sabiam do "evento da carruagem", como eu já desconfiava Eliza fez questão de contar a cada cidadão que se encontrasse com ela na rua. Não é a toa que pagou com a língua.

Não que eu desejasse algum mau para ela, a coitadinha apenas era desprovida de boas amizades. Mas se passasse menos tempo se metendo nos assuntos dos outros com toda certeza já teria arrumado alguém que a aturasse de verdade.

Eu havia escrito para Charles aquele dia, mas ainda não recebera respostas e quando o vi pessoalmente não tivemos tempo para conversar. E a minha ansiedade não me ajudava nem um pouco. Resolvi parar de pensar nele um pouco e focar em outras coisas naquele momento. Pelos menos tentei. Eu e mamãe recebemos flores diariamente desde o momento oficial do pedido de minha mão, e eu imaginava que isso duraria até a cerimônia do casamento. Charles não me visitara diariamente, por conta do trabalho, mas sempre que possível ia até à propriedade da família realizar a corte.

Observei os convidados e vi Lily ao longe conversando com algumas ladys, parentes de meu futuro marido. Mamãe estava deixando bem claro para todos os convidados que ela visse que, ela, arranjara ótimos pretendentes para suas filhas.

O que pelo menos no meu caso não foi mentira, até porque se ela não tivesse me feito dançar com Charles eu nem estaria aqui recepcionado todos esses convidados. Na verdade, até poderia estar mais seria por conta de outro noivo e eu tenho certeza que eu não estaria assim tão feliz. Procurei por papai, mas não o vi em lugar algum, com certeza deveria estar em seu escritório. Ele devia estar trancafiado para ter certeza que não veria minha alegria e meu sucesso.

Mas não pude não imaginar a vida de mamãe depois que eu também partisse e quando Lily também se fosse. Eu realmente nunca cheguei a ver papai fazendo algo de mal a mamãe, pelo menos não fisicamente. Mas não se podia saber o que acontecia dentro das quatro paredes do quarto deles. E eu sei que mamãe nunca me contaria, ela se prezava por uma postura inabalável. Contudo, no fundo, eu sabia que ela era frágil e que também podia quebrar a qualquer momento.

Durante o jantar Charles colocou em minha mão a aliança de noivado e eu retribui com um medalhão com meu retrato. Recebemos logo após muitos cumprimentos e felicitações. Os convidados foram embora e eu, juntamente a Lily nos dirigimos até a porta para nos despedir de Charles. Lily, se afastou e nos deu privacidade.

— Surgiu uma viagem de trabalho e eu passarei alguns dias fora. Não se preocupe, pois, voltarei para o casamento. — Ele sorriu e acariciou meu rosto.

— Você não me abandonaria, até porque eu iria atrás de você onde quer que estivesse e te faria pagar muito caro.

Ele deu uma risada alta e extremamente melódica a qualquer ouvido. Eu o beijei novamente e ficamos abraçados por um tempo. Apenas aproveitando aquele momento só nosso.

— Eu não podia ir sem me despedir de você. — Ele beijou minha cabeça. — Agora preciso ir, antes que alguém apareça. 

Concordei e acenei quando ele entrou na carruagem. Os cavalos rincharam e a carruagem se foi levantando a poeira do chão. A noite estava fria aquele dia. Ao me virar para trás e me deparei com mamãe vindo de encontro a porta. Ela observou ao redor por um tempo e depois olhou em meus olhos.

— Seu noivo já se foi?

— Sim.

— E o que ainda faz aqui fora, querida? Irá pegar um resfriado. Deixe-me cobrir você. — Ela tirou de seu corpo uma espécie de manta que a envolvia e a colocou sobre mim.

Ela olhou-me de soslaio por alguns instantes.

— Que sorriso é esse estampado em seu rosto?

— Só estou feliz. — Abri um sorriso maior ainda. — Não posso?

— É claro que pode. Mas sei muito bem que está felicidade tem nome.

O Amor De Um Conde Where stories live. Discover now