Cap. 2

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Caralho! Aquela avenida não tinha mais fim!
Fazia 5 horas que a gente tinha saído do hostel.
Primeiro fomos tomar café numa padaria na esquina da rua e depois fomos direto pro salão de beleza que segundo a Sofia era o melhor e mais em conta salão pra cabelos afros, mas também atendia outros tipos de cabelo.
Sofia decidiu que queria um corte e definir mais os cachos, e optou por um corte e hidratação seguido por uma fitagem pra defensor os cachos.
Nathalia disse que só queria manicure e pedicure, talvez mudar o corte e fazer um chanelzinho batendo no queixo.
Eu queria fazer alguma coisa mais ousada, mas nunca fui muito corajosa e não queria estragar meu cabelo com tinta.
Então as meninas deram a ideia de fazer tranças, nem preciso dizer que eu fiquei animadíssima, e depois entrei em pânico com medo de não gostar. Mas ficou maravilhoso e nunca me senti tão bem sendo tão diferente assim...

As meninas ainda esperaram mais 1 hora depois de finalizar seus trabalhos. Saímos do salão e fomos em direção a Avenida Paulista dar uma volta.Passamos em frente ao consultório que eu iria começar a trabalhar amanhã e então achamos um restaurante de comida caseira e resolvemos entrar.

A Sofia era magra de ruim por que a bixinha depois de 2 pratos enormes! Parecia aquela lombriga do MIB (Homens de preto). A Nathalia parecia um passarinho só tinha folha e grão de bico no prato dela, tadinha kk.
Eu provei um pouquinho de tudo mais não tanto quanto a Sofia, meu Deus! Essa guria não tem filtro!

– Ei Sofi, vamo pra casa agora? Tá ficando tarde e agora eu tô morrendo de sono.
Disse pra ele praticamente rindo de desespero, eu tava realmente com sono.
– Claro vamo sim, eu pensei em passar numa casa no fim da rua.É tipo um república pra meninas, parece que são pras meninas como a gente, que vem pra São Paulo construir uma carreira e precisam de um lugar pra ficar.

– Parece bom demais pra ser verdade Sofi, acho que é só enganação.

Ela finalmente tinha parada de comer e me olhou com uma cara que dizia que ela mesma não acreditava naquilo.
– A dona Marcela que é dona do hostel foi que me falou desse lugar, disse que é barato e que o prédio é antigo mais bem cuidado.

– Quero só ver.

– Tá bom rainha da desconfiança, vamo lá ver não custa nada!

– Tá bom! Ei Nat tu vem ou não?

Desde que eu e a Sofia começamos a falar de um lugar pra ficar, ela tinha ficado quieta e só mexia no celular.

– Ah não gente, eu tô morrendo de dor no pé e tô com dor de cabeça!

– Sério Nathalia? Essa foi a melhor desculpa que você arranjou pra não ir com a gente? Nem você acredita no que  tu acabo de fala.

– Deixa ela Lu, vamos lá ver o tal lugar e depois contamos como foi.

– Tá bem, vamo logo antes que eu desista.

Fomos o caminho todo conversando sobre várias coisas. Sofia me contou que ela era do Paraná mas se mudou faz 1 mês, os pais estavam ajudando a bancar as despesas enquanto ela não arrumava um emprego. Descobri que o motivo de ela ter vindo pra São Paulo é que o sonho dela é ser modelo. Uma agência estava interessada em fechar contrato com ela e que eles iriam iniciar uma campanha de biquínis daqui 1 mês.
Mas claro que em 1 mês o dinheiro pra ficar no hostel não ia dar e assim como eu, ela teria que achar outro lugar pra ficar até a carreira decolar de vez.

– Ela disse no fim da rua...número 647... Casa rosa.

– É aquela ali?

Era realmente uma casa e não um edifício, era modesto de 3 andares no estilo antigo, tinha janelas estilo francês todas brancas e uma sacada de fora a fora com janelas grandes divididas por parte. As paredes da parte que dava pra rua estavam tomadas por flores trepadeiras ela era inteira de madeira, e tinha um pequeno jardim com algumas rosas e uma árvore de flores que eu reconheci como  Dama da noite ela tinha um cheiro maravilhoso de noite e me fazia lembra de casa.
O portão era simples de grades pretas no estilo antigo igual a casa, tinha apenas uma plaquinha escrito "República de meninas Dona Rosa🌹 n° 647".

MALVADÃO 😈Where stories live. Discover now