Um novo rumo

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Sabe o que é não se sentir querida, amada, digna de carinho? É assim que me senti a vida toda

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Sabe o que é não se sentir querida, amada, digna de carinho? É assim que me senti a vida toda. Fui abandonada no hospital quando nasci, sem nome e sem sobrenome, sem saber de onde eu vim e quem era a minha mãe. Fui mandada para um orfanato onde fui criada até meus dezoitos anos. Passei por muitos lares provisório, mas nunca tive um lugar para chamar de meu ou alguém para chamar de família. Por mais que eu fizesse por onde, que me comportasse bem, sempre me devolviam para o orfanato e foi assim até os meus seis anos.

Depois não tinha mais os atrativos que os pequenos tinham e ouvi muito isso. Ela é tão grande, queria um bebê. Você é linda, mas é muito velha, mas não fique triste que logo encontrará uma casa. Mal sabiam que não me quiseram quando eu era bebê! Quem me deu um nome foi a enfermeira que cuidou de mim no hospital. Hope, que em inglês significa esperança e está ai uma coisa que perdir a muito tempo. Depois de completar dez anos, passei a ajudar no orfanato, cuidava das crianças menores depois da escola, ajudava  dar banho, a dar comida e mamadeira para os bebês e assim foi minha vida até os dezoitos anos. Então não tiveram mais como me segurarem no orfanato, elas até tentaram, mas o pedido foi negado e eu me vi sozinha.

Uma das meninas que trabalhava no abrigo me levou para a casa dela, até que eu conseguisse um emprego e pudesse alugar um quartinho para mim. Nunca tinha trabalhado na vida, tudo o que sabia fazer era tomar conta de criança e limpar casa e foi assim que arrumei meu primeiro emprego. Fui ajudar nas tarefas de casa de uma senhora muito simpática, ela me contava várias histórias da sua junventude, das viagens que fez na vida. A casa dela era um brinco, acho que ela queria mesmo era companhia. Trabalhei para ela durante seis meses, depois ela ficou muito doente e foi mrar com a filha.

Hoje estou com vinte e cinco anos, já trabalhei de tudo o que você possa imaginar. Fui babá, trabalhei um uma padaria, entreguei panfletos, trabalhei em uma lanchonete, segurei faixa de politico. Tudo o que me rendia dinheiro honesto eu estava fazendo. Essa minha colega arrumou um emprego bom em Campinas e me chamou para mudar com ela, mas as coisas não sairam como previsto e cinco meses depois ela foi embora, levando tudo o que tinhamos comprado juntas. O pior foi ela não ter dito nada e ainda levou o dinheiro que estava guardando. Uma mulher de quase quarenta anos me deu um dos piores golpes. Do dia para a noite me vi sozinha, sem ter o que comer e apenas com meia duzia de roupas e os meus documentos.

Graças a Deus e a dona da casa onde morávamos, eu não tive que dormir na rua. A dona Chica me ajudou, me deixou morar no quartinho atrás da sua casa, onde cabia apenas uma cama e um criado mudo, mas para mim estava de bom tamanho! Eu trabalhava em uma lanchonete e me agarrava a toda hora extra que aparecia e foi em uma dessas horas loucas que o conheci. Quer dizer, depois dessas horas extras.

Era noite de sexta-feira e a lanchonete estava cheia, eu estava trabalhando desde as oito horas da manhã. Meus pés estavam me matando, minhas costas queimavam de dor de tanto ficar em pé correndo de um lado para o outro. Seu Honório, dono da lanchonete ficou com pena de mim quando viu que já eram onze horas da noite.

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