Dia Caótico

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Olá, bebês.
Voltei, dessa vez com uma fanfic completamente aqui no Wattpad, quem mamou?
*Não tenho frequência certa para postar, mas vou tentar postar sempre que posso.
**Postarei os dois primeiros capítulos juntos porque eles são menores que os outros, e dão uma visão de como será a fic para vocês.
*A fic tem playlist no spotify, e eu vou deixar o link aqui pra quem gosta de ler ouvindo música.
https://open.spotify.com/playlist/00chxYhNJNY8I9HRwqjqM4?si=epAOO1h8Tk22grI_RzYJLQ

Espero que gostem, e boa leitura. ❤

Era difícil. Ser Gizelly Bicalho era difícil, principalmente naquela sexta-feira chuvosa do Rio de Janeiro. Não que nos outros dias fosse fácil, afinal, tocar um dos restaurantes mais promissores do Brasil no auge dos seus vinte e oito anos era para poucos, mas Gizelly era um deles. 

Talvez devido a sua preparação ter começado cedo, lá nos seus quinze aninhos, com cursos básicos de culinária. Talvez pelo talento natural que demonstrou desde o começo, quando rodeava sua avó, a metralhando com perguntas sobre aromas e gostos que representavam um mundo novo e cheio de possibilidades para a garotinha com cabelinhos cacheados e olhinhos brilhantes. Talvez por seu jeito destemido, que permitiu que uma jovem experimentasse tempero por tempero dos potinhos de sua mãe, às vezes se arrependendo amargamente de tê-lo feito; quem diria que páprica picante é picante mesmo?! Talvez até pelo total apoio que recebeu de sua mãe e de sua irmã, que sempre a prestigiaram, arranjado tempo em suas agendas movimentadas para irem vê-la apresentar um bolo seco e com recheio grudento na oficina do colégio, mas mesmo assim comiam com um sorriso no rosto, como se fosse ambrósia pura. 

Qualquer que fosse o motivo de seu sucesso profissional, Gizelly o havia conquistado por puro mérito, e era uma chef que estava se fazendo notar pela crítica. Prova disso era o grande evento que aconteceria no Bicalho's naquela noite, onde a elite dos contratados da maior rede de televisão do país se reuniria em SEU restaurante. Isso mesmo! Dentre todos os vários restaurantes do Rio de Janeiro, a Rede Globo tinha escolhido o seu para prestigiar. 

Era a noite mais importante de sua vida. Passou semanas planejando tudo nos mínimos detalhes, revisou o cardápio incontáveis vezes, e fez o checklist umas cinco vezes só naquela semana. Isso sem falar nas noites mal dormidas, devido a ansiedade que o evento lhe causava. Não tinha como dar errado.

Mas deu. Até mesmo os grandes chefes têm seus dias ruins, e aquele era um dos de Gizelly. Minutos antes do serviço do almoço começar no Bicalho's, sua assistente lhe trouxe a péssima notícia de que a pessoa responsável pela compra dos camarões havia errado no pedido, comprando camarões pequenos ao invés dos graúdos que utilizavam em seus pratos. Seria um erro possível de consertar, era só colocar uma quantidade maior do crustáceo menor e tudo ficaria bem, mas não naquele dia. Não quando, no turno da noite, o restaurante receberia um grupo considerável de pessoas tão importantes. E era por isso que Gizelly havia gasto um total de QUATRO horas do seu dia atravessando a cidade do Rio de Janeiro atrás dos tais camarões graúdos para que o jantar especial pudesse ser realizado. 

Durante a ida, tudo ocorreu perfeitamente bem. Não pegou o trânsito sofrível do Rio de Janeiro e foi extremamente bem atendida pelo comerciante que lhe vendeu o alimento. Estava confiante que conseguiria chegar bem antes do tempo de preparação para o turno da noite, então estampava um sorriso brilhante em seu rosto. Mas tudo isso foi por água abaixo... literalmente. 

Quando já estava na metade do caminho de volta, uma chuva de verão surgiu entre as nuvens da cidade maravilhosa. Olhou no relógio, eram quatro e meia da tarde, ainda dava tempo.

Só que o destino as vezes prega peças fortes demais, e com a pobre chefe não foi diferente, já que um acidente aconteceu a alguns quilômetros à frente de onde seu carro estava, o que resultou em um grande congestionamento. 

Vendo que não conseguiria sair dali tão cedo, Gizelly segurou o volante com força, descansando a cabeça de uma maneira que ela achou ser leve, mas o som da buzina alta e os xingamentos do motorista à sua frente provaram o contrário. 

Só queria chegar em seu restaurante a tempo de servir a refeição mais importante de sua vida, era pedir demais? O destino parecia achar que sim.

Já passavam das sete da noite quando a pobre coitada avistou a rua do Bicalho's e pôde, finalmente, respirar aliviada. O evento estava marcado para daqui a quinze minutos, e provavelmente seria mais uma boa meia hora antes de os convidados chegarem. Tinha conseguido. Foi até a entrada dos fundos, desligou o automóvel e apressadamente abriu o porta-malas, pronta para começar a retirar as várias caixas que continham o seu bote salva vidas para aquele dilúvio. Não se importava com as roupas molhadas, só queria pôr aqueles camarões dentro da sua cozinha. Cuidaria da possível gripe depois. 

Mas seu dia estava a ponto de ficar ainda mais interessante, porque, devido à sua pressa em voltar para pegar a última caixa, e também devido ao chão escorregadio causado pela chuva, a pequena moça não viu o corpo forte que marchava com determinação em sua direção. A dona do tal corpo alto encarava o chão e caminhava o mais rápido que seus pés permitiam, com pressa para adentrar o estabelecimento e fugir da chuva. A falta de atenção das duas figuras causou um choque inesperado que levou as duas mulheres ao chão. 

- SANGUE, FOGO E LABAREDA! - Enquanto Gizelly acariciava a carne da perna machucada, devido ao impacto causado pelo tombo, era observada com atenção por um par de olhos verdes.

E aí? Alguma ideia do que aconteceu? Comentem e não deixem de votar. Até o próximo capítulo.  🥰

No Words - GirafaWhere stories live. Discover now