CAPÍTULO 17 - E O FUTURO?

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Alisei sua coluna nua pela enésima vez, ela suspirou dando um beijo no meu peito, alisando e me olhando sorrindo, pra depois voltar a deitar em mim.

Eu respirei fundo.

Aquela situação era difícil, era complicado fazer as coisas escondidas. Ninguém podia nem ao menos desconfiar que a gente estava se vendo. Ava perdendo aula, eu perdendo trabalho, uma vez na semana a gente se via.

Talvez uma das piores situações que eu tinha me metido, porque eu não estava sozinho, eu estava com a garota que eu amava.

- Meu colégio está acabando.

- Eu sei...

- Não sei o que fazer da minha vida...

Decidi não responder. Porque ela tinha uma vida inteira pela frente. E por mais que eu fosse novo, meu destino já tinha sido traçado, eu ficaria o resto da minha vida nesse lugar. Apodrecendo.

Não tinha sentido nenhum a gente ficar junto. Mas quem disse que o amor faz sentido? Definitivamente não faz. Se tivesse, não teriam tantas pessoas sendo machucadas.

E eu acho que quem ia sair machucado dessa relação era eu.

- Eu vou falar com seu pai amanhã. – Eu falei pela terceira vez no dia.

- Você vai falar tudo, não é? – Ela estava insegura em relação a isso.

- Sim. E se ele aceitar, simplifica tudo.

- Tente não ser grosso... – Ela riu. – A última coisa que você é arrogante.

- Ava... – Ela se virou me olhando. – Eu... – Fechei os olhos. – Eu estou com medo do nosso futuro.

Ela engoliu seco, vai ver ela também sabia que por mais que a gente lutasse agora não ia adiantar muito.

- Eu também, Abel. Mas tudo vai ficar bem. – Ela forçou um sorriso.

PIN. PIN. PIN. PIN.

Olhamos para o celular na mesinha, tocando, indicando que tinha chegado a hora de acabar com a visita dela.

Ela levantou rapidamente, o lençol caiu por seu corpo, a observei enquanto ela trocava de roupa com pressa.

Indo até o banheiro no corredor e penteando seus cabelos. Voltando sentando na cama, e colocando o tênis.

Ela virou, me puxando para que a levasse para a porta.

Coloquei uma calça, e ela sorriu pra mim, enquanto descíamos as escadas. Eu sempre descia com ela. Tinha medo daquele lugar e eu preferia estar por perto.

Chegamos a porta, e o amigo dela estava em uma moto, acenou pra mim, e esperava ela.

Ela me olhou e enlaçou os braços no meu pescoço, me beijando. Segurei sua cintura, e seus cabelos, enquanto nossos lábios brincavam.

Ela riu contra meus lábios, e me soltou.

- Boa sorte amanhã.

Ela me abraçou, e aproveitei para sentir seu perfume. Ou o meu.Ela tinha passado o dia na minha cama pequena.

- Está com o meu cheiro. – Sussurrei em seu ouvido.

- E sua cama está com o meu. – Ela sorriu. – Não faça nada até eu voltar.

Ela piscou correndo e sentando na moto, e indo embora.

Como eu podia não lutar por ela?

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APRENDENDO A RESPIRARWhere stories live. Discover now