Cap. 1

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Eu juntei algum dinheiro durante esses dois anos trabalhando em salão de beleza, de garçonete e depois  eu fiz um curso para auxiliar de administração,  não demorou muito pra conseguir um emprego de secretaria que eu trabalho hoje,o salário era melhor e eu conseguiria alcançar minha meta mais rápido.
Minhas mães não gostavam nada de eu trabalhar tanto assim, e claro que quando eu contei o por que, elas quase surtaram. Dizendo que São Paulo era muito perigoso e que eu não sabia nada sobre como é morar naquela "selva" segundo a minha mãe mais velha.

– Minha filha por que quer ir pra lá? Daqui não dá pra seguir esse teu sonho? Fica perto de nós caso alguma coisa dê errado lá?

Eu sabia que ela ia tentar me convencer a não ir, mas eu já estava com o discurso todo pronto.

– Aí mãe! Eu não vou embora pra sempre, são Paulo é aqui do lado, e eu posso visitar vocês quando as coisas se ajeitarem.
 
A mais nova me olhou com aquela cara de quem não acredita muito na história.
–  Eu sei o que tu tá pensando, mas eu falei com a Dra. Daniela lá da clínica, e ela tem outra clínica lá em São Paulo e vai conseguir uma vaga pra mim lá. E sobre o lugar pra ficar... Eu vi um hostel barato pra ficar até arrumar um AP pra alugar.

Elas me olharam quase chorando, mas me abraçaram.

– Aí filha você sabe que a mãe tá aqui né? O que você precisa, você liga e chama nois. Eu sei que é teu sonho e vamo tá aqui pro que precisar.

Cara isso é mais difícil do que eu pensava...
– Eu amo vocês, sabem disso né?
Eu vou ligar quando chegar e dou notícias de como andam as coisas no trabalho, tá bem?

            2 semanas depois...

Me despedir de casa, dos meus amigos e da minha família foi a coisa mais difícil que eu já fiz na vida! Foi como se tivesse aberto uma cratera no meu peito.
E assim que eu sentei no ônibus, não pude evitar as lágrimas, que droga! Eu tava deixando tudo o que eu conhecia pra ir pra uma cidade que eu nunca fui, e que eu não conheço ninguém, pra tentar realizar um sonho que talvez nem dê certo! Aí ai mas fé no pai Luiza! Tudo vai dar certo!
Tem que dar...

16 horas... 16 horas! Porra!
Aí meu deus! Nunca mais.na.minha.vida! Eu quero ficar  a porra de 16 horas do lado de um cara fedido que não para de roncar! E a tiazinha da frente que não parava de falar da vida dela.

Finalmente cheguei na rodoviária e a primeira coisa que eu fiz foi pegar um Uber até o endereço do hostel que eu ia ficar hospedada.
O lugar era bem simples, um prédio de 3 andares na rua Pamplona, que fica bem perto da Av. Paulista, onde fica o consultório que eu começo a trabalhar na segunda-feira.

Cheguei na recepção onde fiz o check-in e subi pro 1° andar. Dei de cara com duas garotas escutando música e dançando que nem umas lokas, e um cara fumando um baseado na varanda. O cheiro tá forte hein!

– Ei ai!? A garota meio rótica veio na minha direção, e pra ser sincera eu achei que ela ia me atacar.
–  Hey! Luiza, prazer.

– Nathalia, e aquela magrela ali é a Sofia.

Agora magrela que a Nathalia tava apontando era beeeem alta, morena com um Black maravilhoso, parece meia louquinha mas é linda.
– Ei e aí garota! Chegou agora? Olha tem uma cama aqui do lado, pode colocar as suas coisa ali do lado do aparador, e tem uma cômoda aqui desse lado com duas gavetas vazias.

Ela fazia vários gestos mostrando onde era cada coisa correndo de um lado pro outro. É, com certeza ela tava chapada pra caralho.

– Ah obrigada... Eu acho. Eu vou tomar um banho e depois vou dormir um pouco, tô morta!

– Ah vai lá, depois vamos decidir o que vamo fazer amanhã, quer ir com a gente? Vem! Vai ser legal.

– É a gente tava pensando em ir no salão de beleza aqui perto e muda o visual, depois vamos anda um pouco pela paulista.

Percebe- se que Nathalia não era de falar muito, mas ela parecia empolgada com a ideia do salão.

– Ah.. tá bom! Eu vou pro banho e já volto.

Ai meu Deus como eu precisava de um banho! Senhor! Tava tudo tranquilo até um cara chato bater na porta.

– Aí! Vai demora muito? Eu também quero toma banho pô!

– Tô saindo!

Cara! Que constrangedor, alguém bater assim na porta. Claro que se fosse na minha casa eu nem ia ligar, mais eu preciso muito achar um lugar que não tenha um grosso batendo na porta.

Vesti a roupa em menos de 1 minuto e sai trombando o cara que batia sem parar na porta.

– Na próxima eu entro sem bater!

Grosso! Estupido!

– Ahhhh que raiva!

Acho que bati a porta com muita força, por que agora as meninas me olhavam assustadas e o cara que nem se apresentou tava roncando que nem um trator. Como ele consegue?

– Iiiii cê encontro com o Thiago né kk
– O que? Quem é Thiago?
 
Foi a vez da Sofia falar

– É o cara chato que não deixa ninguém tomar banho em paz.

– Aaaah esse Thiago, que cara mais idiota, eu não demorei nem 15 minutos.

– Ah ele é contra o desperdício de água, e fica regulando o banho de todo mundo.

Nossa.
– É só o que falta, não poder nem lavar o cabelo.

– Ei Luiza relaxa! Amanhã vamo passar o dia beeem longe dele.

Assim eu espero...

– Boa noite ,meninas.

– Boa noite. Disseram juntas.

Amanhã vai ser um dia cheio...

MALVADÃO 😈Where stories live. Discover now