prólogo

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Seus dedos fizeram menção de tocar o peito dele, preparado para sentir a inconsistência característica de um holograma.

Ao contrário do habitual, o Mew holograma não sorria para si, tinha uma expressão vazia como o de verdade.

A mente embriagada de Gulf, perdido em tristezas e decepções, acompanhava sua mão, prestes a ultrapassar o peito bem desenhado do holograma.

Contudo, a ponta de suas falanges se encheram com o calor que parecia emanar daquele corpo assim que o tocaram. A consistência de suas roupas se esfregou contra a pele de Gulf, batidas quase imperceptíveis batucando contra sua mão.

- A tecnologia que usaram em você não é brincadeira. - disse, ainda que aos muitos tropeços em razão da bebida em sua corrente sanguínea.

Com uma coragem que ele não lembraria de ter tido na manhã seguinte, Gulf se precipitou para perto do outro, e tocou seus lábios com o de seu holograma.

Sua mente bêbada ainda conseguiu rir irônica, pensando o quão estranho era ele estar beijando seu holograma.

A boca, que não deveria ter consistência nenhuma, era na verdade muito macia, com um gostinho discreto que ele não reconhecia, mas o fez sorrir.

Se ele estivesse sóbrio o suficiente, teria reparado que estava há muito sem seus óculos.

Teria se lembrado que hologramas não são táteis.

E teria se lembrado pelo menos de um dos beijos que havia trocado com o Mew de verdade.

Na mente enevoada do mais velho, ele se deu conta de que aquele era o segundo beijo que trocavam.

holo, meu amor • mewgulfOnde histórias criam vida. Descubra agora