Capítulo vinte e seis

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Capítulo vinte e seis

— Pode me beijar, sabe disso, não? — Adam diz, depois de a menina o dar um selinho e se afastar.

— Ah, eu não gostaria de parar seu coração de novo... — Bela ri para ele e ajeita seu cabelo — e também, não quero que sua mãe chegue aqui e encontre essa cena.

— Achei que você era a toda poderosa que enfrentou o dragão...

— Enfrentei, e não preciso cuspir em cima — a menina diz, decidida, passando a mão em sua roupa.

— Tudo bem, tudo bem.

          Conseguiram, como sempre, ouvir o salto antes de conseguir ver a pessoa. Mas não tirou o impacto de ver a mulher com seu terninho vermelho sangue e salto alto chegar na porta, com a mão no rosto.

— Ah, meu filho, estava tão preocupada... — a mulher começa, com a voz aguda emocionada.

— Hm... — Adam diz, pensando em como faria aquela conversa acontecer — vamos tentar ser sinceros hoje, okay? Como nunca fomos na nossa vida?

— O que quer dizer? — a mãe olha para seu filho, como se surpresa, colocando a mão sob seu peito.

— Sim, vou dizer, e por favor, fique calada...

— Olha como fala comigo! — ela o interrompe, aumentando a voz imediatamente.

— Eu pedi por favor — Adam diz, calmo, segurando a mão de Bela, que se sentava ao seu lado.

— Você não tem direito — a mulher começa a dizer novamente, se movendo em direção ao sofá, mas Bela a interrompe.

— Ai mulher, vê se cala a boca e ouve seu filho.

— E o que essa garota está fazendo aqui? — a mãe de Adam diz, olhando Bela dos pés à cabeça.

— Bem, eu espero que ela faça parte da minha vida inteira, não tem porque não está aqui. Vou começar antes que você me interrompa de novo. Não quero ter nada a ver com você. Não quero ter nada a ver com nossa família. Vamos fingir que eu não sou dessa família, que tal? Pelo menos até você se tratar e deixar de ser essa pessoa tóxica — Adam respira fundo, fechando os olhos e abrindo novamente, levando seu tempo, e quando viu que sua mãe iria começar a lhe responder, ele começa novamente — Não, não me interrompa — ele sorri um pouco, e aperta a mão de Bela — A casa que eu moro está no meu nome, e eu sempre soube, embora você tenha tentado esconder. Então vou pedir para retirar tudo que for seu de lá nos próximos dias. Não quero seu dinheiro, não quero contato nenhum. Só quero que saia da minha vida. Você é a pior parte de mim e eu não tenho uma lembrança boa contigo, então, no método da Marie Kondo, eu estou olhando para você e não sinto alegria... Esta descartada! — ele ri um pouco com sua piada no final, e Bela o repreende com os olhos, mordendo a língua para não fazer o mesmo.

— Você não pode fazer isso... — a mãe dele diz, com a voz alta, indo em direção à cama do garoto.

— Estou fazendo. E meu advogado vai entrar com uma ordem de restrição se você começar a me perseguir. Qualquer problema que você tenha com esse plano pode falar com ele.

— Você não quer dizer isso, é apenas essa menina colocando ideias na sua cabeça — a voz doce da mulher volta, trazendo lembranças horríveis a Adam.

— Sim, Bela colocou varias ideias na minha cabeça. E eu precisava delas. Eu sempre soube que você era tóxica, mas precisei de pegar um pouco da coragem de Bela emprestada para conseguir me livrar de você.

— Quando ela te largar por alguém melhor você voltará para mim — a mulher diz, usando todas as ferramentas de manipulação que conseguia pensar.

Era uma vez de novoOnde histórias criam vida. Descubra agora