Capítulo XV

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Samantha

No dia seguinte, todos na escola já comentavam sobre meu "namoro" com Noah! E Adam continuava sem olhar na minha cara.

Era estranho e desconfortável olhar pra ele e ele fingir que eu não existia. Principalmente por o motivo de sua revolta não fazer nenhum sentido pra mim!

- Todos parecem bem convencidos do seu repentino namoro com o Noah!- Lucas constatou, encostado no armário ao lado do meu.

- Que bom! Essa era a intenção.- Fechei o armário e continuei.- Tomara que isso não dure muito tempo! Não gosto de mentir pros meus amigos.

- Os seus melhores amigos já sabem a real verdade, então não se preocupe com o resto dos animais silvestres.- Afirmou me arrancando uma gargalhada.

- Você não existe, Lucas.- Dei risada.

- Existo sim, meu amor! Mas sua dúvida é compreensiva! Nunca conheceu alguém tão perfeito como eu.- Falou convencido me fazendo rir mais ainda!- Além disso eu s-

- Fiquei sabendo do seu namorinho com Noah! Saiba que não vai durar. Noah é o maior galinha da escola, e se fosse pra namorar com alguém, ele teria me escolhido, claro!- Disse Beatriz, interrompendo Lucas.

- Licença se usa, ' gata?- Lucas interferiu.- E Noah a escolheu porque ele tem um pouco de culhões! O que já é mais que suficiente para ver que a Sam é melhor que você um milhão de vezes!

- Até parece que isso.- Apontou pra mim.- É melhor que isso!- Apontou pra si mesma.

- Parece que meu namorado, Noah, não pensa do meu mesmo jeito.- Falei. Não sei bem o porquê desse meu irritamento repentino, mas ele existe.

- É que ele só não se tocou ainda de que eu sou melhor que você, mesmo isso estando bem óbvio!... É que ele nunca foi muito inteligente pra essas cois-- Beatriz foi interrompida por Lucas, que colocou a palma da mão na frente de seu rosto, a fazendo parar de falar.

- Calada você fica melhor!

- Olha, Beatriz, é realmente bem triste que sua alto estima seja tão baixa, e que você seja tão insegura, que é preciso "humilhar" as pessoas só para que você se sinta melhor consigo mesma! Você está tão cega em tentar ser melhor que os outros, que não enxerga que só está passando vergonha!- Falei debochada, dando um passo em sua direção. Nunca dei muita importância a ela! Por mais que Bia sempre estivesse procurando maneiras de me alfinetar, ela nunca se importou muito em falar comigo. Essa estava sendo a primeira conversa direta que estávamos tendo, e ela era tudo que eu esperava que fosse: tediosa e irritante.

- O que disse?- Levantou a voz, atraindo a atenção de alguns alunos. Não sei se entendo como chegamos aqui, e nem porquê... Mas se ela acha que vai gritar comigo e vai ficar por isso mesmo, está bem enganada!

- Desculpa, falei rápido demais?- Pingou ironia da minha voz, mas mantive meu tom normal.- Perdão, vou repetir; Por que você não tenta não ser tão cuzona? Ninguém aguenta mais essa sua presunção que você carrega com você para todos os lugares. E um dia você vai acordar e vai ver que é escrota e doente demais pra ter amigos de verdade, todos vão ter se afastado, e você não poderá fazer nada!... Mas assim, sem ofensas!- Dei as costas a ela e saí caminhando. Ia embora sendo acompanhada por Lucas, quando ela se enfiou na minha frente me impedindo de passar.

- Como ousa falar comigo assim? Todos me adoram! Você está blefando.

- Sabe, Beatriz, com todo respeito, eu tenho pena de você!- Disse por fim e saí a deixando sozinha. Eu me sentia mal por ter deixado outra pessoa triste, mas ela mereceu!... Ou talvez eu só estivesse descontando minha raiva e frustração devido aos acontecimentos recentes nela.

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