Bônus: Para todo o sempre

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Faltavam poucos segundos. Taeyong me disse que estaria atrasando a situação por cinco minutos, mas o meu atraso era de dez. Meus pés doíam a cada passo ligeiro, minha agenda atarefada não deixou que eu estivesse lá na hora certa. O plano era simples, mas a situação envolvia mais do que só falar. Precisava me preocupar com cada detalhe da surpresa: o local, minha roupa, quem estaria ao redor... No entanto não tive tempo para nenhum desses.

Quando vi Taeyong impedindo que a porta do carro se fechasse, entrei em desespero. Corri com o máximo do meu fôlego e só parei quando me aproximei. Taeyong abriu um largo sorriso, estava feliz por mim, e um alguém especial estava surpreso com o meu desespero.

– Ten? – demandou admirada. – O que aconteceu? Está tudo bem? – Comovida com a situação, e pelo fato de eu não conseguir falar por falta de ar, se aproximou da porta e saiu do carro.

O seu olhar alternava entre mim e Taeyong, procurava desesperada uma rápida resposta; e eu faria o mesmo.

Taeyong começou a rir, achava engraçado o fato de nada ter dado certo nos últimos três meses, e minha única reação foi ignorá-lo. Porém as suas incontáveis risadas acalmaram a bela garota à minha frente. Estava lindamente trajada em um vestido casual que a deixava radiante, uma mecha do cabelo era prendida por uma presilha preta com lantejoulas brancas, mas o que me chamou atenção era o colar de uma só pérola no seu pescoço.

– Me fala! Vocês dois estão estranhos. O que é?

Ela sabia que se tratava de alguma surpresa.

Eu estava ansioso para contar, mas ao mesmo tempo, por milissegundos, repensava todas as minhas ações. Não queria que fosse tão casual, pensava em me vestir melhor e levá-la para um encontro, porém nada dava certo. Era ali ou então nunca mais.

– Você aceita casar comigo?

Foi preciso muita coragem para dizer tais palavras. Me lembro muito bem no quanto minha mão tremia ao segurar o anel, o vento atrapalhou meus cabelos dificultando minha visão sobre ela, e por causa do grito animado de Taeyong me desequilibrei.

Eu tinha sonhado com aquele momento por muitas noites, mas no final se realizou como um sonho atrapalhado.

Ela não se importou em como eu caí sentado no chão, segurando o anel com o braço estendido; a caixinha estava jogada de qualquer jeito pelo piso cimentado do estacionamento, e decidiu pegar o anel para colocar no dedo de sua mão direita. Ela estava muito feliz sorrindo bobamente olhando para ele.

– Queria eu mesmo ter o colocado, fazer de uma forma romântica, mas... fala sério, que situação horrenda! – exclamo para Taeil ao meu lado.

– Não acredito que você caiu, Chittaphon! De todas as coisas tinha mesmo que cair? – Ri estridente, não se importando com a presença dos maquiadores.

– Taeil, ri baixo. O quarto da noiva é aqui do lado.

– Não é como se ela não estivesse contando a mesma coisa pras amigas.

– Você veio aqui pra me apoiar ou o quê?

Taeil dá dois toques amigáveis no meu ombro ainda rindo do que contei a ele. Eu não poderia deixar de convidá-lo para ser padrinho do meu casamento. Taeil me ajudou muito, imensamente, tanto a mim quanto a minha noiva, e é muito satisfatório tê-lo hoje, conosco, para fazer parte do início de uma nova etapa em minha vida.

O salão está cheio, mesmo daqui posso ouvir os muitos murmurinhos. Todos os membros, amigos e família estão reunidos em um só lugar.

Olho ansioso para o espelho à minha frente, da cabeça aos pés, não imaginei que a sala do noivo seria tão bem decorada. Taeil se afasta para resolver algum assunto com um funcionário, ele parece meio perdido e os dois folheiam rápido as muitas folhas em uma prancheta. Os maquiadores terminam o seu trabalho e abrem a porta para ir embora. A estilista responsável pelo meu terno fez o mesmo há alguns minutos atrás.

Me apaixonando por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora