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O sorriso que rasga meus lábios é tão grande que eu sinto minhas bochechas doerem. Tayler me ama? Eu realmente ouvi isso? Tudo que eu senti durante esses dias, toda a loucura que eu achava que era estar me apaixonando tão rápido por alguém, tudo faz sentido agora. Porque é recíproco, eu não estou caindo sozinha. E realmente, naquele momento eu não acho que ele esteja mentindo. Sinto na forma com que ele me segura, na forma com que ele acaricia minha pele e beija meus lábios, no seu olhar preocupado sobre mim. Posso sentir em meus ossos que tudo que queima dentro de mim, incendeia dentro dele. Não tem como eu estar enganada sobre isso.

- O que foi? - Tayler afaga minha bochecha, limpando os últimos resquícios de lágrimas que gelam meu rosto.

- Você disse que me ama - Minha voz sai em um fio, a emoção travando minha garganta, novas lágrimas se acumulando no canto dos meus olhos. Tayler sacode a cabeça levemente, afirmando - Na primeira semana que eu passei aqui, você disse na garagem do Austin que o amor era só baboseira.

- Disse - Ele afirma novamente, passando a língua sobre os lábios ressecados, desviando minha atenção para lá - E eu realmente achava isso Amber Eloise, até você aparecer na varanda da casa da frente, usando uma blusa da One Direction que cabia duas de você dentro e roubando o sinal da minha wi-fi sem permissão.

- Oh Deus - Eu gargalho, tombando a cabeça levemente para trás - O inferno que você causou na minha vida por causa de internet Tayler.

- Eu só queria te provocar - Ele sorri de lado - Sempre soube que você não iria cair no meu papo normal igual as outras meninas, você tinha aversão à mim. Era só eu chegar perto que você parecia ter visto um fantasma.

- Você fazia por onde com as perguntas invasivas e carraca de mau humorado - Passo a mão por seus cabelos, eles estão maiores desde o início das férias, e alguns cachinhos caem sobre sua testa - Mas ei, lá no fundo eu sempre soube que eu não resistiria ao seu charme.

- Você acha que era eu quem mexia contigo Amber, sendo que você sempre me teve na palma da sua mão desde o primeiro dia - Seu sorriso diminui um pouco e ele aperta minha cintura levemente - Promete pra mim que vai tentar não fazer mais isso? Eu vou cuidar de você nas próximas duas semanas, vou estar ao seu lado, mas eu não vou estar em São Francisco, eu preciso saber que você vai conseguir se cuidar.

Eu desvio meu olhar para o colar em seu pescoço, brincando com o pingente em forma de cruz. Não sei se posso prometer algo que não tenho certeza que serei capaz de cumprir. Já prometi para ele que ficaria, e não vou. Não quero desapontá-lo de novo.

- Eu vou tentar - Suspiro, minha voz é tão baixa que ele só consegue ouvi-la pois estamos à alguns centímetros de distância - Vou voltar para terapia. Vou contar para minha psicóloga sobre a recaída.

- Por favor - Tayler se inclina levemente, beijando meus lábios brevemente. Quando ele tenta aprofundar porém, eu o paro, afastando seu peito levemente com as pontas dos meus dedos - O que foi?

- Eu hm... Eu vomitei, você sabe - Me sinto levemente envergonhada - Você também me promete que vai se cuidar? Eu não quero ter que me preocupar se você está se machucando ou perdido por aí Tayler, por favor.

- Oh, ok... Eu, eu vou tentar - Ele franze o cenho levemente, piscando algumas vezes - Quer ir para casa?

- Eu acho melhor - Confirmo, me levantando do seu colo e ajudando ele a fazer o mesmo - Não sei por quanto tempo meu avô e Jade vão conseguir segurar as pontas.

De mãos dadas, nós caminhamos até sua moto, prontos para refazer o caminho de pouco mais de cinquenta minutos até em casa. O vento da noite é frio, mas eu envolvo meus braços ao redor da cintura dele e afundo meus dedos por baixo da sua camiseta, mantendo minhas mãos aquecidas em seu abdome.

Innocent OneOnde histórias criam vida. Descubra agora