Capítulo EXTRA

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[Esse capítulo contem relatos sobre depressão, se isso for um gatilho para você vou colocar um aviso antes. Saúde mental acima de tudo, fiquem bem <3]

Capítulo EXTRA - esse capítulo não segue a ordem cronológica da história - 

— Lucien, sinceramente, não sei como tem coragem

— Depois que você começa é mais fácil continuar — o homem franziu o nariz enquanto passava nutella no pão e observava a mais nova "empregada" da casa comer pão de sal com manteiga deixando farelos em toda a toalha — é só uma questão daqueles três segundos de coragem insana de postar e sair correndo.

— Não tem medo das críticas?

— Claro, sempre tenho. Mas as respostas positivas são maiores e as pessoas amam minhas histórias — limpa as mãos e sorri para a garota novamente — claro que críticas construtivas são bem vindas, mas majoritariamente eu recebo amor dos leitores. E fico muito satisfeito de fazer histórias que os ajudam, mesmo que seja só a rir num dia ruim. Estou melhorando a vida das pessoas, e isso é o que me motiva.

— Isso é lindo Lucien, nem parece que escreve fanfics da Bonnie com o Fogaça — Adam diz, rindo do rosto do amigo que fica imediatamente vermelho.

— Eu adoraria viver um romance com o Fogaça, aquela cara de durão e coração mole... — Bela diz, se aproximando de Lucien para o abraçar em apoio.

— Fico imaginando ele me perguntando se quero sentar na graxa... — Pandora aparece na entrada do salão e anda até seu namorado.

— Parece que está na hora de trabalhar. Bela, quando quiser começar a postar suas histórias estarei aqui para dicas de divulgação.

— Já disse a ela que vou ligar para uma boa editora para conversarem — Adam entra na conversa novamente, falando com a boca suja de capuccino.

          Lucien e Pandora saem do cômodo de mãos dadas e segue para a cozinha, onde Horácio delegava as tarefas diárias.

— Bom, acho que vou embora também, então.

— Tenho uma idéia para te deixar mais confortável em relação a mostrar seus textos para nós.

— Diga-me meu amo — a garota se senta ao lado de Adam, rindo.

— Eu te mostro algumas coisas que eu escrevi, e ai você me mostra alguma que você escreveu.

— Não sabia que escrevia.

— Só durante alguns meses, não são contos ou histórias só alguns textos aleatórias e — o rosto de Adam fica imediatamente ruborizado e ele se vira para esconder — algumas poesias.

— Okay!

— Se soubesse que era tão fácil teria feito dias atrás.

— Estou chutando que ninguém aqui nunca leu esses textos?

— Sim.

— Então melhor eu aceitar a oferta rápido antes que passe sua coragem.

— Talvez — ele dá de ombros enquanto tenta controlar o sentimento de insegurança. Estava fazendo isso para a ajudar, não importava como se sentia.

           Os dois se levantaram e começaram a andar em direção à ala oeste. Bela seguia Adam andando alguns passos atrás do garoto, animada com a possibilidade de conhecer um pouco mais de seu patrão misterioso. E talvez encontrasse alguma dica no texto de como ganhara a cicatriz e porque morava naquela mansão sozinho.

          Se dirigiram para o quarto proibido da ala oeste, onde Adam guardava seus segredos, e a razão de Bela ter fugido da casa no primeiro dia. Adam abriu as portas, agora fechadas com uma chave, e começou a procurar algo entre gavetas quebradas. A menina observou novamente o quarto e os pelos de seu braço arrepiaram. O lugar era mais frio que toda a casa, e escuro, mesmo que as cortinas estivessem rasgadas e deixassem entrar a luz da manhã.

Era uma vez de novoOnde histórias criam vida. Descubra agora