Verso 2: O peso de uma página em branco.

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Notas Iniciais: Betado pelas maravilhosas Bea e Teeh. Muito obrigada, queridas! <3

Quando caminhei para longe do hospital com meus pertences debaixo do braço e o endereço de onde eu deveria buscar meu carro consertado, era como se baldes de água gelada estivessem sendo despejados em minha cabeça a cada passo que eu dava conforme...

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Quando caminhei para longe do hospital com meus pertences debaixo do braço e o endereço de onde eu deveria buscar meu carro consertado, era como se baldes de água gelada estivessem sendo despejados em minha cabeça a cada passo que eu dava conforme a realidade me chamava aos gritos com o café da manhã pronto na mesa, onde os problemas seriam servidos sem açúcar.

Em frente ao hospital, um outdoor instantaneamente roubou a minha atenção. A foto daquele rosto com semelhanças de uma imagem que morava em meus sonhos, tomava metade de um edifício em construção. E então, suspirando alto, me recostei ao muro e fiquei admirando a imagem em silêncio, sozinho em meus pensamentos barulhentos enquanto segurava uma receita médica em mãos. Minha vida era uma bagunça!

Como eu escreveria a biografia daquele cara? Se me pedissem para inventar uma história, tudo bem, eu teria a criatividade ao meu favor, faria tudo como minha cabeça planejasse, construiria um roteiro, idealizaria personagens e nomearia novos cenários. No entanto, quando se tratava de um protagonista vivo, a responsabilidade em ser verídico e ético não me parecia tão simples quanto a de criar um universo inteiro.

E se eu tivesse o conhecido antes, visto seu rosto em algum cartaz de publicidade referente a hip-hop ou rap, e ficado com algumas características em mente, e assim, criado outro Chanyeol? Um Chanyeol bem-sucedido no mundo dos negócios com uma vida comum e um futuro comum? E se o verdadeiro Chanyeol, longe do que eu inventei, tivesse a história não na ponta do lápis, mas sim, nas tatuagens do corpo? O que me assustava não era que ele realmente existisse, mas que ele fosse livre para descobrir que meu hobbie lembrava uma de suas fãs ficwriters.

Rodei entre os dedos o cartão com dois endereços anotados. Um do mecânico onde meu carro estava e o outro me concederia o dinheiro para conseguir meu automóvel de volta, senão um novo veículo caso o estrago tivesse sido muito grande. Era uma troca bem justa, eu só teria que apresentar cinquenta páginas prontas para a editora, comprovando meu trabalho bem feito, ganhando assim, metade do dinheiro combinado. E vai por mim, a quantia era absurdamente tentadora. Se caso eles gostassem, me concederiam um contrato.

Voltar para casa era um alívio. Aslan me esperava com os olhos brilhantes e assim que abri a porta, ele veio correndo, pulou em meus ombros desesperadamente e deixou a baba pegajosa lotada de alegria em minha bochecha.

Tirei a tarde toda para limpar a bagunça que ele tinha feito pela casa enquanto eu estive fora. Pegadas de terra que o bichano trouxe de fora fizeram uma trilha pelo corredor. Algumas almofadas já não existiam mais e uma porcentagem das plantas recebeu meus pêsames. Por que ele tinha que ser tão fofo e selvagem ao mesmo tempo?

Um ultimato chegou à minha caixa de mensagens antes do pôr do sol. Era o empresário do rapper pedindo para que a noite eu fosse assistir a um show do cantor e que começasse com algumas perguntas básicas para dar início ao livro. Eu não tinha uma roupa que combinasse com aquela ocasião, mas ousei responder que iria.

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